29 abril 2004

Meu caro António,

Uma coisa não tem nada a haver com a outra. Se não há dinheiro não há e pronto. Agora o que não se faz é prometer uma coisa, anunciá-la de determinada forma e depois executá-la de maneira totalmente diferente. Foi só contra isso que me insurgi, nada mais.

Não pus em causa os princípios nem os nobres motivos da iniciativa. Apenas critiquei o resultado final. Se o princípio é bom, a prática é muito trapalhona para não dizer desastrada. E cheio de boas intenções...

Meu caro Diogo,

Mil vezes ter o trabalho de trocar as pesetas na fronteira do que ter uma moeda que não é minha e que não posso controlar.
Estamos num euro-comodismo que não percebo. Há uns poucos anos este Partido não era assim.
Chamem-me pessimista se quizerem, mas cá para mim tenho que daqui a uns anos estaremos na cauda dos 25, o que não abonará muito a nosso favor. Veremos se tenho ou não razão. Espero não ter, mas...

Para quem ainda pouco me conhece, aviso que sou daqueles que acredita que isto da Europa ainda vai estoirar - pode levar uns 20 ou 30 anos, mas há-de estoirar.

Abreijos,
Francisco d'Aguiar