19 fevereiro 2005

Aqui vou eu para o Brasil!

Estou péssimista! É verdade, acho que amanhã Portugal vai ter um péssimo resultado nas eleições, o que o vai prejudicar enormemente numa altura fulcral para a Europa, em que os países mais periféricos como Portugal têm uma forte concorrência nos novos membros da UE.
Aliás, eu não estou péssimista, estou super-péssimista.
Péssimista estaria se achasse que a esquerda ia ter maioria absoluta, mas eu acho é que a esquerda vai ter maioria qualificada. Poderá rever a constituição a seu bel-prazer, mudar o já confrangedor nome de República Portuguesa, para o ainda pior República Popular Portuguesa e outras medidas que tais.
Poderá fazer as reformas que bem entender, aprovar leis de base, dirigir a economia do país e sabe-se lá que mais.
Perante isto a minha actuação vai ser:
1) Ir votar por descargo de consciência;
2) Desligar o TM às 20.00 e recolher-me no meu quarto a ler "O Príncipe e a Lavadeira" para não ter insónias por ver o desabamento do país;
3) No dia seguinte vou para o escritório como se nada fosse e tento perceber pela cara da Sofia, que me dá os bons dias todos os dias mal eu entro no escritório, se é caso para fazer já as malas, ou se posso esperar até ao fim do estágio (já agora ficava feito, por descargo de consciência).
Mas não se preocupem que tenho o passaporte em dia e posso deixar posts nos meus blogs aqui ou no Brasil e que tenho na conta o dinheiro suficiente para lá chegar e ainda me aguentar uns dois meses à procura de trabalho (ainda bem que sou poupadinho).
No fundo, há males que vêm por bem. O Brasil é mais quente, mais divertido, com uma cozinha e um povo impecáveis, e, apesar de ter um governo PT, dificilmente pode ficar economicamente pior do que está.