29 julho 2004

Bingo!

Pois meu Presidente Carlos, realmente ando algo pessimista em relação a certas "coisas" e concordo com muito do que dizes. E Diogo, idem idem " " (finalmente andamos a convergir em algumas matérias, apesar de no fundo, concordar com tudo o que dizes, sobretudo nas matérias que envolvem o nome de El Rey).

A minha opinião, é um misto das vossas duas: se de um ponto de vista de contas e economia, parece que finalmente o motor está a começar a funcionar, parece que até que cheguemos à velocidade de cruzeiro, ou seja, para que aquelas famílias que mais precisam de ajuda (veja-se agora os incêndios) possam realmente beneficiar, não a recebem no ponto de vista da celeridade necessária que estes casos (extremos, mas que para nós, portugueses, são já rotina); por outro lado temos uma classe política que parece que se "está nas tintas" (desculpem a expressão) para o País. É só fazer um inquérito de rua e a opinião é unânime: os portugueses consideram os políticos como "eles". Está tudo dito, não?

Por exemplo, de noite quando tenho algum tempo e ligo a televisão e vejo o resumo do dia...Epá, muito sinceramente, dá-me um sentimento de revolta ao ver os deputados no Parlamento a falar de isto e de aquilo, uns a rirem-se, outros a ler o jornal, outros a conversar enquanto há pessoas a ficar sem nada! É irónico que só perde, o pouco que tem, quem já não pode fazer mais nem por si mesmo. Como sempre, os mais fracos, pagam pelos mais fortes.

Como o Diogo diz, e bem, mutatis mutandis, na Política não se passa aquilo que se passa na Natureza. Lá não há a lei do mais apto, que não é necessariamente o mais forte (no sentido que nós conhecemos). Por exemplo, fazia todo o sentido termos governantes, oposição, etc, em que as pessoas fossem boas naquilo que fazem. E ser bom, também também passa pelo sentido de bondade e humanidade, coisa que muitas vezes escasseia; e não ser-se "bom", até muitas vezes o melhor, em fazer pouco e mal.

Não podemos continuar a ter políticos em que demonstrem ter vontade. Isso é mesmo discurso de político! Mas vermos as coisas feitas, desculpem a redundância, "nem vê-las"!


Muito sinceramente, e aponto o dedo à oposição, ter o António José Seguro (que não sei como vai a sua situação escolar), mas que aqui há uns anos era membro do Governo e nem tinha a Licenciatura completa, faz favor! Podem-me acusar de ser um argumento subjectivo e tal, mas se não temos pessoas qualificadas, que não demonstram pelo seu percurso (e é o percurso normal de uma educação de alguém que aspire a "mais") "merecer" o lugar, como querem dar-se ao respeito e dar credibilidade do que fazem?

PS: Para breve, o meu artigo sobre uma opinião intima e familiar: "O que a Família Barbosa entende por Geração do 25 de Abril".


A política aos cães

Pois é André, isto está um bocado feiote!
Sem dúvidas que há bastantes coisas em que o país mudou para melhor desde há 30 anos atrás, mas a qualidade dos políticos não é uma delas.
Por exemplo, se formos ver o Decreto-Lei n.º 47.344 de 25 de Novembro de 1996, que aprova o novo Código Civil, e for ler quem à época fazia parte do governo, slatam aos olhos uma série de personalidades de enomre craveira intelectual, a maioria deles professores doutorados, todos com provas dadas antes de entrarem para o governo, nas mais variadas áreas.
São os exemplos do próprio Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, mas também de Mota Veiga, Antunes Varela, Franco Nogueira, Arantes e Oliveira, Silva Cunha, Galvão Telles e Correia de Oliveira, dos quais ainda hoje, passados quase 40 anos, ouvimos falar pelos méritos nas mais variadas áreas.
Como é óbvio, vivemos muito melhor em Democracia, na qual nos podemos exprimir livremente, temos vários partidos para escolher, podemos todos tomar parte mais activa no sistema político, etc. Mas interrogo-me porque é que hoje, que os políticos ganham incomparavelmente melhor do que ganhavam os políticos na altura, ninguém verdadeiramente bom se quer enfiar na política.
Porque é que a política está entregue aos cães?* (isto em todos os partidos, sem excepção)
E a explicação parece-me muito simples; este sistema tem favorecido aqueles que conseguem maior influência no sistema partidário e não quem conseguiria ter ideias melhores para o país; tem favorecido os que se apresentam bem sobre aqueles que trabalham bem...
Soluções? 
Em primeiro lugar, para começar por algum lugar, reservar a Chefia de Estado para alguém que não tivesse que ter andado na vida partidária para subir na política e por isso não estivesse comprometido com o jogo de influências, balanços e contra-balanços que nos arrastam para o fundo. Um Rei, claro está!
E em segundo lugar um sistema parlamentar mais dinâmico. Pegando,a título de exemplo, no sistema eleitoral da Irlanda, votar em listas para saber como se distribuem os assentos parlamentares pelos diversos partidos, e votar também nas pessoas, para se saber quem vai ocupar essas vagas.
É complexo e exigiria uma maior envolvência entre eleitores e eleitos, mas não é precisamente isso que nós queremos?
 
*Sem, com isto, querer ofender os maiores amigos do Homem.

Reflexão Duracel

Em Portugal, aplica-se o mesmo slogan de uma marca de baterias: e dura, e dura e dura. Ora são os incêndios, ora as histórias em S. Bento que só desanimam quem "os" vê (a história tão gasta do déficit por parte de quem nos governa; e da oposição, uma arrogância que traduz uma falta de iniciativa e novidade, tipica de uma "água mole em pedra dura"...).

Por momentos, penso na utopia que seria termos um Governo que dissesse: "Vamos todos lutar por um Portugal melhor"...mas não. Parece que é tudo igual! Mais à esquerda ou mais à direita, mais acima ou mais abaixo, nada muda. Os interesses pessoais, a sede de dinheiro e poder, o compadrio e as cunhas, etc etc, estão de tal modo impregnados na nossa classe política (e não só), que quer entra A, quer entre Z, nada muda...

Portugal, a este ritmo, tende a um cenário muito verosímil ao da Argentina, em que a riqueza do País reside em somente e aproximadamente, 1 milhar de pessoas que "controlam" o País com a sua área de influência. Não é preciso irmos tão longe: basta ligarmos a TV e ver que as notícias regem-se em torno das mesmissimas pessoas, isto há 1 semana ou há 5 anos.

Se realmente é verdade que nada se perde, nada se cria e tudo se transforma, se os nossos políticos não perceberem de uma vez por todas que as exigências de um país se referem à concretização das necessidades das pessoas, em Portugal, então, a velha máxima de Lavoisier bem que pode ser "tudo se perde, nada se cria mas tudo permanece imutável" (a má vontade, claro está).

28 julho 2004

Sócrates, Soares e Alegre

Lembram-se nas eleições da JS que eles andaram quase à batatada e tiveram que chamar o Almeida Santos e a polícia para acalmar os ânimos?
Se foi assim na Jota, imaginem agora na Peta!
eheheh
Agora ainda é Verão e ninguém lhes liga muito, mas mal posso esperar que Setembro chegue! SANGUE!

26 julho 2004

O país a arder outra vez

Como é natural pelo que se segue, hoje não estou zangado: estou FURIOSO!
Vem um fim de semana de calor e o país desata logo a arder como uma caixa de fósforos e, mais uma vez, a culpa morre solteira...
Tomemos o exemplo de Alcoutim onde passei o fim de semana.
Partir-se-ia do princípio que, depois dos incêncios do ano passado, se tivesse feito uma limpeza nas zonas ardidas e se tivesse feito uma reflorestação. Nem uma coisa nem outra.
Também se partiria do princípio que, a título preventivo, as zonas não ardidas tivessem sido limpas e se tivessem criado carreiros para os carros de bombeiro passarem em caso de necessidade. Mais uma vez, nem uma coisa nem outra.
Acaso alguém esperava que este Verão fosse chover imenso, ao contrário do que acontece sempre naquela serra pouco atingida pela chuva (especialmente no Verão) ou que não ia fazer vento nem calor? Não! As previsões apontavam precisamente para o sentido contrário...
Então porque é que em um ano não se fez nada? Porque a serra não está limpa e bem servida de carreiros para os camiões-cisternas? Porque é que os políticos da administração central e local responsáveis por não prepararem a serra para o Verão não estão já em tribunal a responder pela sua irresponsabilidade grosseira e pelo risco a que submetem os únicos bens de uma população envelhecida que subsiste apenas do pouco que a terra lhes dá?
Porque é que este fim de semana a serra de Alcoutim voltou a arder (tal como Mafra e a Arrábida que também tinham ardido no ano passado) e não temos já uns quantos políticos atrás das grades ou no Brasil?
Esta irresponsabilidade é um verdadeiro crime e quem não acredita que vá dar um passeio por aquele que é um dos mais bonitos lugares de Portugal, mas também o mais pobre concelho da Europa. Lá vivem centenas de pessoas de idade de tal maneira avançada que não vão conseguir fugir se o fogo lhes chega a casa, nem vão conseguir salvar os poucos bens que têm.
A Democracia Cristã tem, desde a sua génese, um pensamento ecologista e fortemente protectos dos mais desprotegidos, por isso aqui deixo um apelo ao recém empossado Ministro do Ambiente pelo partido que defende os valores da Democracia Cristã em Portugal: que o Verão que vem não encontre as nossas matas por todo o país como este encontra.
Nem que seja preciso enviar o nosso exército em força para o terreno limpar as matas e criar carreiras: vantagens da amizade entre os Ministros da Defesa, etc. e do Ambiente.

