07 outubro 2004

Cego & Marcelo

O Diogo, no post anterior a este meu, fez uma alusão ao caos citadinho que figurava na zona do Arco do Cego em Lisboa onde, e não me querendo demorar citando, o congestionamente de tráfego era intenso, na maior parte das horas do dia...coisa que prejudicou não só os moradores, mas também quem lá tinha de se deslocar (ou perto) por este ou aquele motivo.
Em todo o caso, o slogan que se afigura nos cartazes por lisboa "Um Jardim no Arco do Cego" envolve aquilo a que, num contexto militar, se poderia chamar de "danos colaterais", ie, ao construir-se um jardim com larguissimos m2 na Estação de autocarros do Arco do Cego (AC), com quiosques (de livros e cafés), esplanadas, etc., vem competir (se não mesmo extinguir) o então comércio que se instalou com o passar dos anos nas imediações do AC.
A relação de simbiose, de mútuo crescimento entre os cafés e toda a dinâmica associada a uma estação de viagens como a do AC é, praticamente dilacerada pois quem pode competir com um jardim onde oferece, concumitantemente, um espaço de lazer, entretenimento e descanso combinados com os serviços mais elementares da restauração? Boa questão.

O outro comentário da semana (já ouvi em algum lado e que triste coincidência a minha), prende-se com uma noticia que recebi agora de um amigo meu da ala esquerda que, passo a expressão, gosta de me ver sofrer (risos). Para tal e, ainda eu não tendo uma opinião visto ter estado no Jantar da Concelhia, segue-se a noticía do Público:


«O deputado do PSD Luís Marques Mendes considerou hoje "lamentáveis" e classificou como um "precedente grave" as "pressões" exercidas contra o comentário político do ex-presidente social-democrata Marcelo Rebelo de Sousa aos domingos na TVI.

Em declarações à SIC, o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares considerou que Marcelo Rebelo de Sousa decidiu abandonar o seu comentário semanal na TVI em "resultado de pressões" que, no entanto, não especificou.

"Trata-se de um precedente grave e que nada tem a ver com a história do PSD", referiu o ex-braço de direito de Marcelo Rebelo de Sousa no período em que este foi presidente dos sociais-democratas entre 1996 e 1999.

Ainda de acordo com Marques Mendes, o que se passou com o comentário político de Marcelo Rebelo de Sousa "contrasta com 30 anos de património de liberdade do partido e com o PSD liderado por Francisco Sá carneiro, Pinto Balsemão e Cavaco Silva".

"Isto não é um bom prenúncio, isto não é um bom caminho para o PSD e espero que os militantes do PSD façam uma reflexão serena sobre o que se passou", declarou o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares de Cavaco Silva e de Durão Barroso.

O ex-presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa anunciou hoje à agência Lusa a sua saída imediata da TVI, na sequência de uma conversa com o presidente da Media Capital, ocorrida a pedido de Miguel Paes do Amaral.

"Na sequência de conversa da iniciativa do presidente da Media Capital, Miguel Paes do Amaral, decidi cessar, de imediato, a colaboração na TVI, a qual sempre pude livremente conceber e executar durante quatro anos e meio", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

O grupo Media Capital confirmou em comunicado o pedido de Marcelo Rebelo de Sousa para cessar funções na TVI, garantindo que a decisão foi da exclusiva responsabilidade do comentador.

A empresa revelou ainda que a decisão foi recebida com surpresa por parte da TVI e do próprio presidente do grupo, Miguel Paes do Amaral.

Marcelo Rebelo de Sousa fazia comentários políticos no telejornal de domingo da TVI desde 13 de Maio de 2000.

A decisão de Marcelo Rebelo de Sousa ocorre dois dias depois de o ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva, ter estranhado o silêncio da Alta Autoridade para a Comunicação Social em relação aos comentários, que classificou de "ódio", feitos pelo ex- presidente do PSD na TVI.»