25 março 2004

O Diogo ficou chocado com o resultado que lhe deu o teste do political compass... não sei se já mais alguém o experimentou e terá, eventualmente, ficado chocado/a com os resultados! Gostava de saber, confesso!


No meu caso, acho que o resultado foi bastante aproximado daquilo que penso: direita moderamente liberal! O facto de ser de direita não me surpreendeu, antes pelo contrário! Quanto ao ser liberal, julgo que tem que ver com a evolução que tenho feito em termos de pensamento político nos últimos tempos. Não serei uma neo-liberal convicta mas acredito que o Estado deve, no essencial, deixar o mercado funcionar livremente e também no tocante às chamadas questões sociais deve abster-se de se intrometer na vida dos cidadãos definindo comportamentos ou padrões. Não posso contudo, esquecer, a matriz democrata-cristã que marca ainda, em larga medida, o meu pensamento sobre algumas dessas questões sociais e que suavizam traços potencialmente liberais!


Gostaria de citar, a este propósito, uma frase de um artigo do Professor João Marques de Almeida que, falando sobre a posição da direita face a questões tão difíceis como o aborto, a toxicodependência, as uniões de facto homossexuais e outras, deixa uma pista de reflexão interessantíssima: «Há uma lição que a direita não se pode dar ao luxo de esquecer. Foi a convicção nas virtudes da tolerância e do pluralismo que permitiu que a direita liberal derrotasse os seus adversários totalitários do século XX. Ora, esses valores não servem só para derrotar os nossos inimigos. Devem servir também para vencer os nossos fantasmas sociais e morais