25 julho 2004

José Socrates II

Pois é, se antes o PS já nos surpreendia (por exemplo, abandonar o Governo e depois tentar inverter os papéis, como se fossem os "bons da fita"), acho que agora, com essa opinião do José Socrates, podemos dizer que não é motivo para surpresas (de quem já se espera o impossível, isto é o menor de tudo ainda).

Consta-se, que em Lisboa, a comunidade gay ronde os 5 %, fora o resto do País. Quando o nosso actual PM era Presidente da CML, "censurou" imensas actividades do movimento 'gay em Lisboa (Opus Gay - que sacrilégio o nome, mas enfim!), como uma manifestação ou a célebre parada Gay, qual "YMCA", em plena Avenida da Liberdade. Daí, que a popularidade dos "mais à direita" ande mal por terras de quem apoia os Village People e o José Socrates, como só ele sabe fazer, alia um lobby gay a uma intenção de aumentar a sua popularidade no País.
No entanto, popularidade no Socialismo, pela experiência passada, tende a ser mais populismo. Pena que o nosso povo não abra os olhos!

Pelas recentes notícias, as sondagens realizadas aos portugueses classificam, a priori, como o nosso PM "péssimo". Aliando esse facto, que é intrínseco ao pensar e agir de um povo sobre Santana Lopes (playboy, uma Lisboa esburacada, etc) a um governo que, ora era para diminuir mas ainda aumentou; o número de ministérios, por conseguinte, idem idem " ", mais as deambulações da Teresinha Caeiro, a careta do nosso PP (Paulo Portas)...bem, realmente é muita coisa para 1 semana de mandato oficial.

Se podemos falar da casa alheia, a favor de um Portugal melhor e fora de interesses políticos que nos poderiam beneficiar, era bom que o Socrates ganhasse. Uma oposição forte, para além de "apertar" com o nosso Governo, faz com que estes erros e imprevistos (que mais são desleixos de um governo estruturado em cima do joelho - parece que é assim, pode não ser; atenção!) se dissipem e faça com que quem nos governa possa amadurecer rapidamente, qual vindima em Agosto pleno. Deus me oiça...

A bem da Nação!

23 julho 2004

Esclarecimento II

Ao sempre provocador Diogo!
 
Diogo, meu caro amigo e habitual oponente nestes duelos bloggianos, só não me zango contigo porque sei que tu (ao contrário do que fiz eu ao responder ao Carlos) apenas aqui vieste para me chamar a mais uma acesa disputa de palavras e argumentos! E tal como o Carlos eu também não fujo quando me chamam!
 
Gostei da analogia à Alemanha! Tá com graça, tal como o guaraná... mas no meio da brincadeira é dito algo bastante grave que, mesmo em tom ligeiro e brincalhão, deverias pensar duas vezes antes de escrever. Não é sensato nem digno de merecer qualquer crédito a insinuação de que poderia eu estar a preparar algum 'golpe de Estado' que conduzisse à aglutinação do CDS pelo PSD. Se há algo sobre o que não admito brincadeiras é a minha lealdade ao Presidente do CDS. E também a sua defesa não é ferrenha, porque não é necessária. O trabalho do Ministro de Estado, da Defesa e dos Assuntos do Mar vale por si só e basta ser avaliado imparcialmente e com justiça para merecer o nosso aplauso. Não precisa pois da minha defesa, muito menos da minha defesa ferrenha!
 
Entendido?

Esclarecimento I

Ao Carlos Andrade

Então o Senhor Presidente considera que eu apenas vim em defesa da minha honra para o ‘puxar a uma luta de palavras’? Não. Se as minhas intervenções muitas vezes têm a finalidade de serem provocatórias, não foi este o caso. Mas folgo em saber que o meu amigo não gosta de ’fugir aos grandes desafios’ (o que transforma o meu inocente texto não apenas num desafio, mas num grande desafio! No mínimo será curioso!)

Continuo a considerar que foi exagerado o comentário que me foi dirigido e por isso entendi dever explicar qual é a minha posição.

Deste último texto já gostei mais. Está bastante mais claro do que aqueloutro que motivou a minha ‘fervedura’ (passo o neologismo). Afinal há mais quem esteja ‘perto do PSD’!

O Carlos agora desenvolveu o que entende pelo conceito ‘estar mais próxima do PSD’ e demonstra que se enganou no nome que deu à coisa. Vejamos: estar perto do PSD significa, para o Carlos, apoiar a Coligação Governamental entre o PSD e o CDS. Será isso estar perto do PSD? Penso que não. Isso representa, como bem diz o Carlos que nós acreditamos que a situação em que o (des)governo Socialista deixou o país era de tal modo grave que as medidas a tomar precisariam de uma base sólida de apoio parlamentar, só possível pela coligação PSD/CDS. Significa acreditar que o CDS foi determinante na formação de uma maioria estável e que tem sido, através da prestação dos seus Ministros, um forte pilar deste Governo. Isto, para mim, não é estar mais próximo do PSD. É defender em 1º lugar os interesses de Portugal e dos Portugueses e, em 2º lugar, defender o nosso partido e lutar pelo nosso espaço!

Quanto à coligação com o PSD, sinceramente tenho que dizer que nunca me chocou a ideia de uma ‘AD’, talvez por vir duma família essencialmente ‘PSD’ mas muito no espírito ‘coligação’! Por isso não sou o tipo de militante do CDS que odeia o PSD e o elege como o principal adversário. O nosso adversário é a esquerda. O PSD é um partido da mesma área, com o qual devemos trabalhar, mas do qual deveremos manter independência! O CDS é muito diferente do PSD, o CDS não precisa do PSD para existir, o CDS tem os seus próprios valores, princípios e história, que não se confundem com os do PSD! No entanto, são dois partidos que sabem trabalhar, em comum, para o bem de Portugal. Se é por ter este entendimento que sou ‘mais próxima do PSD’ pergunto: qual será o militante do CDS que não quer o melhor para o seu país? Qual será o militante que prefere a instabilidade e a ingovernabilidade?

Estamos entendidos? Desta vez espero que o Carlos não volte a dizer que eu ‘fervo’ facilmente e que gosto de manter acesas as disputas bloggianas! Não é o caso. Gosto apenas de ver as coisas devidamente esclarecidas!

A Bizita na Alemanha

Imaginemos que nos encontramos na Alemanha. Dizem que é um país bonito, simpático e limpinho, mas eu só conheço por fotografias e televisão, mas tomemos o bom exemplo desse que é dos maiores países da Europa.
Se eu estiver em Berlim, estou bastante próximo da Polónia, em Munique da Áustria, em Frankfurt de França e em Hamburgo da Dinamarca. Mas não é por isso que estando em qualquer destas cidades deixo de estar plenamente na Alemanha.
Quando li o post do Carlos gostei muito, mas a Bizita nem por isso. Mas o que ela devia ter pensado, é que, por estar mais próxima do PSD, não quer dizer que não esteja totalmente no CDS. Veja-se só o estranho que seria dizer a um Berlinense (tipo o Kennedy, estão a ver?) que ele era Polaco.
Por isso a Bizita ferveu em pouca água...
A pergunta é: porque terá sido?
Se alguém me dissesse que eu me encontrava ideologicamente perto do PSD, eu ria porque me considero insuspeito desse pecado (mas, pelo sim pelo não, não fosse o diabo tecê-las, ia logo ao Loretto confessar-me). Mas a Bizita ficou tão zangada que suspeito que, por trás da sua sempre ferrenha defesa do Ministro da Defesa, se esconda uns contactos mais laranjas e que a Bizita esteja a prepara um "coup d'État" para fundir o PSD ao CDS-PP.
O que vale é que o Portas é dessa simpática família Sacadura Cabral (diz que tem gente impecável) e saber-se-á defender muito bem dessa conspiração.
Será? Não será? Já alguém bebeu hoje um guaraná?
Estas e outras intrigantes perguntas serão brevemente respondidas no seu blog do costume.
Ah! E vejam se não me "batem" muito durante o fim de semana porque vou estar em Alcoutim sem net para me defender (por acaso nem vou estar bem em Alcoutim desta vez, vou estar em Martinlongo que apareceu recentemente na TV por já ter água "encanalizada", o que vai dar muito jeito num fim de semana de calor como o que se aproxima).


Direito de Resposta

Ao Carlos Oliveira Andrade

Aproveitando as 5000 entradas neste Blog o MI Presidente da CPC de Lisboa da JP decidiu arvorar-se em cronista da bloggosfera e tecer considerações sobre o que se tem passado no «Uma Geração às Direitas» e sobre as participações individuais.
Felicitando-se pelo espaço de discussão que tem sido este Blog e pelas polémicas que tem alimentado entre os vários membros da Concelhia, faz então uma análise mais ou menos linear na qual diz que representarei o CDS mais liberal enquanto o Diogo será a ‘cara’ do mais puro conservadorismo.
Estou de acordo. O Carlos pode perfeitamente dizer que eu represento a ‘ala liberal’ e europeísta do CDS mas, mesmo neste ponto, há que ter em conta que eu só serei assim considerada em comparação com os restantes elementos da Concelhia que, para o mal e para o bem, são extremamente conservadores. Talvez por isso eu seja a ‘outsider’.
De todo o modo, e era aqui que queria chegar, não será por defender posições mais liberais, em muitas matérias, ou por ser europeísta, que posso admitir que o Carlos diga que estou mais próxima do PSD. Se estivesse, ideologicamente, mais perto dos Sociais Democratas, votaria PSD e estaria filiada no PSD. Se estou no CDS é porque, em consciência, escolhi o partido que defende os valores e os princípios em que acredito, e porque apoio o projecto liderado por Paulo Portas. No dia em que não me sentir bem no CDS, em que tenha divergências de fundo com o que o partido defende, apenas tenho um caminho: sair. Até lá, não admito que alguém diga que eu sou mais ou menos CDS do que qualquer outro militante. Por isso, apenas posso entender como distracção, desconhecimento ou má fé dizer-se que eu serei menos CDS do que o Diogo apenas por ser ‘mais liberal’.
Acredito que o Carlos tenha feito esta análise pouco rigorosa por distracção, ao correr da pena, levado pelo entusiasmo das 5000 mil entradas e do texto produzido. Só assim posso admitir (ainda que esclarecendo) o que foi dito. Caso contrário teria que entender que o Carlos estava, implicitamente, a negar aos liberais o seu espaço no CDS (espaço que sempre tiveram, ao lado de conservadores e democratas-cristãos), o que seria grave e iria, inclusivamente, contra a doutrina da direcção do partido.
Uma última nota, apenas para terminar. Tenho que confessar que gostei muito do discurso do Presidente do Partido nos 30 anos do CDS, talvez por ter tocado em três pontos que me são caros:

