10 março 2005

greve e lock out

Se há coisa que me chateia neste país, são os complexos de esquerda deixados desde o 25.04 que nem sequer permitem a muita gente perceber o que é um Estado de Direito Democrático.
Ora, um Estado de Direito Democrático é aquele no qual a Lei (latu sensu, no sentido de legislação) é feita nos termos da Constituição, a Administração se submete ao império da Lei e em que, Constituição, Lei e Administração respeitam um acervo de direitos considerados fundamentais e que estão expressos em diversos acervos internacionais, como o sejam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Convenção Europeia dos Direitos do Homem, etc. No fundo, estes direitos advém até da própria condição humana e são inerentes ao homem por direito natural.
Ora, um dos direitos consagrados, e muito bem, nesta Constituição é o direito à greve (art. 57.º CRP) no título de direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores. No entanto, no mesmo artigo, é proibido o lock out, que, no fundo, é obrigar à greve.
O que está a acontecer neste momento na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, é precisamente o lock out. Ao encerrar a faculdade a cadeado, os estudantes que promovem esta greve não estão a deixar os que não querem fazer greve assistir às aulas.
Eu, por exemplo, que não tenho nada a ver com o método de avaliação dos estudantes de licenciatura e quero é assistir às aulas da pós graduação que estou a pagar bem cara, estou sem saber se amanhã tenho ou não aulas por causa dos estudantes que bloquearam a faculdade.
E agora chegam os complexos de esquerda... Vamos a um daqueles silogismos lógicos:
1) Os estudantes estão a violar um direito meu;
2) A polícia serve para proteger os meus direitos;
Logo:
A polícia deve intervir para proteger os meus direitos.
Em conclusão, se eles não quiserem is às aulas, não vão, mas que não obriguem ninguém a ficar sem aulas e, se necessário for, que façam a polícia intervir e abrir as portas da faculdade.
Sem complexos, sff!