23 janeiro 2006

The day after*

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Por um fio IV

Carlos, eu compreendo o que queres dizer, mas o meu post quis propositadamente chamar a atenção para os resultados brutos e para o número de votos, já que as percentagens muitas vezes escondem realidades diversas e interessa também discutir os votos, já que são eles que representam quem nos elege!
Como se vê, apesar de menos percentagem, Cavaco teve mais votos que Sampaio, o que significa uma maior base de apoio e isso é o que verdadeiramente importa!
Não vale a pena discutir se a vitória foi tangencial ou não. Foi uma vitória. E as vitórias são assim... por um voto se ganha, por um voto se perde! Nesta eleições, a Cavaco bastavam os tais 50% +1, ou seja, alguma coisa como 2. 713.423 votos. Se além desses ainda teve mais 32.069, óptimo para ele!
Mas estas são apenas várias maneiras de olhar para os mesmos dados... cada um chama a atenção para o que parece mais importante e assim agrada-se (quase) a gregos e a troianos!

Por um fio II

Carlos, até concordo que para o que se esperava foi uma vitória por um fio (eu também não pedia mais, 50% para mim bastava!), mas olha que foi um fio bem grande...
Afinal de contas, e percentagens à parte, Cavaco teve mais 172.085 votos do que Sócrates em Fevereiro de 2005 e mais 334.038 votos do que Sampaio em 2001!

Tempo de fazer melhor

Também a mim me parece demasiado simplista a interpretação "de que hoje a direita obteve 50.6% nas urnas".

A haver uma vitória nas urnas, que não a do actual Presidente da Republica, terá sido a do País que mostrou maior maturidade politica, ao votar para além da redutora dicotomia Esquerda - Direita (para ser mais exacto Esquerda - Não Esquerda).

A ideia de que os votos da Esquerda eram mais que os votos da direita aparecia com particular intensidade nas eleições Presidenciais, que têm (como efeito da possível segunda volta) maior tendência a ser bipolarizadas.

Um candidato apoiado por um partido tem assegurado um determinado capital em votos do partido, podendo esse capital depois ser agrupado em esquerda e direita. O capital em votos dos partidos de Esquerda (excluindo o PCP) é menor do que aparentava, e no seu conjunto não é maioritário.

A vitória da direita esta noite foi esta, não foi apropriação de votos, foi “motivação para trabalhar mais e melhor”...

(Provavelmente se Cavaco não tivesse ajudado o anterior governo a cair ele teria caído na mesma… Quanto ao efeito nas eleições presidenciais não consigo tirar elações).

Tempo de querer fazer melhor.

Senti pela parte de algumas pessoas com quem contactei após a divulgação dos resultados eleitorais, que se forma a ideia de que hoje a direita obteve 50.6% nas urnas.
Essa é, com muita pena minha, uma leitura demasiadamente simplista dos resultados desta eleição.
Cavaco é, acima de tudo, um homem inteligente ladeado por homens inteligentes. A vitória à primeira volta tangencial que obteve foi conquistada essencialmente no centro-esquerda. Tanto por mérito seu, como por um profundo desnorte dos adversários possíveis.
É por esta razão que a direita não ganhou qualquer eleição esta noite. É por isto que devemos interpretar estas eleições como motivação para trabalhar mais e melhor. É por isto que urge unir a direita em torno de uma oposição forte e coesa. É assim que o CDS pode ser forte, consciente do caminho pedregoso a percorrer, sem ilusão de facilitismos.
O primeiro passo a dar nesta luta que é nossa é exactamente reconhecer o quanto ainda há que fazer. É este o tempo de limpar armas. É este o tempo de fazer o futuro.

(Provavelmente, se Cavaco não tivesse ajudado o anterior governo a cair, o resultado agora teria sido diferente, Carlos. É por isso que considero também que não é com ele que devemos contar nunca. Cavaco tem, teve e sempre terá a sua própria agenda. Capacitemo-nos disso.)

22 janeiro 2006

Presidenciais

Com os resultados que temos neste momento acho que há três motivos para comemorar:

1. Vitória de Cavaco à primeira volta;
2. Alegre ter ficado à frente de Soares;
3. Louçã não passar dos 5%

Terminologia do novo dia.

