18 maio 2005

TGVando

Ao escrever o meu post anterior, intitulado: Ordenamento doTerritório, Transportes e Vias de Comunicação (vá lá Deus saber porque os títulos insistem em desaparecer...), pensei cuidadosamente sobre o impacto que algumas das minhas opiniões poderiam ter, especialmente por me recair a acrescida responsabilidade de falar com conhecimento de causa e falar dum assunto tão pouco discutido no partido.

Falo nomeadamente de dois assuntos,

O primeiro, o plano do TGV, dividido em 4/5 fases, ligando várias cidades Espanholas a outras tantas Portuguesas (note-se que ainda para mais será um negócio da China para os Espanhóis que conseguem mais uma vitória nas negociações do ponto de vista das ligações ferroviárias, de centros urbanos médios dos nuestros hermanos com grandes centros urbanos lusos). Não que eu seja contra este investimento, porque não sou. Sou totalmente a favor, até pela sua urgência. Apenas reitero e como exigência (ou moeda de troca, depende do ponto de vista) duma restruturação imediata de toda a rede nacional. Para quem não conhece, imagine-se Portugal com 4 ou 5 linhas de alta velocidade e dezenas de outras, já nem digo antigas, mas pré-históricas. Seria a comédia por exelência.

O segundo o da Ota. Sublinho que não está em causa a permanência ou não do actual aeroporto internacional (a.i.) de Lisboa (também conhecido como da Portela), que ao passar dos anos, a tão nobre cidade foi engolindo e agora se encontra quase na sua totalidade no interior da capital. Esta não é pois a questão, porque se trata dum enorme absurdo e falha gravissíma. É incompatível ter um aeroporto dentro duma cidade nos dias que correm, essêncialmente pelo risco e poluição que representa uma infra-estrutura destas sobre um aglomerado urbano, como é o de Lisboa.
Aos espíritos mais teimosos e discordantes da minha anterior afirmação lanço um desafio e um aviso. O desafio de irem dormir 3 noites que seja, para Camarate ou Alvalade ocidental e depois relatarem-me tão empolgante experiência. O aviso, este mais grave, de serem pactuantes duma situação inadmissível, que é concordarem com a permanência do aeroporto da Portela dentro da cidade (e reforço dentro). Aviso porque, meus amigos, para quem não sabe a arte de voar é muita, e mais dia menos dia acontece-nos uma desgraça dentro da portas, com danos incálculáveis, aliás como já esteve mais do que uma vez para acontecer, e nesse dia sim, o dedo tem de ser apontado a alguém. Têm de haver responsáveis. Lamento mais isto não pode voltar a ser o drama que foi a queda da Ponte entre os Rios, onde 59 pessoas perderam a vida, e de responsáveis=0, nem vê-los! Governavam os socialistas está claro (atrevo-me mesmo a dizer dentro e fora dos tribunais)
A questão está sim, na localização (com mais de 15/20km de Lisboa) do próximo a.i. da capital de Portugal.
Na altura da discusão deste tema, surgiram como resultado de inúmeros estudos, duas hipóteses, a de Rio Frio (na margem Sul do Tejo) e a da Ota ( na margem Norte do Tejo). Foi escolhida a proposta da Ota. Discordantes ou não, mas como pessoas de bom senso, vamos mas é apoiar esta importante decisão de desenvolvimento. Porque esta sim é uma solução com pés e cabeça. Digo isto porque me dei ao trabalho, ao contrário de outros (que falam falam mas não fazem nada), de visitar o espaço, distância, condições e possível impacto onde ficará o próximo a.i. de Lisboa e não posso estar mais de acordo. A distância será dizímada pela velocidade dos constantes comboios que ligarão Lisboa a Ota. O impacto a nível do desenvolvimento, será colossal na região de Aveiras e Alenquer. Quanto ao espaço foi magistralmente escolhido, sobre a actual base Aérea da Ota que tem uma posição geográfica francamente priveligiada, com a próximidade da A1. E de se referir também a elevada redução de poluição ambiental e sonora que beneficiará Lisboa enquanto centro-urbano. Muitos outros serão os benificios deste projecto em detrimento dos malefícios, inerentes a qualquer escolha que fosse.

Como última nota, o meu agradecimento a todos aqueles que já perceberam que não falo duma Regionalização, mas sim duma verdadeira Reorganização e Homogenização do território. São conceitos distintos e como tal devem permanecer. Deixo claro que votarei e estarei sempre conta o disparate da Regionalização como nos tem sido apresentada.
Estou certo que será um dia o CDS a estar na vanguarda desta tão importante e crucial reforma administrativa e territorial portuguesa.