30 dezembro 2004

Um Blog amigo a não perder http://axoniosgastos.blogspot.com/
Perspectiva para 2005 - Despesa pública

O pesado volume relativo das despesas públicas é dos problemas mais importantes que se depara a Portugal e, provavelmente, o que exige mais rápida intervenção. Vai ser um grande desafio para 2005.

Em divergência com a descida relativa das despesas públicas nos Estados da União Europeia, as despesas públicas em Portugal vêm registando um crescimento acelerado, diria mesmo, descontrolado. Tem-se desviado sobretudo para o consumo público meios financeiros que seriam mais produtivos nos circuitos privados. Basta referir que nos últimos três anos as despesas com salários caíram na EU dos 15 de 11,1% para 10%, enquanto que em Portugal subiram de 13,5% para 15,4%.

A política das despesas públicas converteu-se, nos tempos modernos, na mais poderosa arma de curto prazo da competição eleitoral, pelo que as forças politicas só agem correctivamente quando não há actos eleitorais à vista, ou quando os desequilíbrios se tornam insustentáveis.

É importante que o futuro Governo, à semelhança do que fizeram os Governos do Dr. Durão Barroso e do Dr. Pedro Santana Lopes tenha a consciência de que a redução significativa do peso das despesas públicas deve ser programada para alguns anos de execução, não se faz de um dia para o outro. O que foi atingido nestes últimos 2 anos e meio não poderá ser atenuado assim de repente.

O futuro Governo terá que criar previamente condições sociais de compreensão da situação para que as politicas restritivas sejam feitas. Em democracia é necessário explicar ao povo as razões das medidas e convencer destinatário, de que estas medidas, mais tarde ou mais cedo, serão inevitáveis (e este foi o principal erro desta maioria). E serão tanto mais dramáticas, quanto mais tarde começarem. Desta forma, durante este período de campanha eleitoral as forças políticas deverão solidarizar-se em torno do que se afigure necessário fazer, pois, qualquer nova interrupção, em relação ao percurso dos últimos meses, levará a perder o que de positivo foi conseguido.

Faço votos, que no caso de mudança da força política de apoio ao Governo, não deverá conduzir a oscilações de orientações e de rumo

Uma politica que tenha como objectivo a redução ou atenuação da despesas pública tem associada a si a vantagem de permitir um alivio tributário permitindo assim que a economia beneficie de mais vultuosos meios financeiros. Os portugueses sabem que esta politica só poderá ser realizada com a maioria de direita.

29 dezembro 2004

Nota ao 'meu' Balanço

Tenho que confessar que no momento de colocar o José Castelo Branco na lista hesitei entre Personalidade Pública Nacional do Ano, Artista do Ano ou uma nova categoria a criar.
Optei pela primeira hipótese porque, na verdade, apesar do espetáculo inerente à personagem, o senhor não é um artista! Espero que não levem a mal esta intromissão do mundo do 'show bizz' na política, mas foi o Presidente que deu o mote ao falar de artistas!
Espero, igualmente, que o Dr. Durão Barroso não se ofenda por partilhar o lugar com tão invulgar figura!

Balanço de 2004 por BSC

Agarrando no Balanço feito pelo Carlos (aqui em baixo!), eis as minhas considerações sobre o ano que agora termina. Em muita coisa concordo com ele, noutras nem por isso... como é mote deste Blog «todos de direita mas nem todos de acordo!»


Político nacional do anoPaulo Portas, por todas as razões mas sobretudo pelo excelente trabalho que deixou feito no Ministério da Defesa Nacional, pelas reformas que, em três meses, lançou relativamente aos Assuntos do Mar e, particularmente, pelo sentido de Estado demonstrado na gestão da crise provocada pela Dissolução da Assembleia.

Político internacional do ano – George W. Bush por ter vencido as eleições, ao contrário do que auguravam todos os analistas, por ter seguido em frente com o combate ao Terrorismo, por assumir sem complexos que entende que os EUA têm um papel fundamental no mundo de hoje como garantes dos direitos, da democracia e da paz.

O pior politico nacional do ano – Ferro Rodrigues pelo seu envolvimento no Caso Casa Pia, pela maneira como lidou com isso, pelas cabalas, pela vitimização constante ex aequo com Ana Gomes pelas palavras suicidas pronunciadas no dia 9 de Julho após ser conhecida a decisão Presidencial sobre a não dissolução da Assembleia.

Acontecimento nacional do ano – Euro 2004, sem dúvida foi o grande momento de Portugal! Pelas vitórias no relvado e, sobretudo, pelas vitórias fora dele! Nunca tantas bandeiras se viram nem nunca tanto se cantou o hino! Foi, sem dúvida, um bálsamo para a nossa auto-estima!

Acontecimento internacional do ano – Atentados de Madrid porque, pela primeira vez, o terror foi usado para influenciar o voto. Para além das vitimas que todos lamentamos, e que são o principal nestas tragédias, o dia 11 de Março ficará para sempre na história como o dia em que os Terroristas atacaram a democracia com as suas próprias armas - o voto de protesto de milhares de pessoas em choque.