Constituição da República Portuguesa
Presidente da República
Artigo 120º - "Definição" - "O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas."
Governo
Artigo 195º - "Demissão do Governo" - "O Presidente da República só pode demitir o Governo quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas, ouvido o Conselho de Estado."
Hoje é um dia de júbilo. Num só movimento o nosso País viu-se livre de o que é agora um amargo passado e de uma tradição de presidentes da república tornados à esquerda.
Cinco candidatos demarcadamente esquerdistas se apresentaram a votos. Cinco candidatos que epitetavam o sexto que completa o boletim de voto de "neoliberalista", "candidato da direita", etc. Na minha opinião, são elogios a mais para alguém que tenho por um mero tecnocrata desadequado para o sério desempenho das funções do Presidente da República. O Prof. Cavaco Silva é, sem tirar nem pôr, "o mal menor". Este é o fim possível para o mau costume de eleger presidentes que se enquadram entre as elites que pensam à esquerda. No entanto, foi apenas a primeira vitória do dia.
Sampaio. Hoje será o dia lembrado como o dia em que o presidente Sampaio conheceu o seu sucessor. Este dia nublado e agora já anoitecido, enche-se de um sol que brota da esperança daqueles que, como eu, não querem ver cometidos os erros do passado.
Por duas vezes invoca a nossa Constituição, pérola e bastião do "socialismo" de outros tempos, o "regular funcionamento das instituições democráticas". Invoca-o no âmbito das atribuições do Presidente da República e depois na competência que este eventualmente terá para demitir o Governo.
Sampaio. Foi aqui que ele cometeu o seu maior pecado. Quando dilacerou a vontade expressa pelos portugueses a 17 de Março de 2002 de ter uma Assembleia da República na qual existia uma estável e democrática maioria de centro-direita. Quando quebrou o "regular funcionamento das instituições democráticas".
Sampaio. Recordá-lo-ei como o presidente que vendo os últimos grãos de areia a cairem na sua ampulheta, resolveu trazer-nos a instabilidade por todos temida, sob pretexto de a querer afastar.
Hoje já não se diz instabilidade. Está fora de moda. Hoje diz-se crise. Cada época tem o seu papão. O nosso papão sei bem quem o chamou. Mas pior: sei que foi Sampaio quem o deixou ficar.

19 janeiro 2006

Presidenciais, as que temos.

São as presidenciais, estão aí e não vejo a hora de serem passado.
Confesso, ainda que havendo decidido a minha aposta há já bastante tempo, não consigo deixar de fazer as minhas pequenas reflexões quanto ao panorama que me é derramado na face todos os dias. É isso que me aflige. O não conseguir parar de me indignar com a macilência dos cavalos que correm no domingo.
São seis, cada um na sua pista, mas todos com vontade de saltar para o terreno do lado.
Pronto, pronto, há um, o da pista mais à esquerda, que garantidamente por lá fica sem incomodar ninguém.

Da direita para a esquerda:

Pista 1 - "Lucky Charm": Aqui temos uma boa aposta. Apesar de gostar de passar despercebido, este cavalo costuma ter súbitos rasgos de sorte (Figueira da Foz Cup '85). Fora aquela vez em '96.

Pista 2 - "Old Spice": Este já viu melhores dias. Com a carreira terminada e a caminho do retiro, fez um (nada) surpreendente regresso. Parece imbuido de um espírito de salvador da pátria, mas afinal, é só mais um cavalo velho.

Pista 3 - "Gay Pride": Este entrou literalmente pela porta do cavalo. Julga-se que a pista 2 lhe estava destinada, mas imperou a caridade pelo sénior ja referido, "Old Spice".

Pista 4 - "Dancing Queen": Um cavalo divertido, sem sombra de dúvidas. Tem a mania de comemorar (para nosso gáudio visual) as suas pequenas vitórias com uma dança muito característica.

Pista 5 - "Raging Bull": Equídeo absurdo. Sem saber ao que vem, por norma costuma ter resultados acima do merecimento. Julga-se num rodeo.

Pista 6 - "Utopia Ensemble": Já correu em toda a parte, mas demonstra-se preparado para mais. Aqui está um persistente. O último lugar já lhe está destinado - não aposte neste.

Está completo o nosso alinhamento.
Bem sei que não é nenhuma "Royal Ascot", mas é o que temos.

Novo Blog da revista "Futuro Presente".

Desjos de sucesso para o Blog, bem como para a publicação.

Aqui fica , a ligação para o Blog: o Futuro Presente.

Match Point

Está ai, e recomenda-se.

17 janeiro 2006

Muitas vezes o amado desencadeia a força lentamente acumulada (...)*

Pois é, o Ministro Amado com um único telefonema provocou um terramoto presidencial com insinuações sobre recados, influências e ligações periogosas entre o candidato e o governo...
Cavaco não se pronuciou... Alegre criticou... Nada fora do normal!




