13 junho 2005

RIP

Portugal é o país das penas da morte. Sempre que alguém morre toda a gente fica cheia de pena e o de cujus passa a ser uma personalidade fantástica pelo simples facto de já ter morrido. Dizer mal de um morto é sempre considerado um desrespeito e uma coisa ignóbil, como se a partir da morte todos os males que um morto possa ter causado desapareçam.
Pois eu, que não pretendo ser bem visto ou "ficar de bem com os mortos", digo mal daqueles que merecem como também digo bem de muitos vivos.
Morreram o Álvaro Cunhal e o Vasco Gonçalves, que já ouvi na televisão dizer que foram dois "pais da Democracia"!!!!!!!!!!. Quando me deram essa feliz novidade, eu disse logo que tinha pena de eles não terem morrido 35 anos antes para não fazerem ao país o mal que fizeram.
Juntos destruiram a nossa agricultura com a reforma agrária, dilaceraram de vez a nossa banca com a nacionalização da banca, deitaram abaixo a nossa indústria com as invasões a muitas fábricas e as greves constantes que incentivaram, foram responsáveis por milhões de vidas dilaceradas de portugueses e africanos nas antigas províncias ultramarinas e pelo exílio de milhares de homens e mulheres de bem em Espanha, França ou Brasil nos anos quentes que se seguiram à Revolução.
Que Deus, que não julga as políticas mas apenas ama todos os seus filhos, tenha misericórdia das suas almas, mas que a História saiba julgar as torpezas que fizeram.