Personagem publica nacional do ano – José Manuel Durão Barroso não apenas pelos bons motivos - ter sido um excelente Primeiro-Ministro e ter sido nomeado para Presidente da Comissão Europeia - mas também por ser, em última análise, o responsável pela crise que neste momento atravessamos, ex aequo com o José Castelo Branco que, contra todas as expectativas, se tornou um fenómeno de popularidade entre as velhinhas, as crianças, os homens, as mulheres, e a 'bicharada'. Dizer 'sua bicha' nunca voltará a ser o mesmo depois da passagem do 'Zé' pela Quinta das Celebridades!

Personagem pública internacional do ano – mais uma vez aqui realço George W. Bush, pelas razões já mencionadas, e provavelmente por manifesta falta de imaginação!

Artista do ano – Robbie Williams, é uma escolha subjectiva, eu sei, mas é a minha escolha! Lançou um novo disco e os seus Greatest Hits, andou em digressão e continuou a alimentar polémicas em torno da sua vida e personalidade excêntrica. É um artista completo a quem, ao que parece, só falta uma namorada (e por isso procurou resolver a questão lançando apelo a que candidatas ao lugar se apresentassem!)

O momento nacional marcante do ano – 9 de Julho, dia em que o Presidente da República, resistindo aos apelos da sua família política, decidiu pela estabilidade. Pergunto-me hoje se não terá sido, então, o seu grande golpe de teatro encenado naquela noite!

Balanço de 2004

Estamos a chegar ao fim do ano, por isso, é altura de olhar para 2004 e fazer a eleição do melhor e do pior deste ano. Aqui vai a minha opinião.

Politico nacional do ano – Paulo Portas

Político internacional do ano – George Bush

O pior politico nacional do ano – Jorge Sampaio; Paulo Pedroso

O pior politico internacional do ano - Zapatero

Acontecimento nacional do ano – Euro 2004

Acontecimento internacional do ano – Atentado de Madrid; Sismo da Ásia

Personagem publica nacional do ano – José Mourinho e José Manuel Durão Barroso

Personagem publica internacional do ano – Filipe Scolari

O momento nacional marcante do ano – 24 de Junho às 22:38 – o jogo Portugal-Inglaterra

Espero que o ano de 2005 seja de facto um ano marcante para Portugal. Não pedindo muito espero que 2005 seja tão bom como o ano de 2002, ou seja, o CDS/PP no Governo e o Sporting campeão.

28 dezembro 2004

Uma Nova Europa em Lisboa

Começa hoje em Lisboa o encontro internacional da comunidade de Taizé, um encontro onde jovens Católicos, Ortodoxos e Protestantes se juntam para rezar pela Paz.
A minha família, como tantas outras famílias Católicas das Dioceses de Lisboa e Setúbal, recebeu dois irmãos vindos da Lituânia, a Agna e o Vitas. Nos últimos 4 dias eles saíram da Lituânia, passaram pela Polónia, República Checa, Alemanha, França, Espanha e cá chegaram a Portugal. São Católicos, como a maioria da população Lituana (e eu que tinha a certeza que os Lituanos eram Ortodoxos!!!) e estão cá para rezar com outros 40.000 jovens de toda a Europa.
Passaram a Europa inteira sem um passaporte ou um posto fronteiriço!
É isto a Nova Europa... Não é impressionante?

23 dezembro 2004

O orçamento publicado

Saiu no DN (e pelo que já me disseram numa série de outros jornais) uma análise simplificada do OA para 2005. Uma análise para quem não é das áreas económicas e financeiras. No fundo uma análise para aqueles que, tal como eu, ano após ano apenas sabem do OA aquilo que nos é apresentado pela fantástica Comunicação Social que pensa que sabe de tudo e aquilo que é levantado pela oposição (que, como oposição que é não vem dizer que o está bem, apenas o que está mal).
Apesar de ainda não ter lido, fiquei curioso, contente e preocupado.
Curioso para saber o que vai ser feito dos impostos que eu vou pagar dentro de 3 meses pela 1.ª vez na vida (antes não ganhava, só gastava) e ainda qual os planos do governo cessante para a recuperação económica de que Portugal tanto precisa.
Contente porque alguém (neste caso, o governo) se preocupou em informar-me e não apenas em pedir-me o voto no fim da lesgislatura e fê-lo em linguagem acessível a um não Financeiro/ Economista.
Preocupado porque numa altura em que até se anda a vender o património do Estado para se manter o déficit de acordo com as normas comunitárias, me parece que isto deverá ter saído um balúrdio. Preferiria que nos mesmos jornais se pusesse o anúncio a dizer que esse documento poderia ser descarregado de qualquer sítio do Ministério das Finanças.
No entanto, o balanço de tal iniciativa parece-me positivo porque cidadãos mais informados tornam-se também mais interventivos, e isso é absolutamente necessário no Portugal de hoje em dia.