1. Importância dos jovens na política e necessidade de se acabar com o ‘tabu’ de que os mais novos apenas podem assumir lugares de responsabilidade depois de ‘crescerem’;
2. Apontar a necessidade de a corrente liberal fazer o seu caminho dentro do partido;
3. Saudar o retorno do CDS ao PPE e marcar a posição europeísta (mas nem por isso menos patriota) do CDS;

Será que todos os membros da Concelhia poderão dizer o mesmo que eu relativamente ao discurso do Presidente do CDS?


22 julho 2004

How long will it last?

eheheh! Este André é o máior!
Pois concordo com ele! Pior início era impossível. Resta perguntar, quanto tempo este governo vai durar assim.
Corre de boca em boca (as chamadas vozes públicas do processo penal) que a Teresa Caeiro não foi para a Defesa por veemente oposição do nosso PR, que mais uma vez ontem envergou o pior ar de trombas que conseguiu na tomada de posse dos  Secretários de Estado para mostrar que a rejeição de eleições antecipadas foi um sapo que ele teve que engolir. E este não se libertou ainda e deve continuar às voltas nas entranhas do nosso Chefe de Estado. 
Mas parece-me a mim, simples e humilde advogado estagiário, que, afinal de contas, o senhor prestou mas foi um grande serviço ao PS. Enquanto estes escolhem um líder decente e limpam a casa, o PSD e o CDS-PP afundam-se em quezílias e trocas de pastas; é que este governo está destinado a constantes remodelações.
É como diz o André, o governo está coxo, por isso vai andar a saltar ao pé cochinho, ou seja, de remodelação em remodelação.

Meu pé (esquerdo) de laranja-lima...

Pois é amigos, não bastava o facto de termos o nosso PM a folhea-las (as folhas, subentenda-se) no discurso de tomada de posse (dir-se-ia, completamente "aos papéis"); o nosso líder a fazer caretas pelo nome, mais ou menos completo do seu ministério; o ministro (Nobre Guedes) que, apesar de não ser "mulher de César, séria e parecer séria" não o demonstra, apesar de lhe dar o dom da dúvida, por enquanto; a "nossa" Teresa Caeiro a deambular pelos ministérios e secretarias de Estado (ufa!) e hoje, o antigo PM, a chegar atrasado à proclamação da votação por terras europeias...Bem, realmente, não sei este Governo, que, apesar de ter um passado mais ou menos recente (a nível dos ministros que muitos deles só trocaram de pasta), parece que começou mesmo com o pé esquerdo!
 
Vale-nos, uma oposição (onde anda ela?) enfraquecida, onde até o Dr. Mário Soares a intitula de "com pouca densidade" que não está e não sabe "aproveitar" tantos tiros no pé (neste caso, no direito)...
 
É caso para dizer, que com tantas 'estórias, ainda bem que não apanham nenhum mentiroso, pois só temos, muitos pés coxos!

21 julho 2004

Correcção ao Post Anterior

Na sequência de alterações de última hora, e contrariamente ao que havia sido anunciado esta tarde pelo Ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar,  Teresa Caeiro não tomou posse como Secretária de Estado-Adjunta e dos Antigos Combatentes, mas como Secretária de Estado das Artes e Espectáculos, sendo que quem ocupa a pasta dos antigos combatentes é José Pereira da Costa.

Nesta ocasião, sem pretender desmerecer as funções agora assumidas por Teresa Caeiro, gostaria de dizer que tenho pena que não tenha, efectivamente, assumido a pasta dos Antigos Combatentes tornando-se na primeira mulher com funções governativas na área da Defesa. Mais do que o simbolismo que tal implicaria (como foi sublinhado esta tarde por Paulo Portas), entendo que vindo Teresa Caeiro da Secretaria de Estado da Segurança Social e sendo uma mulher de grande sensibilidade social, poderia fazer um excelente trabalho na área dos Antigos Combatentes.  De todo o modo, não posso deixar de lhe desejar muito boa sorte nas funções que agora assume!

As alterações à composição do XVI Governo Constitucional serão introduzidas no texto imediatamente abaixo. 

Lista de Secretário de Estado do XVI Governo Constitucional

Ministério das Actividades Económicas e do Trabalho
Secretário de Estado-Adjunto e do Trabalho, Luís Miguel Paes Antunes.
Secretário de Estado do Desenvolvimento Económico, Manuel Correa de Barros de Lencastre.
Secretária de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, Maria da Graça Ferreira Proença de Carvalho.

Ministério da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar.
Secretário de Estado-Adjunto e dos Antigos Combatentes, José Pereira da Costa.
Secretário de Estado para os Assuntos do Mar, Nuno Maria Fernandes Pinto Magalhães Thomaz.

Ministério da Presidência do Conselho de Ministros
Secretário de Estado-Adjunto do Ministro da Presidência, Feliciano José Barreiras Duarte.

Ministério das Finanças e da Administração Pública
Secretário de Estado do Orçamento, Manuel Ferreira Teixeira.
Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Orlando Pinguinha Caliço.
Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, Luís Miguel Gubert Morais Leitão.
Secretária de Estado da Administração Pública, Sofia de Sequeira Teixeira Galvão.

Ministério dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas
Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Henrique José Praia da Rocha de Freitas.
Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Mário Henrique de Almeida Santos David.
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Carlos Alberto Silva Gonçalves.

Ministério da Administração Interna
Secretário de Estado-Adjunto do ministro da Administração Interna, António Paulo Martins Pereira Coelho.
Secretário de Estado da Administração Interna, Nuno Miguel Miranda de Magalhães.

Ministério das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional
Secretário de Estado da Administração Local, José de Almeida Cesário.
Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, José Eduardo Rego Mendes Martins.

Ministério da Justiça
Secretário de Estado-Adjunto do Ministro da Justiça, Paulo Artur dos Santos Castro de Campos Rangel.
Secretário de Estado da Justiça, Miguel Bento Martins da Costa Macedo e Silva.
Secretário de Estado da Administração Judiciária, António Alberto Rodrigues Ribeiro.

Ministério da Agricultura, Pescas e Florestas
Secretário de Estado-Adjunto do Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Carlos Manuel Duarte de Oliveira.
Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, David Ribeiro de Sousa Geraldes.
Secretário de Estado das Florestas, Luís António de Pires Pinheiro.

Ministério da Educação
Secretário de Estado-Adjunto e da Administração Educativa, José Manuel de Albuquerque Portocarrero Canavarro.
Secretário de Estado da Educação, Diogo Nuno de Gouveia Torres Feio.

Ministério da Ciência e do Ensino Superior
Secretário de Estado da Ciência e Inovação, Pedro Miguel Santos de Sampaio Nunes.

Ministério da Saúde
Secretário de Estado-Adjunto do Ministro da Saúde, Mário Patinha Antão.
Secretária de Estado da Saúde, Regina Maria Pinto da Fonseca Ramos Bastos.

Ministério da Segurança Social, da Família e da Criança
Secretária de Estado-Adjunta do Ministro da Segurança Social, da Família e da Criança, Maria do Rosário Cardoso Águas.

Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
Secretário de Estado-Adjunto e das Obras Públicas, Jorge Fernando Magalhães da Costa.
Secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, Jorge Manuel Martins Borrego.

Ministério da Cultura
Secretário de Estado-Adjunto da Ministra da Cultura, José Manuel Amaral Lopes.
Secretária de Estado das Artes e Espectáculos, Teresa Caeiro.

Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território
Secretário de Estado-Adjunto do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, Jorge Manuel Lopes Moreira da Silva.

Ministério do Turismo
Secretário de Estado-Adjunto do Ministro do Turismo, Carlos José das Neves Martins.

Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro
Secretário de Estado da Juventude, Pedro Miguel de Azeredo Duarte.
Secretário de Estado do Desporto, Hermínio José Sobral Loureiro Gonçalves.

