07 setembro 2006

"London bridge is falling down..."


Este senhor representado na imagem ao lado dá pelo nome de Anthony Blair. Tony, para os amigos. Até ao momento em que vos escrevo este senhor desempenha as funções de primeiro ministro inglês, mas considerando que nada é eterno, anunciou hoje que nos próximos 12 meses abandonará o cargo.

Liderando o governo britãnico desde 1997 e cumprindo presentemente o terceiro mandato com terminus em 2010, Blair vem sendo vítima da sua própria acção governativa. Tal como Thatcher o foi. Com uma diferença. Thatcher estava certa e foi consumida por estar certa; Blair está cada vez mais errado e só nos tempos recentes foi penalizado pela opinião pública e pelos seus próprios pares.

Os últimos dias têm sido o coroar de 3 mandatos de um homem que governou (mal) um Reino Unido, que encontrou fragilizado após um divórcio litigioso com Baroness Thatcher. Thatcher que durante mais de 10 anos foi a timoneira de um Reino Unido melhor do que o era antes de a conhecer.

As nuvens da tempestade que hoje desaba surgiram na Terça-feira (dia 5) com uma carta assinada por 17 deputados trabalhistas da ala "fiel" a Blair, exigindo-lhe que se demitisse. No dia seguinte (Quarta-feira - dia 6), 7 membros do gabinete de Blair demitiram-se, desabafando que o Partido Trabalhista e o próprio país precisavam de uma nova liderança. Hoje, Blair vem confirmar que desiste no espaço de um ano.

O cenário político está negro no reino de Isabel II, disso não restam dúvidas. Resta-nos a tarefa dedutiva quanto ao futuro dos trabalhistas (Gordon Brown parece ser o mais que certo sucessor de Blair), quanto ao futuro do governo britânico e ainda quanto ao papel que o Partido Conservador terá que representar se quiser retirar dividendos da actual situação.

Para mais sobre este assunto, leia-se o artigo "Blair's final gamble?" por Nick Assinder.