31 janeiro 2005

Resultados de 20.02

Ouço muita gente de direita dizer que se vai abster nas próximas eleições ou então votar em branco ou nulo e isso deixa-me triste.

Fico triste porque entendo que estamos num momento crucial em que podemos escolher um de duas caminhos:

a) ou tomamos uma das medidas acima descritas e contribuimos para que a direita seja literalmente cilindrada nas próximas eleições por uma esquerda que se sentirá legitimada para as mais torpes "reformas" em tudo o que toca a medidas sociais, como a concepção de família e o direito à vida, medidas económicas como a maior intervenção estatal e o crescimento do "papão" Estado, medidas internacionais como uma aposta numa política militar europeia à margem e por oposição à NATO, etc.

b) ou então apoiamos a direita e defendemos os valores em que acreditamos, que socialmente se alicerçam na família, no direito á vida, etc., economicamente se baseiam numa justiça social aprofundada mas com os privados como alavanca da economia e last but not least, internacionalmente optam por uma aliança Norte-Atlântica em que não haja uma Europa-rebanho dos EUA, mas em que esta tenha toda a sua importância nesse contexto e não contra o mesmo.

Gostava de estar tão optimista como o Carlos, mas não estou. Claro que acho um absurso certas sondagens que põem o PCP e o BE à frente do CDS-PP, mas já não acho que seja absurso que os dois juntos tenham muitos mais deputados que tiveram nas últimas eleições, não tanto graças a mais votos, mas devido a uma maior fidelidade do eleitorado de esquerda, que não vai ficar em casa e, muito menos, vai às urnas votar em branco ou anular o voto.

Quando as pessoas de direita derem por isso, têm um Parlamento com dois terços de deputados de esquerda e uma extrema esquerda com resultados sem precedentes desde o fim do PREC.

Numa nação europeia do século XXI isso é francamente triste!