18 janeiro 2005

A fonte de todas as virtudes

O nosso 1.º veio a público comentar com ironia que o PP é agora a fonte de todas as virtudes.
Independentemente disso não lhe ficar lá muito bem, dado que há apenas umas semanas atrás assinou um acordo com o CDS-PP pelo qual se comprometeu que os ataques de campanha iam ser dirigidos à esquerda, muito se poderia dizer sobre a veracidade desta afirmação. E sempre para concluir que ela é de facto verdadeira.
O que é que se quer de um partido?
Quer-se políticos competentes? Sem dúvida que o PP os teve nesta legislatura, quer no governo, em alguns Ministérios e Secretarias de Estado, quer no Parlamento.
Quer-se organização? Muitas vezes o Portas tem usado uma figura de estilo gira e que equivale à verdade, é que o PP está a funcionar como uma orquestra, bem sincronizada. O maestro, ele próprio, sem dúvida que é uma peça chave e essencial, mas sem que os músicos tocassem bem e sincronizados, de nada valia o bom orquestro.
Quer-se boas iniciativas políticas? O PP foi, ao longo da última legislatura, o partido-alavanca das boas reformas dos 2 governos de coligação: o código de trabalho, a reforma executiva, a adaptação das FAs ao fim do SMO, etc.
E se mais se fez, foi porque mais não se pode fazer por causa daquela pessoa que nós sabemos e que, espero, tenha que sair de Belém depois das eleições.
E daí, r. 1.º Ministro, como V. Exa. pode ver, da próxima vez que disser que o PP é fonte de todas as virtudes, não o diga com ironia.