Ainda o Défice - análise da política financeira por uma leiga!

Nos últimos dias muito se tem discutido política Orçamental no nosso BLOG.
Confesso que não é «o tema da minha vida» por vários motivos e que de Finanças percebo muito pouco (não, não sou daquelas licenciadas em Direito que percebe imenso de números e que faz mestrados nas áreas económicas!).
De qualquer modo, sei pensar e como tal, posso comentar a política financeira do Estado (se disser muitos disparates, os senhores dos números que me corrijam!).
Aprendi em Finanças Públicas (e a olhar para a minha carteira) que o Equilíbrio das Contas do Estado pressupõe que não se gaste mais do que se arrecada! Parece-me lógico. Aprendi igualmente que, na máquina infernal que é o Estado, as despesas são múltiplas e que se dividem em despesas correntes (as más) e despesas de investimento (as boas). Já do lado das receitas, a principal fonte de ‘rendimento’ do Estado são os impostos. Também existem as receitas patrimoniais e outras, mas o grosso do que entra nos cofres do Estado são IMPOSTOS.
Posto isto, sabem o que me chateia? Saber que os meus impostos servem, basicamente, para cobrir despesa corrente, a maioria dela inútil! (Fico chateada, pois claro que fico chateada!)
Não estou a falar do Governo do Santana, nem do Durão, nem do Guterres, nem do Cavaco! Estou a falar de um problema estrutural português! Estou a falar desta mania nossa de que o Estado é ‘paizinho’ e paga tudo! Estou a falar de uma Função Pública (gigantesca!) que sai à rua quando um Governo (o XV) decide dizer que ela terá que de ser reger por critérios de eficiência e de mérito! Estou a falar de procedimentos burocráticos que não têm em conta a rentabilidade dos serviços nem as melhores opções económicas! (Veja-se o exemplo da Central de Compras da Defesa Nacional, criada pelo ‘nosso’ Ministro Portas e perceba-se como de forma simples, se pode ganhar eficiência e celeridade!).
Se a principal despesa do Estado fosse em investimento, eu até não me irritava tanto naqueles dias de Março em que tenho que pensar em entregar a minha declaração de IRS! Porque sabia que os meus ‘tostões’ iriam servir para criar riqueza para o país e que no futuro dariam retorno para todos nós! Mas não!
Os últimos dois Governos reduziram o défice e não foi com sobrecarga de impostos nem acabando com o investimento público! Foi cortando despesa primária, melhorando a máquina fiscal e incentivando o investimento privado. Esse é o caminho... tão só as forças de bloqueio e os interesses não paralisem o país e impeçam os que foram eleitos de cumprir o seu Programa!
O que eu peço é que se corte drasticamente a despesa corrente e que os impostos devidos sejam efectivamente pagos. Para isso, é preciso inverter a lógica do Estado. No fundo peço apenas menos Estado e melhor Estado!
É simples, afinal de contas!

UM SANTO NATAL!

Alcoutim deseja a todo o país:

UM SANTO NATAL, em família para os que puderem e cheio do Menino Jesus para todos!
Caríssimos Carlos, André e Francisco,

Acho que me sinto um bocadinho mais esclarecido, mas nem por isso mais optimista, pelo contrário.
Concordo com o Francisco de que o Estado gastar + 3% do que a média do PIB é uma enormidade e concordo com o Carlos na necessidade de políticas altamente impopulares para reduzir a despesa fixa do Estado, principalmente os ordenados.
Por momentos, senti-me tentado a ir a Santa Comba Dão ver se ainda se conseguia fazer um clone do Sr. Professor, mas depois lembrei-me que a Maggy Tatcher também conseguiu uma forte redução da despesa pública em Democracia, por isso lá que é possível é.
O que nós precisamos agora é de alguém sem medo de perder as eleições passados 4 anos.
Quem? O Santana? Não, parece que esse Senhor quer lá ficar pelo menos 8 anos. O Sócrates? Pois, esse não me parece nada do género de querer reduzir a despesa pública.
O Portas não seria mal pensado... É do género de não ter medo de fazer o que é preciso, rodeia-se bem, de gente capaz e honesta, e não tem ambições a ficar lá uma eternidade.
Depois de tão boa ideia, tenho uma proposta a fazer: MAIORIA ABSOLUTA PARA O PP!

Consolidação orçamental

No que respeita ao déficit, o grande problema é que a consolidação orçamental tem sido feita pelo lado da receita e não da despesa.

É à custa do aumento dos impostos e do recurso a receitas extraordinárias que se tem feito a consolidação orçamental, principalmente, nos impostos sobre o consumo, os chamados impostos indirectos e, bem como sobre o trabalho dependente.

A consolidação orçamental só será bem feita, quando actuar sobre a despesas. E é sobre essa que a esquerda não tem coragem política para o fazer.

Não nos podemos esquecer que mais de 60% da despesa pública é consumida, apenas, com custos com o pessoal da administração pública. E outros 30% são os encargos com as pensões. Neste cenário que mais se poderá pedir?


