18 agosto 2006

Cumpra-se a democracia!

Escreve-vos um amante convicto da democracia. Não temo afirmar quem sou. Um republicano, um democrata; um conservador, um liberal.
Dirão, "conservador nos costumes, liberal na economia". Não. Conservador e liberal.
Creio na liberdade. 32 anos de "democracia" já passaram e a liberdade disse-se conquistada a 25 de Abril de 74. Pois eu só a constatei ontem.
Gozando férias na bela vila de Aviz, aproveitei o meu serão para ver um pouco de televisão. Não fui inocente. Sabia que se recordava o 100º aniversário do nascimento de Marcelo Caetano (Oliveira Salazar omitia um "l") com dois programas: uma entrevista com a sua filha, Ana Maria Caetano, e uma biografia do professor da Faculdade de Direito de Lisboa.
Não fui inocente, pois mais uma vez, maliciosamente, esperava ver estórias mal contadas, verdades deturpadas e o julgamento ignóbil de um período da nossa história. Esperava poder gozar alarvemente com tais devaneios. Fui surpreendido.
Por fim, 32 anos depois, a televisão pública, no seu primeiro canal, revelava mais do que meras centelhas de verdade e justeza. Finalmente encarava-se a história como tal e sem rancores despropositados.
Senti no meu íntimo que se tratava o prelúdio de um regime e o seu Reitor com alguma dignidade. Senti que não se vilipendiava a história. Senti, enfim, que a democracia estava a ser cumprida e que a liberdade apitava ao longe, aproximando-se.
(com a colaboração de Catarina de Figueiredo Pais)

3 Comments:

Blogger BSC said...

Muito bem! Pelos vistos, a nossa Democracia vai crescendo e amadurecendo... pena não ser assim em tudo!

18 agosto, 2006 21:05  
Blogger João Prazeres de Matos said...

Pois é Beatriz... É uma pena que os contra-revolucionários da "revolução dos cravos e da liberdade", tenham sido os mesmos que a exigiram.

21 agosto, 2006 15:07  
Blogger I.Rogeiro said...

Estória é como dizem os brasileiros.. Assim o teu texto teria de ser "Oi galera, lhes escreve um amante convito da democracia". Nós devemos escrever história ou História, que assim é que está correcto!
Realmente isso do Marcello Caetano não foi tão mau como eu estava à espera, a única coisa é que ANP não significa Assembleia Nacional Popular mas sim Acção Nacional Popular...

15 setembro, 2006 01:05  

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