20 julho 2004

The Sun

Estou perfeitamente enojado com o que se passou em Inglaterra!!!
O Jornal Britânico "The Sun" publicou um relatório elaborado pelos chefes de segurança do aeroporto de Hathrow e encontrados numa bomba de gasolina perto do dito aeroporto por um condutor que estava de passagem. É óbvio que esta história me parece mal contada, mas passemos à frente...
O cidadão encontra o tal relatório numa bomba de gasolina com o símbolo da Polícia Metropolitana e a dizer "Confidencial", e o que é que ele faz? Não, não o vai entregar à Scotland Yard, nem sequer à estação de polícia mais próxima, vai logo a esse jornal de enorme prestígio e respeito chamado "The Sun", vendê-lo.
E estes o que fazem? Não telefonam à Scotland Yard nem sequer à esquadra ao virar da esquina, apenas decidem publicar partes do relatório que eles entendiam que não comprometiam tanto a segurança do aeroporto de Heathrow. Apenas dizem, por exemplo, qual o melhor lugar para mandar um rocket contra um avião a levantar vôo, etc.
É claro que, como jornalistas íntegros e sérios que são, depois de publicarem esse simpático artigo e de porem em perigo os milhares de utilizadores diários de um dos maiores aeroportos do mundo, guardaram o relatório no cofre e entregaram-no à Scotland Yard.
Isto é verdadeiramente nojento!
Na minha ingenuidade, julgo que nenhum periódico português alguma vez faria tal coisa, mas depois disto também já não ponho as mãos no fogo por ninguém.
E agora um apelo: ALGUÉM PONHA ESSES #*&+@*" NA PRISÃO POR MUITOS E LONGOS ANOS!!! Se faz favor!

Parabéns Blog!

Apesar da Bizita escrever neste Blog já ultrapassámos as 5.000 entradas.
Muitos Parabéns Geração às Direitas!
Para celebrar, a pedido de muitas famílias, vou explicar porque é que o meu nome no blog é Alcoutim.
Um dos motivos é que, sendo eu Alvim, tenho um nome que começa por Al e acaba em im, tal como o nome dessa belíssima terra.
Por outro lado, neste Verão passei 5 semanas numa missão com o Movimento ao Serviço da Vida lá em baixo, em Alcoutim (que para quem não saiba, fica na Serra Algarvia à beira do Guadiana- do outro lado é Espanha) e adorei aquela terra.
É mesmo muito bonita, aconselho a todos darem lá um pulinho quando estiverem lá em baixo no Algarve no Verão, para variar um bocadinho da rotina praia-disco. Vejam o Castelo, as Igrejinhas, bebam uma cerveja e comam uns caracóis na esplanada à beira-rio, dêm um passeio de barco no Guadiana e depois visitem os montes ali à volta. A paisagem da região é deslumbrante e os montes, todos branquinhos são mesmo muuuito giros!
Se forem a uns montes chamados Torneiro e Marmeleiro vão ver uns nichos de pedra com uma Nossa Senhora com o Menino ao colo e adivinhem quem fez...
Nós mesmos, o grupo MSV de Alcoutim-2003!
 

O CDS no XVI Governo Constitucional

No Governo que Sábado tomou posse, o CDS assumiu quatro pastas que têm a maior importância para o Futuro do país. Duas delas são profundamente institucionais – Defesa Nacional e Finanças – sendo que as restantes cobrem áreas sensíveis e estratégicas para Portugal – Mar, Turismo e Ambiente.
Não sei se todos já se aperceberam da oportunidade que temos entre mãos e do esforço que nos vai ser pedido, a todos, para vencer nestas três áreas. Do sucesso do Governo e dos Ministros indicados pelo CDS depende o sucesso de Portugal!
A polémica estoirou logo que foram conhecidas as pastas entregues ao nosso partido e os nomes que as iriam tutelar. Invocaram a falta de experiência governativa e de conhecimento técnico (nas respectivas áreas) de Telmo Correia e Nobre Guedes. Desconhecia que a esquerda defendia a ideia de um governo composto de tecnocratas que tudo percebem de Ambiente, de Turismo, de Educação ou de Saúde mas que têm a mais completa inaptidão política! Como disse, e bem, o Primeiro-Ministro o Governo decide políticas, linhas de acção, programas estratégicos. A parte técnica deve ser entregue a quem sabe e, por uma questão de lógica do sistema, em primeiro lugar aos dirigentes da Administração que, pelo menos à partida, devem ser não apenas pessoas com alguma visão política mas, sobretudo, técnicos qualificados nas respectivas áreas. É este o meu entendimento e julgo não ser totalmente desadequado. Caso contrário o Ministro da Saúde teria que ser um Médico (ou um doente!), o Ministro da Educação um Professor, o Ministro da Ciência um Cientista e o Ministro da Defesa um Militar!
Mas descendo ao caso particular do Ambiente, cuja nomeação do Dr. Nobre Guedes causou o espanto de tantos, tenho que confessar que a mim não me faz qualquer espécie de problema ver que é um jurista qualificado que irá ocupar a pasta. Parece-me até uma melhor opção do que escolher alguém muito ‘embrenhado’ nas questões do ambiente (um ambientalista), o que poderia levar a uma visão ecocêntrica dos problemas o que, pela minha parte, rejeito liminarmente. Tive a oportunidade de estudar Direito do Ambiente e perceber que o nosso sistema constitucional, secundado pela Lei de Bases do Ambiente, criou um fantástico equilíbrio entre a dimensão da protecção objectiva do bem Ambiente (da natureza itself!) e da protecção subjectiva (dos particulares lesados pelos danos ambientais). Quer isto dizer que o nosso esquema constitucional e legal é, em matéria de ambiente, antropocêntrico. A protecção do ambiente não é um fim em si mesmo mas um meio para assegurar a permanência do homem na terra com qualidade de vida! Daí os princípios basilares serem os do desenvolvimento sustentável e o da solidariedade intergeracional, para além do carácter transversal do direito ao Ambiente.
Isto para não falar já de que, a nível do Ambiente, grande parte do trabalho ainda é legislativo. Há vastas áreas que têm que ser objecto de estudo e de produção legislativa, seja para adaptar o quadro legal que temos às novas realidades seja para criar novos institutos e novas soluções. Quem estuda Direito do Ambiente sabe que o quadro legal em que nos movemos não é perfeito e há várias coisas a fazer, seja conseguir conciliar o regime do diploma da Licença Ambiental com as restantes licenças necessárias – de construção, de instalação, comercial ou industrial – e com o próprio Procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), seja a criação de um regime de responsabilidade civil em matéria ambiental cujo trabalho será, no momento, fazer uma boa transposição Directiva 2004/35/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa à responsabilidade ambiental em termos de prevenção e reparação de danos ambientais, que lança importantes desafios a um país como Portugal.
Um jurista dá-me a segurança de procurar criar um corpo legislativo coerente, talvez até o tão falado Código ‘Verde’ e um democrata-cristão a segurança de que as questões ambientais serão sempre olhadas numa perspectiva compromissória, humanista e integrada. Nem esquecendo o ambiente em detrimento de outros valores nem elevando o Ambiente ao principal valor face ao qual todos os outros cedem! A Constituição aponta um caminho - um caminho que coloca o Homem no centro das preocupações ambientais. É, pois, preciso saber concretizar a ‘Constituição do Ambiente’ como gostam de lhe chamar os constitucionalistas!

19 julho 2004

A orgânica do Governo e as confusões do Diogo

Oh Diogo, tenho que te dizer que não é no Governo que vai a confusão mas na tua cabecinha caro amigo!
Pois então querias tu por o MAI a tratar do desenvolvimento regional e da habitação? Desde quando teve a Administração Interna tais competências??? No MAI está a tutela das polícias civis, do SEF, dos bombeiros, do Serviço Nacional de Protecção Civil, da Direcção Geral de Viação, entre outros. No fundo, tudo o que se relaciona com homeland security (a defesa dentro de portas!)
Quanto à Habitação, actualmente estava no Ministério das Obras Públicas passando agora para as Cidades onde, como deve ser, consta o planeamento e o desenvolvimento regional. Quanto às comunicações entendo ficarem bem entregues junto das Obras Públicas e dos Transportes. Não percebo a lógica que te levaria a colocá-las na dependência da Agricultura (!). Quanto à Secretaria de Estado das Florestas, quando foi criada houve grande polémica sobre o Ministério onde deveria ser colocada: Ambiente? Administração Interna? Cidades? Agricultura? Na época optou-se por esta última solução. Não sei se será a melhor, talvez fizesse sentido colocá-la agora no Ambiente e Ordenamento do Território.
Quanto às pescas, como facilmente se depreende, os Assuntos do Mar não tratam da pesca (!) mas da gestão dos portos, da estratégia dos oceanos (não esquecer que Portugal ganhou a Agência Marítima Europeia), da investigação científica, e demais assuntos do mar que extravasam a competência do Ministério da Agricultura.
Quanto ao Trabalho, durante muito tempo foi tratado junto com a Segurança Social o que reforçava a ideia de que o Estado tem obrigação de criar empregos e acentuava o papel do Estado na eventualidade do desemprego. Transferir o Trabalho para os Assuntos Económicos, faz com que o Estado dê um sinal claro às empresas de que o trabalho de cria na sociedade civil. Retira a dimensão social e acrescenta a dimensão competitiva o que acredito poder ser uma boa aposta.
Talvez o que me causa maior perplexidade é a inclusão da pasta da Habitação no Ministério das Cidades, Administração Local e Desenvolvimento Regional mas decerto que foi a solução que o Primeiro Ministro considerou a mais adequada!
Mas tudo isto são considerações vagas na medida em que não é ainda conhecida a lei orgânica do governo que irá delimitar as esferas de competência dos vários Ministérios e mostrar que não há assim tanta confusão na orgânica governamental!

O novo governo...

