11 fevereiro 2006

A linguagem dos afectos

Há quem diga, com uma certa dose de machismo, que as mulheres trazem a sensibilidade à política, bem como alguma natural ternura e doçura no modo de ver as coisas. Tendencialmente, desconfio destas conversas e gosto pouco de compartimentar os sentimentos por género.

De todo o modo, hoje cabe-me a mim o momento sentimental no UGAD... Como sou mulher, menos mal (pensarão eles!).

Enquanto escrevia o post infra, fui recuperar os posts que retratavam os resultados desta equipa nos dois últimos anos. Nessas incursões reencontrei posts antigos que reli com prazer redobrado (porque hoje não são apenas bons posts mas memória viva do que passamos).

Vi posts puramente políticos, com análises frias e racionais de acontecimentos, vi posts em que os afectos falavam mais alto do que qualquer comentário político acéptico, vi posts pessoais em que cada um de nós falava das suas vitórias ou de vitórias alheias, vi posts em que discutíamos ideias com elevação e também vi posts em que discutíamos sem ela. Vi posts escritos por amigos, vi posts escritos por pessoas que admiro para lá da amizade, vi posts escritos com raiva e posts escritos com humor. E eu que não gosto de remexer o passado, nem de ser 'saudosista', fui ler, mês a mês o que por aqui foi acontecendo e encontrei coisas deliciosas (para além de reencontrar uma parte da minha memória destes dois anos).

E f0i assim que percebi que o UGAD acolhe, nos seus arquivos, testemunhos de tanta coisa... Espero, então, que o nosso UGAD continue, dia a dia, a ser o Blog que sempre foi: essencialmente político, militante da JP e do CDS, mas sabendo acolher em si esta fabulosa linguagem dos afectos que faz dele um Blog único. Porque a política não é feita por máquinas, mas por, e mais importante, para as PESSOAS.