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* Carson McCullers, "A Balada do Café Triste"

Presidenciais (outra vez)

Quando li o post do Francisco nao pude deixar de concordar (mais uma vez) com o que ele escreveu. No fundo, no fundo, ate e bom eu nao poder votar nestas eleicoes, porque teria que engolir um sapo economista que nunca se engana e raramente tem duvidas!
Se nao, vejamos as opcoes que nos restam:
- Dois candidatos comunistas (um marxista-leninista e outro maoista-trotskista) que seriam uma desgraca em Belem. Sim, nao pensem que la por estar a viver na Republica Popular da China, dei por mim a gostar de comunistas.
- Dois candidatos socialistas: um deles andou a trair o pais na Argelia e consta que tambem foi intermediario na compra de armas por parte dos movimentos terroristas que andavam a matar Portugueses e o outro ia provocando um ataque cardiaco ao General Spinola quando este descobriu que ele estava em londres a tentar vender a Guine Bissau aos Ingleses. Alias, Londres era uma cidade que parece que ele ja conhecia bem, porque ja por la tinha andado a queimar a bandeira de Portugal...
- Por ultimo, um homem sem grande sentido de oportunidade e que nunca tratou bem a veradeira Direita Portuguesa, mas que, apesar disso, nunca traiu o Pais e tem algumas das ideias comuns ao CDS-PP, como opor-se a liberalizacao total do aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, que certamente vetaria, caso essas propostas lhe aparecessem em cima da mesa.
Monarquico me confesso, mas num caso desses e seguir o conselho do Cassete Cunhal aqui ha uns anos: fechem os olhos e facam a cruz nesta cavacal figura: nao por gostarem dele, mas porque e o mal menor neste momento (culpa tambem do CDS que nao apresentou nenhum candidato, mas nao vale a pena chorar sobre leite derramado...).

16 janeiro 2006

A Dignidade do País

Recomendo que antes de se ponderar votar em alguém para o mais alto cargo na hierarquia do Estado, se tenha um mínimo conhecimento sobre essa pessoa.

Um socialista que fugiu para a Argélia durante a guerra de África (há quem dê a isto outro nome) e prestou nessa altura serviços prejudiciais ao país (também há outros nomes para isto) não me parece que seja a pessoa mais indicada para Presidente da República.

Cuidado com os moralismos e os sentimentalismos. A dignidade de um partido pode ser (e é) muito importante, mas a do País é muito mais!

Presidenciais

Depois de alguns meses de ausencia aqui do UGAD, volto para opinar sobre as Presidenciais.
O Carlos e a Beatriz deixaram aqui as suas declaracoes de voto, que eu pude ler porque recebo os posts do UGAD no mail (para quem nao sabe, na RPC o blogspot esta proibido) e eu aqui deixo a minha declaracao de nao voto.
Nao voto por um motivo muito simples, para votar aqui na RPC teria que mudar para ca a minha residencia numa altura em que estou quase a voltar a casa e teria que ir votar a Pequim que fica a dois duas de comboio e a um balurdio de aviao!
Tudo isto vos parece estupido? Pois, a mim tambem!
Nao sera altura de inovar um bocadinho e encontrar novas tecnicas que ajudem a baixar a abstencao? Nao sera altura de encontrar novas maneiras para as pessoas que se encontram temporariamente afastadas dos seus locais de voto poderem votar? E sera que tem que ser sempre nos postos diplomaticos Portugueses?
E que isso de votar nas embaixadas e consulados nao tera problema nenhum para quem se encontre a residir no Liechenstein, no Luxemburgo ou noutro micro-Estado do genero, mas para quem se econtra na China, Russia, Canada, Brasil, etc, pode tornar-se praticamente impossivel exercer esse direito (dever civico?) devido as grandes distancias.
Alguem no governo desse paisinho me faz um favor e poe a cabeca a funcionar, para variar!

15 janeiro 2006

Eu dou-lhe cavaco!

O Carlos, decerto inspirado pelo lirismo parisience, vem fazer uma surpreendente declaração de voto em Manuel Alegre, o poeta, que me obriga a antecipar aquela que seria a minha própria declaração de voto em Cavaco (vá lá, podem agora todos ficar espantados, mas antes de me chamarem incoerente, leiam até ao fim!)

Para começar, eu não gosto do Professor Cavaco. Já o demonstrei noutras ocasiões e continuo com a minha opinião, teimosa, pois claro! Não gosto da postura, não gosto do ar de superioridade moral, não gosto do perfil esfíngico, não gosto daquela maneira de ser fria e rígida, não gosto de o ver a comer bolo rei, enfim, não gosto da figurinha do Professor intocável e superiormente inteligente que, qual pai da pátria, conduzirá os seus tristes e rebeldes filhos a um caminho de maior desenvolvimento e progresso (talvez o pudesse ter feito nos 10 anos que foi PM, mas isso é outra conversa!)