Não me lembro de alguma vez ver um governo tão confuso!
Vejam, a título de exemplo o Ministéro da Administração Interna. Julgam que o Daniel Sanches vai tratar das ciades, habitação e desenvolvimento regional? Não! Isso é o Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional, José Luís Arnaut. Então será que ele trata das florestas, ao menos? Não, disso trata o Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Carlos da Costa Neves. E desengane-se quem pensar que ele, ao menos, trata das comunicações, porque isso está reservado ao Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mexia ou do Ambiente e Ordenamento do território porque isso trata o nosso Nobre Guedes, Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território. O que é que o MAI faz? Não sei!
Por outro lado gerou-se um conflito positivo de competências entre o dito Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas e o nosso Paulo Portas que, de um momento para o outro, para sua própria surpresa, ficou também com os Assuntos do Mar! É caso para se dizer que vai dar peixeirada!
Já para não falar que já estou a ver o ambiente geral nos Conselhos de Ministros, vai ser um ambiente parecido com o das escolas quando todos faziamos colecções de cromos:
-"Tens para a troca?"
É que dá a impressão que o governo recém formado está mesmo a precisar de uma remodelaçãozita.
Para começar, voltava a criar o Ministério da Segurança Social e do Trabalho e voltava a "dá-lo" ao meu ministro preferido, Bagão Félix. É que estava a fazer um trabalho tão bom por lá, que não devia ter trocado, mesmo que o Ministério das Finanças seja mais "poderoso".
E quanto ao Telmo Correia... É uma pena dizer isto, mas era o único deputado realmente bom que tinhamos na Assembleia. Os outros quase nem se dá por eles; ainda precisam de mais uns aninhos de experiência para chegarem ao nível dele. Ganha o Turismo e perde o órgão mais importante da Democracia, o Parlamento.
Aliás, uma boa sugestão para aumentar o turismo era levar os turistas a São Bento para eles se divertirem um bocadinho. De certeza que iam gostar imenso. :)

Parabéns CDS-PP e JP!

Como diz o DN de hoje, este é um partido que foi recebido pela Democracia... à pedrada.
30 anos passados, podemos ver que o CDS-PP foi uma pedra fundamental na construção desta nossa Democracia.
E se o CDS-PP está de Parabéns, também nós, Juventude do Partido (que já foi Juventude Centrista, Juventude Centrista/ Gerações Populares e é hoje Juventude Popular) está de Parabéns, porque tem já um caminho de longa data (não tem 30 anos, mas é a mais antiga juventude partidária em Portugal) a ajudar o Partido a construir a Democracia.

PPE - 365

Está uma pessoa sem vir ao blog uns dias e é logo isto: a quantidade de coisas que aparece para comentar!
Começo por comentar a "novela PPE" que, pela sua extensão já começa a parecer o Dallas.
Em primeiro lugar não gostei lá muito das soluções de tentativa compromissória da Bizita acerca da entrada no PPE. Oh Bizita, colocas-te como a defensora da Europa e a mim como o detractor, quando na realidade isso não é assim.
Sempre achei que era uma coisa óptima estarmos na União e partilharmos uma série de políticas e soluções comuns a 12, depois a 15 e agora a 25. Faz do "velho continente" uma força política e económica forte no mundo por contraponto aos selvagens do outro lado do Atlântico que acham que têm o mundo na barriga. Agora, federalismos não! Antes de ver este projecto constitucional, antes dele ser apresentado a público, era do mais possível a favor de um Tratado que viesse a unificar todos os outros tratados e que até se podia chamar Tratado Constitucional, porque mesmo sem ele já tinhamos uma Constituição material.
O que acontece é que este projecto foi longe de mais para meu gosto e agora, devo confessar, ainda não tive tempo para o ler depois de reformado pelo Conselho, mas disse-me que já leu o novo projecto que nas questões essenciais pouco foi melhorado.
Um referendo será muito necessário para que os portugueses estudem melhor o texto, debatam e passem a conhecer isto que nos é apresentado.
E aqui, acerca do Referendo, julgo que a Bizita concordará comigo... Assim, sim, temos um compromisso. Certo?
Quanto ao resto, nomeadamente o Bagão - o meu ministro preferido de sempre-  e todo o novo governo, terá que ficar para mais tarde que agora não tenho tempo.
 

16 julho 2004

XVI GOVERNO CONSTITUCIONAL

Ministro de Estado, das Actividades Económicas e do Trabalho: Álvaro Barreto.
Ministro de Estado e da Defesa Nacional: Paulo Portas. (CDS-PP)
Ministro de Estado e da Presidência: Nuno Morais Sarmento.
Ministro das Finanças e da Administração Pública: António Bagão Félix. (CDS-PP)
Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas: Embaixador António Monteiro.
Ministro da Administração Interna: Daniel Sanches.
Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional: José Luís Arnaut.
Ministro da Justiça: José de Aguiar Branco.
Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas: Carlos da Costa Neves.
Ministra da Educação: Maria do Carmo da Costa Seabra.
Ministra da Ciência e Ensino Superior: Maria da Graça da Silva Carvalho.
Ministro da Saúde: Luís Filipe Pereira.
Ministro da Segurança Social, da Família e da Criança: Fernando Negrão.
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: António Mexia.
Ministro da Cultura: Maria João Bustorff Silva.
Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território: Luís Nobre Guedes. (CDS-PP)
Ministro do Turismo: Telmo Correia. (CDS-PP)
Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro: Henrique Chaves.
Ministro dos Assuntos Parlamentares: Rui Gomes da Silva.

O Governo

Neste momento já sabemos:
 
Primeiro Ministro - Pedro Santana Lopes
Ministro de Estado e dos Assuntos Económicos - Álvaro Barreto
Ministro dos Negócios Estrangeiros - António Monteiro
Ministro das Finanças - Bagão Félix
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações - António Mexia
 
 
Não podemos dizer que são nomes fracos, segundas escolhas. Esperemos que as pastas que falta preencher sejam tão boas surpresas como estas. Eu acredito que serão!

Bagão Félix II

O Carlos congratula-se pela nomeação do Dr. Bagão Félix e inumera, com o rigor de alguém que percebe do assunto, quais serão os desafios do futuro Ministro das Finanças. Mesmo sem outro conhecimento de finanças públicas para além de uma cadeira semestral, descontraídamente feita no meu longínquo 2º ano, permito-me concordar com o que é dito.
Contudo, discordo com as considerações tecidas sobre a reforma da Legislação Laboral. Tenho que vos confessar que tive a 'sorte' de estudar Direito do Trabalho o ano passado, o que quer dizer que serei dos poucos 'lucky students' que estudaram a lei antiga e a lei nova (na altura ainda era apenas a o ante-projecto e depois a proposta de Código do Trabalho). E a que conclusões cheguei?
A minha principal conclusão é que o novíssimo Código do Trabalho é um excelente trabalho de 'codificação' ou, simplificando, de compilação. O universo das leis do trabalho era uma autêntica manta de retalhos difícil de perceber e integrar e, esse mérito, o Código do Trabalho tem: é uma lei bem organizada que facilita o trabalho ao aplicador.
No entanto, em termos materiais, na minha modesta opinião, o Código do Trabalho foi, em muitos aspectos, uma oportunidade perdida! Podíamos ter ido mais longe, inclusivamente nos pontos referidos pelo Carlos - flexibilidade e polivalência. No Código permanecem muitas das soluções da velhinha LCT, da Lei das Férias, Feriados e Faltos, das 'revolucionárias' Lei da Greve e Lei das Associações Sindicais, da LCCT, etc. Pusemos tudo num mesmo código mas mantivemos a essência do nosso Direito do Trabalho: rigidez do contrato individual de trabalho; demasiada protecção ao trabalhador; grande peso das associações sindicais etc...
Como grandes vantagens vejo a introdução de responsabilidade civil para os sindicatos pela convocação de greves ilícitas e a introdução de 'claúsulas de paz social', ambas as medidas profundamente criticadas pelos sindicatos! Outra boa solução do Código do Trabalho é a consagração do Dever de Ocupação Efectiva (embora a doutrina continue a degladiar-se sobre se existe um verdadeiro dever do empregador ou um direito subjectivo do trabalhador) pondo termo à vexata quaestio do Direito do Trabalho que tínhamos.
Admito que talvez serei demasiadamente liberal e como tal as soluções do Código do Trabalho não me contentem. Mas também sei que, se este primeiro passo já causou tanta contestação social, teria sido políticamente impossível ir mais longe. Como (quase) jurista acredito que, de iure condendo, é de admitir uma reforça do Código do Trabalho que corte com as amarras do passado e dê a Portugal uma legislação do trabalho mais ajustada a uma economia que queremos competitiva!

Ainda o regresso ao PPE (uma história em fascículos)

Diogo,
Não vou continuar a discutir o regulamento do PPE/DE, sobretudo quando, numa pantomina, vens introduzir o conceito do bonus pater familiae e pretender convertê-lo em bonna mater familiae, muito pouco ‘Antunes Varela’, senhor do antigo regime, profundamente conservador que tinha do papel da mulher na sociedade uma visão muito restritiva (basta ler as suas lições de Direito da Família para perceber qual o lugar que reservava o senhor às boas mães de família!)
Quanto à interpretação da lei, todos aprendemos as regras da interpretação literal, histórica, integrativa, extensiva, restritiva; aprendemos a procurar ‘reconstituir o pensamento do legislador’ e a olhar para toda a unidade do sistema! Não obstante o claríssimo artigo 9º do nosso Código Civil, os advogados, pantomineiros por excelência, sempre conseguem arrancar à letra da lei o sentido que mais lhes convém. Sabemos disso e (ab)usamos nessa ‘faculdade’ (uso o termo em sentido impróprio!)
No caso da nossa disputa bloggeira, (qual fado à desgarrada sem cantoria!) é isso que vem acontecendo. O Diogo é contra a entrada do CDS para o PPE e como tal apresenta o artigo 4º como o ‘papão’ que nos vai obrigar a uma tendência federalista; eu que aplaudo a entrada do CDS no PPE apresento o artigo 5º como cláusula de salvaguarda da nossa própria identidade em termos de pensamento sobre a evolução institucional da União.
No fundo o que me separa do Diogo é que eu serei, sem dúvida, bem mais europeísta que o Diogo e não me choca minimamente que o CDS integre o PPE. Acho que é benéfico para nós porque dará mais força a Portugal no seio do PPE ao reforçar a presença da delegação portuguesa permitindo que portugueses, mais facilmente, atinjam lugares de relevo (o que é sempre bom para Portugal!) Paralelamente é uma vitória muito nossa voltarmos, por aclamação, ao Grupo Parlamentar que tínhamos abandonado num momento de deriva anti-europeia, fruto do pensamento de um senhor que continua, sem sucesso aparente, a defender as mesmas ideias euro-cépticas sem, no entanto, ter complexos em propor alianças à esquerda, se tal lhe der um resquício de poder!
O CDS evoluiu em termos de pensamento Europeu, votou sim a Amesterdão e a Nice e é hoje um partido que acredita no projecto europeu e quer contribuir para ele com uma voz forte e convicta. Poderemos fazê-lo, claramente, mais facilmente no PPE!
No fundo é isto, querido Diogo, e por mim considero motivo de orgulho que numa mesma concelhia coexistam pessoas com pensamento diferente em áreas tão importantes como a Europa. Só do debate nascem as melhores soluções. Pela minha parte considero-me esclarecida quanto à tua posição que respeito (embora lamente) e espero que te consideres também esclarecido quanto à minha! 
 


