17 maio 2005

Carta aberta.


Eu militante me confesso;

Sinto necessidade de escrever esta carta a todos os militantes da Juventude Popular, em especial aqueles que exercem funções na Direcção Nacional da nossa organização, depois do último Conselho Nacional da Juventude Popular. Escolho este meio, pois, naturalmente nenhum órgão de comunicação social quereria ouvir-me, e bem, e aproveitando o facto de pelos vistos, este Blog ser um meio bastante lido na Juventude Popular.

As razões de ser desta carta prendem-se com o que foi dito, e com aquilo que queriam dizer e ficou nas entrelinhas, não sei se porventura o CN foi marcado para debater aquilo que a Direcção Nacional considera as más praticas, e os maus exemplos da Comissão Política Concelhia de Lisboa da JP, o certo é que isso aconteceu.
O mais caricato é que não consigo compreender o motivo de tal irritação, serão os textos do blog Uma Geração Às Direitas (UGAD)? Serão as críticas? Ou por acaso alguém critica a falta de trabalho desta concelhia? Lembro apenas que o último Congresso da JP, realizado em Cascais, ficou conhecido como o congresso dos Blogs, lembro-me do presidente da JP dizer qualquer coisa do género, a política tem de inovar, hoje os blogs são um meio importante de rebatermos a cultura de esquerda, e o politicamente correcto do país! Ao que me é dado a perceber, ou o presidente da Juventude Popular mudou de ideias, ou na sua mente estaria uma visão diferente em que todos tínhamos um blog, mas todos diríamos o mesmo, quais papagaios a servir de megafones do Comité Central! Sob esse ponto de vista a visão que partilho é a defendida pela CPC de Lisboa, “Todos de Direita, mas nem todos de acordo”.
Quanto às criticas admito que a Direcção Nacional não partilhe das mesmas, acredito que possam achar que as ideias aqui perfilhadas estão erradas, não posso admitir que não se aceitem criticas. Pode porventura a direcção entender que tudo vem bem e nada pode ser criticado, nesse caso não compreendo a marcação do último CN com o único ponto na ordem de trabalhos, Análise da situação interna da Juventude Popular.
Chega a parecer que o problema está em fazer trabalho, eu vejo sobretudo motivos para que as pessoas que gostam da JP se revejam na concelhia e Lisboa, a terceira melhor do país, segundo os critérios da própria direcção nacional, por outro lado venho de uma concelhia onde o trabalho é rigorosamente igual a zero, e nunca vi até hoje por parte da direcção nacional um reparo, uma emenda, um contacto sequer com o presidente concelhio. Depreendo que estar ou não estar é igual, o importante é estarmos todos de acordo, seja com o nome da moção a apresentar ao congresso, seja com o site da CPN, seja com o trabalho realizado junto das Associações de Estudantes, ou pela formação política ou ainda com o trabalho realizado pelo gabinete de estudos. Se a CPN não gosta da estrutura e das suas posições tem duas soluções, ou debate internamente, ou vai-se embora, em todo o caso na concelhia de Lisboa diz-se o que se tem a dizer e com frontalidade, não se dão facadas nas costas, nem se preparam listas na sombra da actual CPN:
Quanto à minha ausência do Conselho Nacional, ao que parece notada, ficou a dever-se a motivos de ordem pessoal, e aqui todos os que não fazem da JP a sua vida compreenderão que fazer 600Kms num dia nem sempre é possível, porém quando o partido andou em campanha fiz vários sacrifícios para poder participar, não me lembro de os ver a todos lá!

Atentamente:
Tiago Antão
tiago.antao@sapo.pt