21 julho 2006

"«EDUQUÊS» ESCONDIDO COM MINISTRA DE FORA"

Embora tenha o mérito de ter posto o País a falar da Educação e consequentemente dos seus problemas (cuja existência não reconhece, embora os tente justificar num discurso de incoerência impressionante).

A propósito polémica despoletada pela repetição dos exames nacionais de Química e Física as justificações da Ministra da Educação pareceram-me insuficientes, mas mais não se poderia exigir visto ter ido ao parlamento para justificar o injustificavel. Que o acesso ao Ensino Superior este ano não irá decorrer na normalidade e inevitavelmente haverá alunos prejudicados em relação a outros...

Negligenciou-se no entanto o problema fundamental do qual os resultados dos exames não são mais que um sintoma:

A cultura de facilitismo sustentada por correntes pedagógicas desresponsabilizantes (que a "nossa" ministra deve conhecer bem sendo socióloga de formação) viradas mais para o entretenimento do que para a aprendizagem.

Mas a "nossa" ministra da Educação em vez de diagnosticar com rigor o "estado da Educação", elegeu como bode expiatório, os professores, que não estando obviamente isentos de responsabilidade, também não são os únicos responsáveis.

A "nossa" ministra reclama que é perseguida pelos sindicatos que têm uma agenda político-partidária diferente da do Ministério, é possivél. Mas o preocupante é que aparentemente a agenda do Ministério não é a melhoria do Sistema de Educação, mas sim a redução de custos...

O problema da Educação não se prende tanto com os professores como com o facto de estar assente em teorias pedagógicas que não funcionam.

E qual é a respostas ao facto de não funcionarem? Baixa-se a exigência e repetem-se com os exames (eventualmente acaba-se com exames e fica solucionado vez).

"O falhanço dramático desta versão portuguesa da pedagogia dita nova, a imposição destas teorias delirantes, obrigaram, como se sabe, à descida da exigência, à depreciação do saber que conta, ao menosprezo do mérito de professores e alunos, à imposição generalizada de uma escola de «faz de conta».

A desconstrução curricular que alguns teóricos defendem seria inócua se ela não fosse uma espécie de pensamento único no nosso Ministério da Educação.

Não haverá uma exclusiva responsabilidade individual de um governante.

Mas, no passado, houve um ministro (do mesmo partido), engenheiro mecânico, que, num momento de clarividência, interpelou o “eduquês”. "

Agora temos uma socióloga, que temo tenha um discurso mais fluido em "Eduquês" que em Português... pelo menos assim pareceu da sua intervenção na AR.