22 dezembro 2004

Déficit - leitura de Natal

Sobre este assunto tão polémico e na ordem do dia, sugiro como leitura de Natal o seguinte livro:

"Portugal, a União Europeia e o Euro: ensaio sobre a tributação e a despesa pública.
Autor: Medina Carreira
Editora: Fisco

Déficit

Caros amigos, também eu não sou especialista na matéria, pelo que espero não incorrer em erros crassos no que aqui vou expor.

Tentando elucidar melhor o Diogo, a visão que tenho do Déficit é do prejuízo acumulado do Estado. Quando o Estado tem menos receitas que despesas num ano, dá prejuízo, ou seja, origina um Déficit. Ora, sucessivos prejuízos provocam um aumento do Déficit, assim como um ano de lucro (Super Ávito) provoca uma redução do Déficit. A situação ideal, claro está, seria ter sucessivos anos de super ávito, conseguindo-se assim eliminar o Déficit e tornar o saldo super-avitário. Mas estamos bem longe disso.

Quando ouvimos falar do Déficit acima ou abaixo dos 3% a maioria das pessoas esquece-se (ou nem tem noção) de perguntar: - 3% do quê? 3% do PIB, meus amigos. O PIB é nada mais nada menos que a riqueza anual produzida pelo País, ou seja, por cada um de nós trabalhadores.

Estamos então a falar de o Prejuízo Acumulado do Estado ser ou não ser 3% superior à Riqueza Produzida em Portugal! Isto é uma enormidade!!! O Estado sozinho consegue ter um prejuízo acumulado superior ao que o País inteiro é capaz de produzir. O grave da questão reside aqui e não em ser 2, 3 ou 7% superior.

Quanto à meta dos 3% fixada pelo Pacto de Estabilidade, por mais importante que seja o seu cumprimento (por forma a podermos ter uma moeda única consistente, que seja espelho de economias equilibradas no seu todo), não faz sentido estarmos com a palhaçada a que temos vindo a assistir nestes últimos (já largos) anos. Andamos todos os anos a arranjar manobras complicadíssimas de cosmética contabilística só para cumprir os ditos 3%.

Só a título de exemplo, que sentido faz o Estado ir buscar ao Fundo de Pensões da Caixa Geral de Depósitos 1.000 milhões de euros para a Caixa Geral de Aposentações e depois fazer um aumento do capital da Caixa Geral de Depósitos em 800 milhões de euros? Vai tirar a um lado para pôr noutro e devolve doutra maneira - pelo meio o dinheiro passou pelas rúbricas contabilísticas certas e "voilá", temos uma redução do Déficit. Em que é que, na realidade, as contas do Estado melhoraram? Em nada! Palhaçada!

Já era tempo de se acabar com a palhaçada - mandamos Bruxelas dar uma volta ou acertamos as contas de vez? A segunda opção, como é óbvio! Não por medo de Bruxelas mas pela Salvação Nacional!
Piada política da época de Natal

Jesus Cristo nasceu em Belém no mês de Dezembro e foi crucificado.

Santana Lopes foi a Belém em Dezembro e voltou demitido.

O Benfica foi a Belém em Dezembro e foi goleado/esmagado por 4 - 1.

Moral da História: Não se aconselha ninguém a ir a Bélem em Dezembro.
Carlos & Diogo:

Concordo com o que o Carlos disse, embora ache que tenhas desviado as atenções um pouco para outro lado. No telejornal de hoje (quer dizer, ontem), na TVI ao ouvir o Miguel Sousa Tavares e ao António Peres Metelo a falarem sobre o funcionamento do nosso Governo, mais razão eles me deram sobre a eterna questão que tenho levantado desde o início que este Governo está no poder: o modo como se fazem as coisas.

Não digo que tu Carlos, não tens razão no que disseste, pois tudo o que apresentaste são factos e ir contra eles seria ridículo. O que chamo, porém a vossa atenção (aqui ao Diogo, pois sou um leigo como tu nesta matéria), é ao modo como as coisas são feitas e, acredite-se ou não, é essa a imagem que fica na mente de quem é governado (sei que soa mal, mas é só para distinguir os pólos).

Sei que este nosso Governo teve de tomar sérias medidas que nada coincidem com a popularidade desejada a um Governo; daí que parte da desacreditação por parte dos Portugueses (para não mencionar do caso mais recente da Banca em que, após os comentários do nosso Paulo Portas ao mencionar que o PR teria sido sujeito a pressões por parte destes, o chamaram de "demagogo e populista" - lá se foi uma estrelinha) entre tantos outros casos se prendem com isso mesmo: com a forma, com o modo, com a atitude e não com a acção tomada...

Não concordo com a visão que vou partilhar, mas em ambiente familiar costumo dizer que enquanto o PS estava no Governo o país estava-se a afundar, mas os Portugueses andavam felizes...o país a cair a olhos vistos mas...feliz.

