23 janeiro 2006

Tempo de querer fazer melhor.

Senti pela parte de algumas pessoas com quem contactei após a divulgação dos resultados eleitorais, que se forma a ideia de que hoje a direita obteve 50.6% nas urnas.
Essa é, com muita pena minha, uma leitura demasiadamente simplista dos resultados desta eleição.
Cavaco é, acima de tudo, um homem inteligente ladeado por homens inteligentes. A vitória à primeira volta tangencial que obteve foi conquistada essencialmente no centro-esquerda. Tanto por mérito seu, como por um profundo desnorte dos adversários possíveis.
É por esta razão que a direita não ganhou qualquer eleição esta noite. É por isto que devemos interpretar estas eleições como motivação para trabalhar mais e melhor. É por isto que urge unir a direita em torno de uma oposição forte e coesa. É assim que o CDS pode ser forte, consciente do caminho pedregoso a percorrer, sem ilusão de facilitismos.
O primeiro passo a dar nesta luta que é nossa é exactamente reconhecer o quanto ainda há que fazer. É este o tempo de limpar armas. É este o tempo de fazer o futuro.

(Provavelmente, se Cavaco não tivesse ajudado o anterior governo a cair, o resultado agora teria sido diferente, Carlos. É por isso que considero também que não é com ele que devemos contar nunca. Cavaco tem, teve e sempre terá a sua própria agenda. Capacitemo-nos disso.)