07 maio 2004

A Recompensa

Hoje a Al Qaeda voltou a surpreender o mundo com uma mensagem, alegadamente de Osama Bin Laden, em que é oferecida uma recompensa, em ouro, a quem matar altas individualidades americanas, desde logo Paul Bremer, chefe da Administração Civil Norte Americana no Iraque, e altas patentes militares no Iraque. É oferecida ainda a recompensa de 10 kg de ouro a quem assassinar o Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan ou o seu representante em Bagdad, Lakhar Brahimi.
Descendo na escala das recompensas, são atribuídos prémios mais pequenos a quem matar militares ou civis nacionais de um dos 5 Membros Permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Inglaterra, França, China e Rússia), particularmente Americanos e Britânicos, os ‘reis do veto’, segundo o comunicado, ou a quem matar militares ou civis naturais de qualquer dos estados que tenha militares destacados no Iraque, principalmente nacionais da Itália e do Japão, as duas nações consideradas escravas dos Estados Unidos pela rede!
Se o assassino for um suicida, a recompensa em ouro será atribuída à família e ele receberá. segundo Bin Laden, a maior das recompensas que será morrer como mártir do Islão.

Este tipo de ‘guerra’ suja, vai muito além do terrorismo que conhecíamos e que se praticava dentro dos moldes ‘tradicionais’. Estamos a lidar com gente perigosa que se infiltra nas nossas sociedades, conhece o nosso modo de vida, usa as nossas conquistas, sejam elas a liberdade, a democracia, a livre circulação de pessoas ou a globalização, como armas, e agora chega ao ponto de oferecer recompensas a quem assassinar altos dignatários da ONU, organização que desde 48 tem feito um extraordinário trabalho de manutenção da paz e da segurança internacionais, para além de, com os seus múltiplos programas, fundos e comissões, ajudar crianças, mulheres, pobres, oprimidos, etc... Chegámos ao ponto de se incentivar e recompensar o assassínio de inocentes só pelo simples facto de terem determinada nacionalidade! Não sei bem quais serão as consequências práticas a médio prazo deste comunicado mas sinto-me, talvez ingenuamente, reconheço, com a ‘cabeça a prémio’ porque, como Portuguesa posso representar um kilo de ouro para um qualquer maluco que acredite nas palavras de Bin Laden!

Não sei como se vence esta guerra, mas sei que temos que a vencer!