25 maio 2005

Sócrates no Parlamento

O nosso primeiro vai hoje a São Bento "conversar" com os nossos ilustres parlamentares.
É previsível que dois temas mais quentes estejam em cima da mesa: a idade da reforma e o aumento do IVA.
Quanto ao 1.º tema está a deixar a Sra. minha Mãe, que se ia reformar a 8 de Janeiro, em transe. Eu, muito francamente, agradeço tal medida, porque, se há coisa que eu não quero é uma mãe em casa que, privada de trabalho, passa a meter-se muito mais na vida dos filhos.
Mas será que tal medida é justa? Anda uma pessoa a trabalhar há mais de trinta anos, já a fazer planos para a reforma e depois, constantemente lhe adiam esses planos...
Se precisamos de mais contribuintes em vez de reformados, promovam a natalidade, auxiliando condignamente as famílias que decidem ter mais filhos e não perdendo tanto tempo em legalizar um crime anti-natura como o aborto.
Quanto ao 2.º tema fez-me reviver as minhas aulas de Macroeconomia com o Prof. Nogueira Leite e de Economia Pública com o Prof. Pinto Barbosa. Aprendi que o orçamento estadual deve ser anti-cíclico, ou seja injectar dinheiro na economia quando esta está em recessão (como actualmente) e diminuir a actividade e angariar receitas quando a dita cuja está em expansão (para não fomentar uma crise inflaccionista).
Dado que temos a trela do PEC e o açaime das penalizações, não pode o governo agora diminuir os impostos e aumentar o inestimento público à vontade. No entanto, dá para cortar nuns lados para aumentar noutros e tudo isto sem precisar de aumentar os impostos.
Ora vejamos: se a despesa fixa do Estado (salários dos funcionários públicos e despesas com serviços) decrescesse, o déficit também decrescia. Se este decrescesse bastante, o governo até podia fazer o que é essencial à economia, que era aumentar o investimento público em obras que sirvam de catalizador ao seu crescimento, como, por exemplo, a informatização de muitos serviços públicos.
Este texto já começa a ficar longo demais, mas, como conclusão, o importante deste texto é que na actual conjuntura, subir os impostos é a maior das burrices e aumentar a idade da reforma continua a ser muito injusto.