Mas estamos entendidos, eu não sou nenhuma 'cavaquette' e muito menos recém rendida ao slogan Portugal Maior!

De todo o modo, se em Outubro defendia uma candidatura independente do CDS, ao ver que tal hipótese se tornara impossível restavam-me apenas duas alternativas: ou Cavaco ou viva o Rei. Nunca ponderei votar em candidatos socialistas, bloquistas, comunistas ou socialistas utópicos - apesar dos olhos azuis e da voz melosa deste último! Porque se ideologicamente estou quase tão longe de Soares como de Cavaco, sei que neste momento para o nosso país é fundamental ter um presidente que não pertença à área socialista, na medida em que PS já instalou o seu aparelho em todos os órgãos do estado - ver este texto do JCS - e prepara-se para, tendo um dos seus em Belém, continuar alegremente o saque que iniciou.

Face a este estado de coisas, e sabendo que Alegre é um lírico e que o mundo da política não é para lirismos, que Louçã está neste combate com outras intenções e que Jerónimo apenas quer garantir o espaço do PC, a luta verdadeira é entre Cavaco e Soares (por mais que as sondagens dêem vantagem ao candidato-poeta). E eu não quero Soares como Presidente. De modo algum! E para evitar que tal suceda, tenho que engolir o maior sapo da minha vida e votar Cavaco no dia 22.

Por menos que goste dele. Por mais que ache que ele não é o meu candidato ideal. Por mais que saiba que ele não respeita o CDS. Mas Cavaco é, neste momento o mal menor. E tendo que escolher entre votar com o coração - viva o rei - ou com a razão - Cavaco -, eu opto pela última e engulo o sapo, porque o que eu quero mesmo é votar contra Soares! (E votar com o coração só mesmo no meu CDS!)

E agora, feita a minha declaração de voto, continuarei como até hoje - tranquila a assistir à campanha, sem participar e sem fazer qualquer defesa do professor ou apelo ao voto na sua candidatura. Dou-lhe o meu voto, consciente e racional, mais nada!

14 janeiro 2006

E Cavaco disse CDS

Depois da polémica que causou o facto de Cavaco apenas se referir ao CDS como «o outro partido», o candidato finalmente pronunciou CDS.

Segundo consta não doeu e não causou nenhum efeito secundário - o candidato não se engasgou, não 'surtou', nem desmaiou.

Nós agradecemos!

Sondagens

O Diário de Notícias nestas eleições trouxe uma inovação que são as sondagens diárias. A ideia pode parecer absurda, porque o eleitorado não muda as suas intenções de voto de um dia para o outro, mas, na minha opinião tem vindo a ter resultados interessantes.

Desde segunda-feira, temos assistido a uma diminuição das intenções de voto em Cavaco (que começou a semana com 61% e termina com apenas 56%) e pelo contrário à consolidação das votações de Manuel Alegre que gradualmente se afasta de Soares.

Embora não estejam ainda devidamente estudados os efeitos psicológicos das sondagens nos eleitores - tema que seria muito interessante aprofundar - creio que, se por um lado uma sondagem que, nas vésperas das eleições, consagre Cavaco com 60% pode desmobilizar aquele eleitorado que, como eu, pouca vontade tem de votar no candidato não socialista e só o faz para evitar a eleição de Soares ou Alegre, por outro, um decréscimo sustentado das intenções de voto em Cavaco pode também transmitir ao eleitorado uma perda da dinâmica da vitória que afasta aquele eleitorado que tende a votar no vencedor bem como pode levar a mobilizar os apoiantes doutros candidatos que agora voltam a ter a esperança de uma segunda volta.

Por estas razões, creio que a estratégia da publicação diária de sondagens pode beneficiar qualquer candidato mas não Cavaco e vou mais longe, a consagração inicial de Cavaco pode ser o seu pior inimigo no dia 22.

Até lá continuaremos a acompanhar a evolução das sondagens!

06 janeiro 2006

O primeiro post de 2006

É verdade, o primeiro post de 2006 é meu e para anunciar que, já que estamos a iniciar um novo ano, o nosso «Uma Geração às Direitas» irá sofrer algumas alterações de formato que farão dele um blog mais dinâmico e ainda mais interessante.
Temos consciência que no último ano se houve muita coisa que correu bem, momentos houve, também, em que todos nós demos menos ao UGAD do que poderíamos, por isso mesmo entendemos que chegou a hora de renovar o UGAD e prepará-lo para os tempos que vêm aí.
Uma nova imagem, mais actualidade e mais comentário político para além de novos colaboradores é o que se poderá esperar encontrar brevemente no UGAD.