15 julho 2004

É uma questão de senso comum...

Minha querida Bi,

Será que foi impressão minha ou li qualquer coisa do género: "Os deputados do Parlamento Europeu podem obter a qualidade de membros associados do Grupo se subscreverem as políticas
fundamentais do Grupo do Partido Popular Europeu e dos Democratas Europeus e se aceitarem o presente Regulamento. (Democratas Europeus)."
Se calhar foi impressão minha...
É que, um homem razoável de alguma informação e com uma inteligência mediana, o "bonus pater familiae", faria as seguintes perguntas:
1) Quais são as políticas fundamentais do grupo?
2) O que é aceitar o regulamento?

Vai daí, o mesmo "bonus pater familiae" leria: "Estes representantes (mencionados nos artigos (4.a e 4.b) estão empenhados numa política, que, com base numa Constituição, promove o processo da unificação e integração federal na Europa, elemento constitutivo da União Europeia enquanto União de cidadãos e de Estados."
E tiraria daí as respostas para as sua intrigantes questões:
1) Promover a unificação e integração federal europeia.
2) Aceitar uma série de políticas que visam promover a dita cuja unificação e integração europeia.

E o nosso querido Varela, que nos deu umas quantas ideias sobre como interpretar leis num livrinho de que talvez já tenhas ouvido falar chamado Código Civil, ficaria agora com dúvidas se teria sido necessário incluir o critério da "bonna mater familiae" para que a Beatriz Soares Carneiro percebesse que o critério da pessoa razoável com alguma inteligência se aplica sempre.
E como se não bastasse, o mesmo "bonus pater familiae" ou a "bonna mater familiae" ainda se interrogariam acerca de uma coisinha: para quê ser associados a um grupo enorme, quando se pode ser parte integrante de um grupo pequeno mas com alguma influência no qual temos maior importância relativa?
Essas e outras perguntas inquientantes serão respondidas no próximo volume de: "Bizita vai ao PPE" (depois dos estrondosos êxitos de Anita vai ao circo, Anita vai ao campo e Anita vai à praia).

13 julho 2004

Tudo se resolve com a correcta interpretação dos Estatutos

Até condescendo que às vezes salte parágrafos mas o meu querido amigo tem outro defeito pouco próprio de um jurista, que é não fazer a correcta interpretação da lei.
Eu transcrevi dois artigos dos estatutos que dizem respeito a duas formas distintas de participação no PPE/DE:

1ª - membro do Grupo PPE/DE, ao abrigo do artigo 4º;
2ª - membro associado do Grupo PPE/DE, ao abrigo do artigo 5º

Como se vê, os membros associados não estarão sujeitos ao 1º parágrafo do artigo 4º que, inclusivamente, diz que apenas os representantes mencionados no artigo 4º a) e b) estão « empenhados numa política, que, com base numa Constituição, promove o processo da unificação e integração federal na Europa, elemento constitutivo da União Europeia enquanto União de cidadãos e de Estados

O CDS, à semelhança dos Conservadores Ingleses e dos Democratas-Cristãos Polacos, integra o PPE ao abrigo do artigo 5º, como membro associado, estando por isso totalmente desvinculado de uma política federalista.

Exemplos práticos, se estiver em cima da mesa uma votação que reforce o pendor federal da União, o PPE poderá votar a favor (sendo que o PSD, nesta matéria está vinculado a votar com o seu Partido Europeu) sendo que, ainda assim, o CDS possa votar contra, de acordo com o preceituado no segundo parágrafo do artigo 5º que diz «ao abrigo deste artigo os membros têm o direito de promover e desenvolver as suas diferentes opiniões relativamente a questões constitucionais e institucionais no que diz respeito ao futuro da Europa

Como se percebe, em nada é posta em causa a nossa visão anti-federalista permanecendo intacta a nossa liberdade de votar contra todas aquelas propostas que nos pareçam aprofundar uma visão federal da União. Pelo contrário, não perdendo liberdade nem abdicando das nossas convicções, ganhamos nova projecção no maior grupo do Parlamento Europeu o que é bom para o CDS e para Portugal.

Como se vê, querido Diogo, o que aqui está em causa, neste momento, não são diferentes posições face ao retorno do CDS ao PPE mas, apenas, a correcta interpretação dos Estatutos coisa que nós, ‘quase advogados’ devemos saber fazer!

Ai Bizita, Bizita...

A Bizita (cujo nome vem de ter ido visitar uns parentes ao Norte) escreve bem, é querida, simpática e divertida. Mas ele há dias em que, enquanto lê, salta um ou outro parágrafo, como por exemplo:
"Estes representantes (mencionados nos artigos (4.a e 4.b) estão empenhados numa política, que, com base numa Constituição, promove o processo da unificação e integração federal na Europa, elemento constitutivo da União Europeia enquanto União de cidadãos e de Estados."
Eu não concordo nem quero que o meu partido defenda o processo de "integração federal europeia", porque eu, pura e simplesmente, não acho que deva ser esse o sentido da evolução da Europa.
Sou a favor de uma Europa coesa no que toca a políticas económicas e sociais, no que toca à livre circulação de pessoas e bens e no que toca a uma maior colaboração na área da Justiça e Assuntos internos em matérias tão importantes como a extradição, como uma maior uniformização do Direito Penal Económico.
Mas uma integração federal implica uma série de coisas que eu não quero que o meu partido defenda, como por exemplo:
- Uma "Constituição Europeia"; esta que está em análise, por exemplo, não foi um documento negociado entre os diferentes países da Europa, mas foi um documento elaborado por uma Comissão a quem ninguém pediu que elaborasse uma Constituição e depois apenas rectificada e retocada pelos diversos países no Conselho Europeu;
- Um exército único, mas acerca disso podem ler o que escrevi aqui há uns meses;
- Uma política externa totalmente comum - como é óbvio, há o mínimo que tem de ser comum, se queremos uma Europa mais unida, e para além desse mínimo até há mais espaço de manobra, sem termos que ter um Ministro dos Negócios Estrangeiros comum, uma posição sempre comum, por exemplo na ONU e se não podemos manter relações económicas, diplomáticas e institucionais privelegiadas com países que historicamente nos são mais próximos.
Por ser um Partido Europeu tendencionalmente federalista, o CDS-PP pode tomar uma de duas atitudes:
- ou concordar com eles, o que, como é óbvio, acho muito mal;
- ou acabar por sair de novo e regressar ao grupo da Europa para as nações.
Bizita do coração de todos nós, onde é que estão as diferenças em matérias Nacionais e Europeias em que nós nos possamos basear para defender um voto no CDS-P e não no PSD (e eu não estou a falar da ideologia base mas da sua aplicação na prática).
«
ESTATUTOS DO PPE-DE
CAPÍTULO II - MEMBROS DO GRUPO


4.
a)São membros do Grupo os representantes eleitos ao Parlamento Europeu nas listas dos Partidos membros do Partido Popular Europeu (Federação dos Partidos Democratas Cristãos da União Europeia).

b)Outros deputados do Parlamento Europeu podem também obter a qualidade de membro do Grupo do Partido Popular Europeu e dos Democratas Europeus se subscreverem o programa político do Partido Popular Europeu e se aceitarem o presente Regulamento.

Estes representantes (mencionados nos artigos (4.a e 4.b) estão empenhados numa política, que, com base numa Constituição, promove
o processo da unificação e integração federal na Europa, elemento constitutivo da União Europeia enquanto União de cidadãos e de Estados.

Actuando com base no modelo da Comunidade na UE, os representantes definem os respectivos valores e objectivos em conformidade com o
actual programa eleitoral do PPE e com princípios tais como a liberdade e a democracia, bem como o Estado de Direito, o respeito pelos direitos humanos e a subsidiariedade.


5. Os deputados do Parlamento Europeu podem obter a qualidade de membros associados do Grupo se subscreverem as políticas
fundamentais do Grupo do Partido Popular Europeu e dos Democratas Europeus e se aceitarem o presente Regulamento. (Democratas Europeus).