Com o nosso Governo, foi a altura de plantar a boa semente para que depois, mesmo não sendo "nós" a colhê-la, houvessem outros dela colhessem o bom fruto. Trabalho árduo esse, em que se teve que reabilitar toda uma terra estéril e quase sem esperança de vida...

É uma dialéctica eterna esta. Uns colhem o que os outros plantam. Sempre foi assim em todos os aspectos da Vida infelizmente...E lamento mesmo muito que as pessoas não vejam a realidade tal como ela é.

Porém, isto não desculpa o Governo. Que coelho vai tirar na cartola na próxima 5ª feira agora? De onde virá todo o dinheiro que deveria ter sido retido com o lease-pack dos imóveis? E mais, como é que é necessário mais dinheiro do que o que tinha sido dito inicialmente? E como é que é preciso mais dinheiro?

Uma vez mais estamos retidos no mesmo assunto: o modo como fazemos as coisas ditam o nosso Destino. Espero que desta vez, o conteúdo venha num bom embrulho.

21 dezembro 2004

Deficit - Caríssimo amigo Diogo,

Em primeiro lugar importa referir que estamos perante um grave problema estrutura de Portugal, e não de um mero problema conjuntural, culpa de um ou outro governo.

Em relação ao teu ponto 1 – a reforma fiscal – realizada no ano de 2000 pelo Ricardo Sá Fernandes, é sem dúvida nenhuma uma boa reforma fiscal. Mas o principal problema no nosso sistema não está nas taxas de tributação, mas sim na ineficácia da administração fiscal realizar a sua tarefa, ou seja, fiscalizar.

O que se passa é a maior das imoralidades. Quando chegamos ao ponto de ter um presidente de uma associação folclórica e desportiva de Lisboa que frequenta o jet set, e declara ter rendimentos mensais da ordem dos 300 €, e sabendo nós, que os filhos da sua mulher frequentem um dos melhores colégios portugueses… há muito explicar. Este exemplo é uma crime que deveria ser severamente punido. Mas não. Ainda se passeiam com ar de gozo.

Nunca te esqueças Diogo que, apenas 7 empresas nacionais pagam 85% do IRC em Portugal. Será que estas empresas representam 85% da riqueza criada em Portugal?....... Claramente que não.

Em relação ao teu ponto 3 – redução da despesa pública. Esse sim é o cancro da nossa económica publica. Diogo para se reduzir a despesa pública é necessário ter estabilidade política, caso contrário não estão reunidas as condições para tal. Porque quem tiver coragem para o fazer nas eleições seguinte perde.

Nunca te esqueças Diogo que 50% das despesas públicas são para pagar salários. Será que a administração pública representa 50% da nossa economia?......... Claramente que não

Diogo, isto só se endireita com políticas financeiras coerentes e firmes. E com um Governo muito forte e apoiado por uma sólida maioria parlamentar (mas isso hoje em dia também já não chega) e acima de tudo com um 1º Ministro muito forte.

O déficit

Caros André e Carlos,

Vocês que são mais das área das Economias, expliquem à gente, pobres incultos, mais sobre este déficit.
Ora, do que eu me lembro das minhas já longínquas lições de Direito Financeiro e de Economia Pública, há déficit quando as receitas que o Estado aufere são inferiores aos seus gastos.
Nisso é igual ao comum de nós: se gastamos mais do que ganhamos, ficamos a dever a alguém.
Ora, se a minha memória não me falha, as receitas são obtidas na sua grande maior parte com as receitas dos Impostos, mas também com as receitas das rendas e outros proveitos do Estado que, na sua maior parte, vem do Património do Estado.
No lado oposto, no lado das despesas, estas dividem-se principalmente em duas grandes áreas, as despesas correntes e os investimentos.
Assim, de um ponto de vista meramente amador, quer-me parecer a mim que se se chega ao fim do ano com um déficit na ordem dos 3%, o governo tem que ter alguma culpa, pelo que eu a seguir esponho:
1) Será que a reforma fiscal não anda a funcionar e o Estado não anda a conseguir chegar a todos aqueles que, ano após ano conseguem iludir a Administração Fiscal e fugir aos impostos?
2) Será que o Estado não anda a gerir bem o seu património e com ele obter mais receitas?
3) Será que o Estado não anda a conseguir reduzir à despesa pública?
Ao comum dos cidadãos, o comunzinho assim como eu, poderia parecer assim à 1.ª vista que não houve grandes investimentos públicos neste último ano, logo poderiamos ser levados a pensar que o governo se viu impotente para reduzir a despesa corrente... Assim só à 1.ª vista, claro!
Bem... Uma coisa é certa, em altura de crise, como é mais do que óbvio, os outros dois vértices do triângulo da economia para além do Estado (empresas e famílias) vêm os seus rendimentos reduzidos, logo pagam menos impostos.
Eu não sei bem destas coisas, por isso espero que os dois me iluminem nestas trevas orçamentais em que me encontro. É que também assim á 1.ª vista, um pobre leigo como eu seria tentado a dizer que a venda anual de Património do Estado levará ao esgotamento dessas rendas do Estado, que asseguram um rendimento fixo independente dos proveitos dos impostos.
Daqui a nada (Deus Nosso Senhor nos livre de tal) fazem um novo 25/04 para poderem expropriar mais umas coisinhas e aumentarem o Património do Estado.
Caro André

