23 julho 2004

Direito de Resposta

Ao Carlos Oliveira Andrade

Aproveitando as 5000 entradas neste Blog o MI Presidente da CPC de Lisboa da JP decidiu arvorar-se em cronista da bloggosfera e tecer considerações sobre o que se tem passado no «Uma Geração às Direitas» e sobre as participações individuais.
Felicitando-se pelo espaço de discussão que tem sido este Blog e pelas polémicas que tem alimentado entre os vários membros da Concelhia, faz então uma análise mais ou menos linear na qual diz que representarei o CDS mais liberal enquanto o Diogo será a ‘cara’ do mais puro conservadorismo.
Estou de acordo. O Carlos pode perfeitamente dizer que eu represento a ‘ala liberal’ e europeísta do CDS mas, mesmo neste ponto, há que ter em conta que eu só serei assim considerada em comparação com os restantes elementos da Concelhia que, para o mal e para o bem, são extremamente conservadores. Talvez por isso eu seja a ‘outsider’.
De todo o modo, e era aqui que queria chegar, não será por defender posições mais liberais, em muitas matérias, ou por ser europeísta, que posso admitir que o Carlos diga que estou mais próxima do PSD. Se estivesse, ideologicamente, mais perto dos Sociais Democratas, votaria PSD e estaria filiada no PSD. Se estou no CDS é porque, em consciência, escolhi o partido que defende os valores e os princípios em que acredito, e porque apoio o projecto liderado por Paulo Portas. No dia em que não me sentir bem no CDS, em que tenha divergências de fundo com o que o partido defende, apenas tenho um caminho: sair. Até lá, não admito que alguém diga que eu sou mais ou menos CDS do que qualquer outro militante. Por isso, apenas posso entender como distracção, desconhecimento ou má fé dizer-se que eu serei menos CDS do que o Diogo apenas por ser ‘mais liberal’.
Acredito que o Carlos tenha feito esta análise pouco rigorosa por distracção, ao correr da pena, levado pelo entusiasmo das 5000 mil entradas e do texto produzido. Só assim posso admitir (ainda que esclarecendo) o que foi dito. Caso contrário teria que entender que o Carlos estava, implicitamente, a negar aos liberais o seu espaço no CDS (espaço que sempre tiveram, ao lado de conservadores e democratas-cristãos), o que seria grave e iria, inclusivamente, contra a doutrina da direcção do partido.
Uma última nota, apenas para terminar. Tenho que confessar que gostei muito do discurso do Presidente do Partido nos 30 anos do CDS, talvez por ter tocado em três pontos que me são caros:

1. Importância dos jovens na política e necessidade de se acabar com o ‘tabu’ de que os mais novos apenas podem assumir lugares de responsabilidade depois de ‘crescerem’;
2. Apontar a necessidade de a corrente liberal fazer o seu caminho dentro do partido;
3. Saudar o retorno do CDS ao PPE e marcar a posição europeísta (mas nem por isso menos patriota) do CDS;

Será que todos os membros da Concelhia poderão dizer o mesmo que eu relativamente ao discurso do Presidente do CDS?