Ao abrigo deste artigo os membros têm o direito de promover e desenvolver as suas diferentes opiniões relativamente a questões constitucionais e institucionais no que diz respeito ao futuro da Europa.
»


Transcrevo aqui os artigos 4º e 5º dos Estatutos do PPE/DE para que o todos, e o Diogo em particular, possam verificar que o CDS ao integrar o PPE/DE, ao abrigo do artigo 5º (convém fazer sempre esta nota), não está a abdicar das suas posições cautelosas quanto ao futuro da integração europeia nem está a filiar-se no ‘federalismo’. Salvaguardamos as nossas posições relativamente às questões constitucionais e institucionais da União não abdicando, minimamente, do que sempre defendemos – uma Europa de Nações e não um Estado Federal!
Convém lembrar que não perdemos margem de manobra de duas formas – temos ampla liberdade de defendermos as nossas posições quanto à evolução institucional da Europa e o CDS e PSD não formarão um só grupo dentro do PPE/DE. São dois partidos distintos e independentes embora cooperantes e integrando uma mesma delegação nacional.
Paralelamente, basta olharmos para o documento que estabelece as prioridades do PPE/DE para o mandato 2004/2009 para percebermos que o CDS se revê em muitas delas. Refiro, apenas a título exemplificativo, o rigor nas finanças públicas; a promoção da competitividade económica; preocupação central com a educação e o ‘long-life learning’; aposta nas novas tecnologias; criação de uma sociedade solidária; forte preocupação com a segurança, quer interna quer externa e ponderação das novas ameaças. São exemplos que provam como as preocupações enunciadas pelo PPE/DE encaixam perfeitamente naquelas que têm sido as linhas de força do CDS no seu discurso interno!
Por último, como foi dito pelo Presidente do Partido, o CDS acaba de integrar o maior Grupo Parlamentar do Parlamento Europeu, regressar à sua casa de origem, a Democracia Cristã, ressalvando a sua identidade e liberdade. Consegue também aumentar o peso institucional de Portugal no grupo o que, sem dúvida, é benéfico para os interesses nacionais!
Por tudo isto, e vejo que ao contrário de outros, entendo que é benéfico e de saudar o regresso do CDS ao PPE/DE. Talvez esta minha posição seja o reflexo do que penso quanto ao futuro da Europa - rejeição do discurso eurocéptico, acreditando que devemos estar no Projecto Europeu com confiança e vontade procurando conseguir que os interesses nacionais sejam sempre protegidos e defendidos!

12 julho 2004

Olá Bizita!

Pois é, Bizita, tens razão quanto à nossa única ex-primeira ministra, a senhora está morta, Deus a abençoe e guarde!
Mas não te dou razão quanto ao PPE. Soube agora, por ti (és tipo Jornal da Tarde) que o CDS-PP voltou a integrar o PPE e não gostei.
Eu continuo a rever-me no Grupo Europa para as Nações e julgo que a maioria dos eleitores do CDS-PP continua euro-cauteloso e não gosta do rumo que a direcção do partido está a tomar para não divergir do parceiro de coligação. Pelo menos assim pensam aqueles (não poucos) com quem eu tenho falado sobre o assunto.
Por isso, se concordo contigo num post, discordo no outro: acreditando na tua palavra do nosso regresso ao PPE, fico muito triste com esse facto.
Até porque, não sei se te lembras da nossa conferência com o Eurodeputado Ribeiro e Castro, em que ele se manifestou bastante satisfeito com a nossa pertença ao Grupo União para a Europa das Nações, pelo que estava confiante que aí haviamos de pertencer.
Agora deixo-te um desafio: diz-me em quê, de concreto, em políticas nacionais e europeias, o CDS-PP diverge hoje do PSD porque começo a ver as diferenças cada vez mais esbatidas.

Para o Diogo

Às vezes fico espantada com as coisas que um rapaz conservador, católico e democrata cristão é capaz de dizer. E o teu último post, Diogo, deixou-me realmente espantada e merece o meu total desacordo.

Por maiores que sejam as divergências políticas (e as nossas com a Engª Maria de Lourdes Pintassilgo eram enormes) não devemos faltar ao respeito a uma senhora e muitos menos depois da sua morte.

Por isso chocaram-me as palavras que usaste, porque independentemente de tudo, se há coisa que nós no CDS nos orgulhamos é do nosso humanismo, do nosso institucionalismo e da forma como respeitamos a democracia e a liberdade. E todos estes valores não se compaginam com o tipo de comentário que te mereceu a morte da Engª Pintassilgo.

E já que este tema aqui foi trazido, devo dizer que Portugal, no espaço de uma semana perdeu duas grandes senhoras que, cada uma na sua área, contribuiram para o nosso país: Sophia de Mello Breyner e Maria de Lourdes Pintassilgo. Agora, pouco me importa se eram de esquerda ou de direita, exaltadas ou calmas! Eram mulheres de fibra, com alma e convicções. Por isso merecem o nosso respeito.

O Regresso

O CDS acabou de regressar ao Partido Popular Europeu, família política que tinha deixado, em rota de colisão, nos tempos da liderança de Manuel Monteiro.

Este acaba por ser o passo que faltava para afastar, em definitivo, as suspeições que sobre o nosso partido pairavam no que toca à sua convicção europeia. Voltámos à nossa família de origem, onde se encontram partidos com que temos grande afinidade, caso dos Conservadores Ingleses, e que defende, em larga medida, aquilo em que também nós acreditamos.

No Parlamento Europeu, como na A.R., o CDS faz hoje parte da maioria provando, para quem ainda tinha dúvidas, que é um partido de governo, maduro e europeísta, mas não federalista ou 'eurodeslumbrado'!

Parabéns ao CDS por voltar ao PPE.

E, principalmente, parabéns ao PPE por voltar a ter, nas suas fileiras, os eurodeputados do CDS!

A outra que morreu...

Sim, André, a pássara, a pintassilga exaltada. Essa mesma! :)
Acho giro que em Portugal basta morrer-se para se tornar um herói (ou heroína) e, quando nada de bem se pode dizer-se, diz-se que era uma pessoa "com causas".
Não fez grande coisa nos poucos meses em que foi 1.ª ministra; não tinha feito antes nem voltou a fazer depois. Andou lá pelos Graals e pronto! Mas quando morreu, não houve quem não tivesse passado pela Basílica da Estrela e chorado um bocadinho.
Ai, este fado de ser português...

Sem Título

«a "outra" que morreu tinha razão(...)», ai ai Sr. Diogo...

10 julho 2004

Pressões, Impressões, Expressões e Depressões 2

Aproveitando um post anterior...

PRESSÕES
A esquerda em geral e o PS em particular pressionou, pressionou, pressionou... E agora explodiu! :)

IMPRESSÕES
Fiquei com a impressão que as pessoas (Gomes, Alegre, Boaventura, etc.) que disseram que estavam arrependidas de terem votado Sampaio deviam ter vergonha na cara de vir dizer isso nas televisões. Se discordam, discordem à vontade, mas tanto a decisão de convocar eleições antecipadas como a de convidar o PSL a formar governo eram constitucionalmente admissíveis, pelo que as suas declarações são, quanto mais não seja, de uma falta de chá a toda a prova.

EXPRESSÕES
O Ferro estava com uma expressão triste, coitadito. Realmente a outra que morreu tinha razão; este é o período mais grave da Democracia portuguesa desde o 25/04: só agora descobrimos que uma decisão de dissolver ou não o Parlamento é uma derrota pessoal do líder de um partido e que, afinal de conta, havia um caminho certo e um errado e anti-democrático. É expressão da voz da esquerda...

DEPRESSÕES
Ai que pena ainda não termos restaurado a Monarquia para as pessoas não virem a seguir dizer que estavam arrependidas de terem votado no Chefe de Estado só porque ele tomou uma decisão que lhes não agradasse.

07 julho 2004

Pressões, Impressões, Expressões e Depressões

Pressões - não sei porque mas ao pensar na palavra 'pressão' só me vêm à cabeça aquelas manifestações convocadas pelo Dr. SMS Louçã.

Impressões - as minhas dizem-me que, se calhar, e contra tudo o que o bom senso aconselharia, o PR vai ceder às pressões (ver anterior) e convocar eleições.

Expressões - de repúdio à chinfrineira da esquerda que histericamente tem exigido eleições!

Depressões - as de nós todos se este país voltar a cair nas mãos dos socialistas!

06 julho 2004

Hoje à saída de Belém, Carlos Carvalhas disse que a crise é da responsabilidade de Durão Barroso e da estrondosa derrota da direita nas últimas eleições.

Após a saída de Durão Barroso e havendo uma solução parlamentar porque demora Jorge Sampaio a tomar uma decisão? Não me parece que a culpa seja de Durão Barroso.

Como segundo argumento alega que o governo perdeu toda a legitimidade nas últimas eleições europeias.

Não ponho em causa a derrota da Coligação, mas, será que a derrota de uns implica necessariamente a vitória de outros? se não vejamos, a campanha da esquerda com o seu cartão amarelo (do PS) ou o encarnado (da CDU) apelavam ao voto contra a coligação e não o voto a favor do PS ou CDU, e foi isso que fizeram (os poucos que foram votar) votaram contra a coligação e não a favor dos outros partidos.

É por isso que eu pergunto, será os votos dos partidos de esquerda com assento parlamentar (PS, BE, PCP e Verdes) nestas eleições, que juntos somam 1993855, valem mais dos que os 2657187 das ultimas eleições legislativas.

Eu não sou matemático, mas mesmo assim atrevo-me a dizer que existe uma clara diferença entre aqueles que votaram a favor dos partidos da coligação em 2002 e aqueles que agora votaram contra, por isso é caso para dizer que mesmo a meio da legislatura o balanço é positivo.


A decisão

Oh Diogo que ingénuo que me saíste!
Como queres que o PR tenha confidenciado aos meninos da selecção quem vai ser o nosso próximo Primeiro Ministro se o senhor ainda nem sequer tomou a decisão?????
Ele ainda está em consultas, hoje e amanhã ouve os partidos, depois ouvirá o Conselho de Estado (quem me mandou ter dado a ideia) e só fica a faltar ouvir o Grilo Falante e demais entidades do mundo da animação!
Depois de mais esta ronda de audiências (daqui a nada este processo tem mais jornadas que a Super Liga!) talvez tenhamos decisão. Mas nunca fiando!!!!