Não podia estar mais em desacordo contigo. Realmente estamos a viver uma situação em tudo idêntica com a vivida há 3 anos atrás: um governo demissionário no mês de Dezembro, eleições legislativas marcadas para o primeiro trimestre do ano seguinte, o Sporting a colocar-se no 1º lugar do campeonato nacional (também depois de um péssimo arranque de campeonato) e o défice público do ultimo ano de cada um destes dois governos a ultrapassar os 3%.

Até aqui está tudo igual. Mas a grande diferença meu caro amigo, é que ao contrário do governo socialista a maioria de direita, em virtude de ser um governo de gestão, não pode tomar medidas, que a serem tomadas nestes últimos 20 dias, seriam o suficiente para que o deficit ficasse abaixo dos 3%. As medidas extraordinárias, são extraordinárias, mas podem ser tomadas em situações extremas, o que é o caso, só que um governo de gestão está limitado na sua actuação.

Ao contrário do governo socialista este governo tomou medidas muito impopulares, mas que tinham de ser tomadas, sob pena, do nosso Pais entrar definitivamente na bancarrota, tais como:
  • a introdução de portagens nas SCUT´s
  • reforma da lei laboral de forma a incrementar a produtividade e flexibilidade laboral
  • congelamento dos salários da função pública
  • uma grande reforma no sistema nacional de saúde
  • fim de alguns benefícios fiscais em sede de IRS
  • corte geral em todas as áreas da despesa publica
  • etc, etc
Nada disso seria necessário se as reformas que a economia portuguesa necessita já tivessem sido tomadas desde 1986. Mas não houve coragem política, nem homens com eles no sitio. Se estas medidas não tivessem sido tomadas o nosso deficit não seria de 3%, mas de certeza superior a 10%.

Nada disso seria necessário se não tivéssemos sido governados durante 6 anos por um governo sem rumo, sem objectivos e sem coordenação das políticas económicas.

Nada disso seria necessário se em Portugal houvesse estabilidade política e os governos durassem 4 anos.

Nada disso seria necessário se o governo de Portugal tivesse sido chefiado por um homem determinado, duro e com um pulso de ferro.

Nada disso seria necessário se os conceitos de flexibilidade laboral, produtividade e inovação não fossem papões para a esquerda.

A analise da comparação entre o governo de maioria de direita e o governo socialista não pode ser feito dessa forma, meu caro amigo André, sob pena de estarmos a sermos injustos para quem teve coragem, determinação e algo mais para fazer por Portugal o que há muito era necessário. E este governo teve.

Portugal não pode parar. Portugal não pode esperar.

A certeza de Sócrates

Pois é, apesar de o PS já cantar de galo, embora não vá, na sua maioria, à Missa do Galo, o seu líder, José Sócrates já faz campanha ecológica (ou um atentado a esta), retomando o já mais que ultrapassado tema da Incineração.

Realmente, há coisas que não mudam (e como é que este País pode ir para a frente?). O tradicional jogo das cadeiras é mais que um hobbie em Portugal: é mesmo uma profissão!

Saem uns, entram outros; muda-se aqui e ali, volta-se a falar dos mesmos temas, das mesmas coisas, das mesmas tristezas...e o País mais parado fica.

Nas notícias de ontem, o Eng. Sócrates dizia que o PS não estava para ouvir as pessoas, mas sim para apresentar propostas às pessoas.

Bem, das duas uma: ou ele está na profissão errada e no ano errado (não ouvir as pessoas é coisa de há muitos séculos atrás), ou então quer mesmo marketinguisar a política e a vida dos portugueses e vender o gelo aos Esquimós!

Está bonito está...

Contas Públicas

O chumbo do Eurostat, a respeito da operação de lease-pack de imóveis do Estado definido pelo Governo para manter o déficit abaixo dos 3% do PIB, não nos faz ficar iguais (ou piores) à situação criada pelo penúltimo governo (Socialista)?

Vamos ver o que o nosso PM demissionário e o Ministro das Finanças nos vão dizer hoje, em comunicado ao País às 13 horas (segundo as informações da Comunicação Social).

Uma vez mais o digo: Deus nos ajude!

16 dezembro 2004

Jantar de Natal do Partido Popular de Lisboa

Caros Amigos,

Esta noite, realizou-se o jantar de Natal do Partido Popular de Lisboa, no restaurante do centro de congressos (antiga FIL) em Lisboa, que contou com a presença do Presidente do PP o Dr. Paulo Portas, entre os mais prestigiados quadros políticos do partido. No final do mesmo tomaram posse os novos membros da Distrital de Lisboa, entre os quais o nosso presidente (CPC) Carlos Oliveira Andrade. A todos eles desejo um bom início de mandato e um Santo Natal.

