E a Inglaterra aqui tão perto
Tony Blair voltou a ganhar as eleições, o que é inédito, um governo trabalhista a conquistar três mandatos de seguida. Mas desta feita não conseguiu maioria absoluta, tendo perdido muitos lugares quer para os Conservadores quer para os Liberais.
O que é que se passa em Inglaterra, para isto estar a acontecer? O que é que se passa com o Partido Conservador para estar tanto tempo na oposição? O que lhes falta para vencerem Tony Blair?
É que, ao que parece, Inglaterra, o berço da Democracia hodierna, não resistiu ao movimento de despolitização a que se assiste em todo o mundo.
Essa despolitização marca-se pelo seguinte: é indiferente os disparates que alguém tenha feito no governo, assim como é indiferente os planos que cada partido tenha para governar, assim como a competência dos líderes de cada partido. O que conta é a imagem que os líderes passam.
Conseguir votos é, cada vez mais, uma questão de tratamento da imagem dos líderes. Um líder quer-se jovem, dinâmico, bem parecido e bem falante e com um ar "próximo". O mais distante possível daqueles líderes com um ar muito circunspecto e respeitador de há umas décadas.
Por isso é indiferente que o Sr. Blair tenha servido de cãozinho subserviente dos EUA na questão do Iraque e tenha sido um dos principais responsáveis por acender mais uma crise no Médio Oriente que não há-de sarar nas próximas décadas. O que conta é que o rapaz tem boa imagem e fala bem.
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