21 abril 2004

Logo das comemorações dos 30 anos do 25 de Abril



O mais famoso ‘erre’ de Portugal


O tema ‘quente’ do momento, para a ‘esquerda que temos’, parafraseando a designação certeira do Blog do Caldas, é o ‘Erre’ que supostamente faltaria na Evolução.


Não podemos negar que é um tema de extrema relevância social, política, cultural e, quem sabe, até económica. É mesmo uma questão estruturante que deve ser debatida à exaustão e tema central de várias dissertações e monografias! (Estou, mesmo, a pensar, se um dia chegar a fazer um Mestrado ou Doutoramento, dissertar sobre a importância ‘socio-económica e ‘geo-estratégica’ do ‘Erre’!)

Pois bem, ele tem sido o inefável historiador (porque escreve histórias e não por saber de História!) Fernando Rosas, o bloquista para ‘toda a obra’ Miguel Portas, o Constitucionalista Vital Moreira e outros que nos têm massacrado com as suas teses sobre o Erre e a Evolução.


Ao que parece estes senhores da esquerda estão ofendidos, à séria, com os cartazes oficiais dos 30 anos do 25 de Abril que dizem «Abril é Evolução». Dizem eles, coitados, que falta um ‘erre’... será que foi erro da tipografia? Não! «É a manipulação da História feita pelos perigosos fascistas de extrema direita que ocupam hoje o poder em Portugal!», dirão eles, espumando de fúria e com os olhos desorbitados!


Eu gostaria de perceber aqueles senhores mas não consigo! No dia 25 de Abril de 74, segundo aprendi na escola, houve uma Revolução. Ninguém o nega, e tal facto vem descrito nos manuais de história pelos quais aprendem as nossas crianças! Deste modo, a natureza do golpe militar que pôs fim ao Estado Novo não é discutida. Foi uma REVOLUÇÃO, ponto final. NÓS TAMBÉM SABEMOS HISTÓRIA!


Posto isto, o que é o 25 de Abril hoje? Será ainda uma Revolução, tipo a Revolução Permanente dos Russos? Julgo que não... mas, para explicar melhor, façamos o seguinte exercício: vejam as coisas pela minha perspectiva – 22 anos, nascida nos finais de 1981 (depois do 25 de Abril, do PREC, do 11 de Março, do 25 de Novembro, dos Governos Provisórios, da Constituição e, até, depois da morte de Sá Carneiro e Amaro da Costa), que viveu toda a sua vida em Democracia e não conhece outra forma de vida que não aquela em que há liberdade de expressão, direito de voto, direitos fundamentais, liberdade de iniciativa económica, propriedade privada, liberdade de imprensa, princípio da igualdade, televisões privadas e TV Cabo, multinacionais e coca-cola!


Pois bem, partindo desde quadro, o que é para mim o 25 de Abril e que sentido faz comemorarem-se os seus 30 anos?


Na minha perspectiva, a única justificação para se comemorar a data é pôr o acento tónico nas mudanças que Portugal sofreu desde 74 até hoje. Por isso falar-se em Evolução. Abril, hoje, é, sem dúvida, uma data que podemos escolher para lembrar aos Portugueses o muito que Portugal evoluiu nos últimos 30 anos. Por isso a história da Evolução! O 25 de Abril para mim é uma data histórica que pouco me diz! Sei do que se tratou porque estudei ou ouvi contar, mas não vivi e como tal olho para a data sem emoção, a frio e imparcialmente!


A esquerda que vive amarrada ao passado quer trazer à baila o Erre porque sente que não participou da Evolução que Portugal viveu desde o 25 de Abril de 74 e que essa evolução foi, até, em sentido oposto àquele que essa esquerda queria!


Eles defendem o Erre, pois é...


O Erre de Revolução


O Erre de Radical


O Erre de Rancor


O Erre de Receio


O Erre de Recuo


O Erre de Regabofe


O Erre de Regredir


O Erre de Rendição


O Erre de Resignação


O Erre de Ruinoso



Mas se o drama é todo por um Erre, não seja por isso, que nós também o defendemos. Podemos até fazer vários cartazes com Erres gigantes...


O Erre da Reafirmação do prestígio de Portugal no mundo;


O Erre da obra Realizada em 2 anos de mandato;


O Erre do Reconhecimento àqueles que muito deram a Portugal;


O Erre da Reconquista da confiança dos Portugueses;


O Erre de Reconstruir um país deixado de tanga pelo Governo Socialista;


O Erre da Redução do défice público;


O Erre pelo Reequilibrio das Finanças Públicas;


O Erre do Reequipamento das Forças Armadas;


O Erre das muitas Reformas que este Governo já levou a cabo


O Erre da Renovação que estamos a levar a cabo em vários sectores de actividade;


O Erre de Resolver os problemas dando-lhes as respostas adequadas;


O Erre do Respeito pelas Instituições, pelo Estado e pelos Portugueses;


O Erre da Responsabilização dos decisores políticos;


O Erre dos Resultados que se começam a ver;


O Erre do Rigor das políticas públicas.


Como vêem, o Erre não é um exclusivo da Esquerda! Este Governo pode falar de vários Erres, muito mais importantes do que o Erre de ‘Revolução’.


Que Abril seja Evolução, hoje e sempre, e, já agora, que continue a ter todos os Erres (como aqueles mencionados!) que signifiquem Democracia, Liberdade e Progresso!



PS: Esqueci-me de mencionar que gostei, sobretudo, da Evolução operada no cravo... não só deixou de ser encarnado como ganhou um estilo Andy Warhol que e mesmo muito à frente! É a 'Pop Art' no seu melhor!