Saudações Populares!

15 dezembro 2004

Quanto ao discurso

Penso que o Dr. Paulo Portas e o Dr. Santana Lopes mostraram bem com o o que nos disseram no seu discurso a volta que ainda podem dar a isto! Aliás só ontem ao ouvi-lo é que percebi realmente porque demorou tanto tempo a ser feito! Estava exelente! Muita água irá ainda certamente correr debaixo das pontes. Espero com todo o gosto daqui por um mês mudar as minhas previsões das votações das próximas legislativas para melhor e dizer bem alto que me enganei.
Quanto ao facto de irmos sozinhos, digo desde já que essa era e sempre foi a minha preferência porque acredito no futuro do CDS/PP. Por outro lado, não posso deixar também de dizer, porque dou valor á sinceridade política, Mais vale sozinhos que não tão bem acompanhados!
SMS

Acabei de receber uma sms acidental, com a seguinte frase.

"Sozinhos, mas com milhões de portugueses"

14 dezembro 2004

tertuliando!

Achei a tertúlia desta noite muito boa. para começar devo mesmo dizer que estava exelente! Os meus parabens desde já a todos os participantes e convidados. O ambiente estava espectacular (esta à carlos;), a participação em geral foi boa, discutiu-se, trocamos ideias e pontos de vista, debatemos temas da situação política actual (esta mais que nunca), tudo num óptimo espirito de diálogo (esta para o miguel machado) como o tema da coligação ou não a dominar a noite!
Àqueles todos que não foram, estão desde já convidados a participar em nas futuras tertúlias organizadas pela Comissão Política de Lisboa da JP a partir de Março!

Saudações Populares!

To be or not to be

Vou ali a Madrid, já volto... pode ser que o assunto, nos entretantos, se resolva!

13 dezembro 2004

versejando

Uma coisa a dizer
sem mais nada a falar
é aquilo que escrever
que assim o vai ditar

O presidente dissolveu
a assembleia caiu
o governo morreu
o Santana buliu

A resposta não tardou
de S. Bento a chegar
dizem: o sampaio matou
e já deu o que tinha a dar!

Veio a esquerda a correr
depressa, depressinha
novo governo à de nascer,
e da esquerda, pla certinha!

Eleições convocadas,
não há que ter clemência,
apertos e paulada
azar ou coincidência?

que Deus, o povo ilumine
nesta hora de traição,
e os socialistas mine
entre todos da Nação!

Viva o CDS/PP!
Viva Portugal!




Louça no Caldas

Pois é Beatriz, eu nem queria acreditar ontem quando estava a entrar no Caldas e vejo o Francisco Louça à porta junto da camioneta da TVI. Acreditava mais ver uma galinha a voar ou ver o Benfica a perder por 4 com o Beleneneses, do que ver o Louça à porta do Caldas. Mas era verdadde.

Pois bem, o senhor ainda por lá esteve durante quase uma hora, chegando mesmo a dar uma entrevista em directo para ese canal, não à porta da nossa sede, mas em frente ao Caldas a cerca de 10 metros da porta. Para quem conhece bem o Caldas, a entrevista foi dada ao lado da cabine da PT.


Que pasa, chiccos?

Está uma rapariga em Madrid 4 dias e 3 noites, sem televisões, sem jornais, sem internet (não obstante * tinha muitas outras coisas, podem acreditar!) e no seu Portugal acontecem mil e uma coisas!
Ele é o PR que decide falar ao país; o Governo que se demite; o Louçã que aparece no Caldas (juro que ainda não percebi essa história!); a coligação que não se decide!
Enfim, um montão de coisas que pelos vistos eu perdi! Espero recuperar este meu lack of information amanhã na FANTÁSTICA TERTÚLIA a ser organizada pela CPC de Lisboa da JP.



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* O 'não obstante' é especialmente dedicado ao Francisco que, segundo sei, adora esta expressão!

12 dezembro 2004

Fora com o Presidente de Belém. Viva os pasteis de Belém

Diogo como tu sabes eu não sou Monárquico, mas desde a semana passada com a triste cena proporcionada pelo Presidente Sampaio, passei a duvidar se o sistema republicano será o melhor.

Concordo contigo. Um Presidente da República, até chegar a este posto, terá de certeza todo um passado político ligado a um determinado partido político, seja ele qual for. Assim, é normal que em momentos muito críticos como foi este, que ele decida a favor dos seus amigos. Porventura, tal não sucederia com um Rei.

Em resumo a única coisa que Belém tem, são os magníficos pasteis de Belém. E ainda ontem lá fui comer 4 espectaculares pastéis.

PP – nos próximos dias escreverei sobre a vergonhosa argumentação do Presidente da República.