Euro e Ouro

O homem de Belém ontem decidiu condecorar os "nossos rapazes" que tão bem se portaram no Euro. Foi justo e merecido!
Vai daí, não sabemos se, em jeito de confidência, revelou a algum jogador quem ia ser o nosso futuro 1.º
Estou mesmo a imaginar:
"- Oh Luís, pá, nunca pensaste em abrir em Portugal um restaurante com bar e disco que seja a maior da Europa? Agora é altura certa... (o Sampaio pisca o olho ao capitão da equipa Portuguesa) É que parece que agora vai passar a haver subsídios e isenções fiscais para essas actividades."

02 julho 2004

Pois é, a coisa parece complicada...
O nosso 1.º diz que fez um acordo com o PR para o seu sucessor na Lapa ser também o sucessor em São Bento e o PR diz que não fez qualquer tipo de acordo e por isso está livre para decidir como entender.
Esta segunda hipótese parece-me ser a mais verosímil. Como eu disse na minha última entrada, a responsabilidade da designação de um novo 1.º cabe só ao PR, mas antes aconselha-se com uma série de personalidades, nomeadamente do Conselho de Estado.
Já estive mais convencido de que o PR ia aceitar a sucessão a Durão pura e simples do que estou hoje...
E o futuro ao PR pertence! :)
Acima de tudo deve-se manter uma esperança para o país, a de que o Ferro nunca venha a ser 1.º

Ups!

Ups!
Parece que me enganei; afinal vai a Grécia à final...
Ainda bem que não entrei nas apostas aqui do escritório; tinha perdido dinheiro inutilmente.

01 julho 2004

Um artigo com interesse... - Diário Digital de hoje

"Portuguesíades
Durão Barroso, maoismo, mercenarismo
João de Mendia

Há muito tempo, pela altura de se suceder ao Doutor Salazar, colocaram-se algumas hipóteses nesse sentido, não muitas, para além de todas elas terem de reunir uma série de requisitos difíceis de juntar numa só pessoa. Mas não podia deixar de ser assim por razões, até, de doutrina. Uma das pessoas que esteve à beira de ser nomeado foi o Embaixador Franco Nogueira, pessoa que muitos teriam gostado de ver substituir o antigo Presidente do Conselho, sobretudo por se saber que suceder a Salazar seria tarefa ao alcance daquele Senhor.
Franco Nogueira era uma das pessoas com mais hipóteses para presidir ao governo dada a sua qualidade de estadista e de ter uma projecção internacional adquirida na defesa do ponto de vista de Portugal, de uma forma reconhecidamente brilhante, e com que muitos diziam discordar. Sabe-se hoje que não eram tantos como isso. Mas enfim, a defesa de Portugal nos areópagos internacionais era de tal forma bem concebida e apresentada por Franco Nogueira, que ainda hoje os seus discursos são citados na ONU como peças de uma importância e qualidade politica e literária extraordinárias. Mas, e apesar de tudo isto, Franco Nogueira declinou esta hipótese com o argumento de não se sentir com à vontade suficiente na área económica, e Portugal se encontrar, na altura, numa fase em que era necessária uma especial atenção nesse sector. Sobretudo pela necessidade de um rigor draconiano com o orçamento que a guerra no Ultramar exigia. Foi, como todos sabemos, nomeado o Prof. Marcelo Caetano, outro dos poucos estadistas com perfil para a sucessão.

Passado muito tempo, já no fim dos anos 80, no decorrer de uma cerimónia de aniversário do Comando da NATO em Oeiras, um general americano perguntou ao Senhor General Kaúlza de Arriaga qual seria a população de Portugal. Depois de saber a resposta, dez milhões, aquele oficial generala americano ironizou dizendo que, do que o nosso País necessitaria seria de um bom “mayor”, aludindo ao facto de haver várias cidades americanas, só elas, com bastante mais gente que isso, e um razoável número de empresas também americanas terem orçamentos superiores ao do nosso Estado.

Servem estas alusões para a constatação da perda inexorável de importância relativa de Portugal ao longo do tempo que medeia estes dois episódios. Esteja-se ou não de acordo com o processo, surpreenderá, assim, menos, certas atitudes relativamente ao nosso País por parte dos que hoje mandam na Europa. Portugal, sem o Ultramar, passou a ser bastante menos uma realidade em que se acredita, e bastante mais uma outra que se contabiliza. Mas se a análise for mal feita e se correrem mal as soluções propostas pelas novas regras, serão os mesmos dez milhões a sofrer as consequências. Não os Barrosos, ou os Lopes que vêm as suas questões de tesouraria paroquiana resolvidas. Muito bem resolvidas.

Temos vindo a constatar que, muito por culpa nossa, a posição de Portugal no concerto europeu é a que se sabe, ou seja, praticamente nenhuma. E esta é a tristíssima das realidades por muito que nos queriam convencer do contrário para justificar aquele recente e ridículo afã para se colocarem em Estrasburgo dezenas de caríssimos agentes partidários. Não deputados de nação nenhuma, por ter caído este conceito, nem muito menos defensores dos nossos interesses, porque os nossos, e os deles, nem sempre são os mesmos. São até antagónicos, muitas das vezes.

Uma coisa é não nos ligarem a importância que merecemos, outra, muito diferente, e bem mais grave, é verificarmos que é cá de dentro que vem a peregrina ideia de não sermos, afinal, o “valor mais alto que se alevanta,”. Esse valor, a existir, será a tal Europa em relação à qual existem cada vez mais e maiores dúvidas. É mesmo o responsável máximo pelas boas promessas que se fizeram nas eleições, Durão Barroso, o primeiro a achar isso mesmo. E troca o que deveria ser a relevância transcendente de servir o seu País, por uma mera e efémera etapa na sua carreira política pessoal, que terá que passar por se colocar ao serviço dos grandes da Europa, muitas vezes contra os interesses do País de onde saiu, na véspera, como Primeiro Ministro.

Em plena recuperação, que a todos nos custa o que custa conseguir, e a meio de uma das mais sérias e complicadas fases da nossa vida, tanto no que diz respeito aos problemas internos como externos, Barroso, abandona. A carreira de Sua Excelência é, no fundo, o que sempre esteve bem acima de tudo isto. A isto, cá entre nós, sempre se chamou, trair.

Já não se equaciona a circunstância de Barroso ser o que restou de consultas falhadas, nem do facto de ter sido uma opção de último recurso, mas a realidade formal de se ter chegado ao estado de ser possível convocar um Primeiro Ministro em exercício, a meio de um mandato, para um lugar na Comissão que o sujo jogo do poder não conseguia preencher.

Da parte dele, Barroso, confirmam-se as reticências que havia de início, por se tratar de um personagem para quem certas premissas que seriam inerentes ao perfil de um Primeiro Ministro pareciam ser irrelevantes. E eram, como se confirma. Para ele, o Zé Manel, pelo que de muito grave foi responsável ao serviço do MRPP já em idade bem adulta, como torturar professores na faculdade amarrando-os a cadeiras, cuspir na cara de quem não concordava, participar no assalto à Embaixada de Espanha, entre outras coisas, faz agora sabe-se lá o quê, ao serviço sabe-se lá de quem, com puro espírito de mercenário a soldo de um pretor de circunstância.

A partir de agora, quando se disser que é ao serviço de um pretor que está o Barroso, é isso mesmo que se quer dizer, na medida em que muitas das decisões que irá tomar na Comissão serão, como sempre têm sido as dos outros, para benefício dos grandes. O que corresponde a dizer que, com frequência, serão contra Portugal. E isto tem o tal nome que eu dizia acima. Não existem duas leituras."


Venham os aplausos ou venham os tomates, mas manifestem-se sff.
Abreijos,

Luso-euforia

Estou numa luso-euforia...
Quem me conhece sabe que eu sempre fui muito orgulhosamente português, mesmo quando, supostamente, estávamos todos de tanga. Mas agora, de um momento para o outro estamos nas finais do Euro e vai um tuga para a Presidência da Comissão.
Mas vamos por pontos...
Portugal na final: bem sei que não é decisivo para a vida de cada português que portugal esteja na final do Euro de futebol e que não vamos resolver os problemas nacionais mesmo que consigamos vencer o campeonato, mas este Euro está a criar uma catarse de amor a Portugal que é muito bem vinda. Por todo o lado se vêem bandeiras de Portugal e as pessoas andam felizes e orgulhosas do país. Isso é bom! Isso é mesmo muito bom...
Por outro lado o nosso Primeiro vai para Presidente da Comissão. Internamente, bem sei que tem gerado muita confusão e que não se sabe quem é o Senhor que se segue. Ou pior... O nome que se perfila como o mais provável não é própriamente uma solução fantástica...
MAS... Quem é que dava um chavo pelo Durão Barroso antes dele ser 1.º? Nem as pessoas do PSD! Não que ele tenha sido fantástico, mas soube equilibrar bem os problemas óbvios de um governo de coligação, o que já é bom.
Mas concordo com a Bi em que isso pode beneficiar muito Portugal pela importância que isso nos dá nas negociações comunitárias.
Já para não falar de que a Presidência da Comissão Europeia, o órgão com mais poder da União, está, sem dúvida, no Top+ dos cargos políticos mundiais.
Por tudo isto estou luso-eufórico.
Mais tarde escrevo as minhas opiniões sobre o novo governo que se vai formar e sobre as opções para o jogo com a República Checa (não estão mesmo a ver a Grécia a vencer hoje, pois não?)...