TIAGO

Queridos amigos,

Hoje estou com a pica toda e já vou para o 3.º post em meia hora, mas é só mesmo a propósito da carta do Zé Tuga ao Menino Jesus...
Tenho um amigo, um grande amigo mesmo, o Tiago, que está a estudar em Londres. Juntou dinheiro durante um ano inteiro depois do curso para ir tirar uma pós-graduação na famosa London School of Economics e agora lá está.
Falei agora com ele (que, já agora, é um assíduo leitor deste blog) que me disse que vinha de Londres de propósito para votar! E olhem que o rapaz não é um Mello ou um Champalimaud- no Sábado vai apanhar um daqueles vôos baratíssimos que agora não me vem o nome à cabeça (Fly Air?) para o Porto, depois vem de combóio para Lisboa, vota e volta para Londres da mesma maneira. Estando lá às suas custas, ainda vai gastar 20 contos nesta brincadeira para votar. Só? Será assim tão pouco?
Depois desta prova de cidadania, quem é que nas próximas eleições vai ter coragem de ficar em casa ou ir para o centro comercial e não se deslocar 30 minutos ás urnas???
E agora um aparte: o Tiago queria mesmo era votar em Londres, mas as coisas estão tão mal feitas, que ele não pode manter-se como residente na sua freguesia cá em Lisboa e votar em Londres com um estatuto qualquer do género de "viajante temporário". É caso para dizer: Menino Jesus, eu gostava tanto de ter um país menos burocrático!!!!

Querido Menino Jesus:

Querido Menino Jesus,

Para este Natal gostava muito de ter um bom governo que governasse bem o meu singelo país: um governo com gente capaz, honesta e corajosa que defendesse sempre em 1.º lugar os interesses de Portugal e dos Portugueses e não achasse que legalizar o aborto, e os casamentos ou uniões homosexuais fossem prioridades ou sequer boas coisas para o país.
Também queria um bom Parlamento, com iniciativas de Lei inovadoras e não a reboque do que se faz noutros países que nada têm a ver conosco: um parlamento que olhasse com seriedade e vontade de trabalhar para sectores tão importantes como a Saúde, Educação, Justiça e Ambiente a promulgasse umas Leis-Base mais consentâneas com as nossas tradições nessas áreas.
Ah, já agora, também queria uns autarcas que não desfalcassem os erários municipais, não desviassem dinheiro e depois fugissem para o Brasil e não se envolvessem em futebolices vergonhosas.
Ah, se não fosse pedir muito queria um Chefe de Estado educado, patriota, isento e honesto e que não decidisse criar uma crise política para favorecer o seu própio partido.
Oh querido Menino Jesus, eu bem sei que não fui um bom menino... Não fui produtivo no meu trabalho, não me empenhei em causas e movimentos na sociedade civil e na política que ajudassem a mudar o estado das coisas, fujo sempre dos impostos como o diabo da cruz e nas eleições dá-me sempre uma canseira tão grande que não consigo largar a televisão para ir votar. Também sei que tenho preferido ir aos centros comerciais do que às assembleias de freguesia, ao futebol do que fazer acção social e não peço o livro de reclamações quando sou mal atendido num serviço público, mas mesmo assim queria uns políticos melhores.
Pode ser? Pode?

Um Santo Natal!

Zé Tuga

Elogio ao Dr. Jorge Sampaio

Acho incrível o que por aí se tem dito do Dr. Jorge Sampaio! Acho uma falta de cortesia e até uma falta de clareza política...
Oh meus amigos: dissolver a AR foi o melhor que o Senhor podia ter feito.
É que a partir de agora, com a retoma económica que se esperava para o país e com uns orçamentos menos restritivos, já dificilmente se tiraria de lá o governo daqui a dois anos.
Ora, como homem de esquerda que o Dr. Sampaio é, e como homem de esquerda que foi eleito nas eleições Presidenciais, ele tem mesmo é que defender os interesses da esquerda e, ou mandava agora o governo abaixo ou daqui a uns anos já não o conseguia.
Por isso não venha a Direita agora, qual virgem ofendida, dizer que o senhor foi faccioso- é que ele tem mesmo é que ser faccioso, que é para isso que foi eleito.
O que é que querem? Um Chefe de Estado isento e que não favoreça um partido mas procure sempre o melhor para Portugal?
Claro que não! A maior parte do país é Republicana! Se os Portugueses quisessem um Chefe de Estado isento teriam que ser Monárquicos e não me parece que o sejam.
Por isso, Dr. Sampaio, dou a Vexa. os meus mais sinceros parabéns pela sua actuação- foi mesmo a tempo de favorecer a Esquerda, o que mais não é do que manter-se fiel ao eleitorado que o elegeu.
E a pergunta é: porque é que Vexa. não fez isso há 4 meses. Só me ocorre uma explicação: Vexa. sabia que o governo criado pelo Dr. Santana Lopes até podia ser positivo, mesmo que o próprio 1.º Ministro fosse uma vergonha, por isso deixou-o enlamear-se e com isso enlamear o governo. Dentro de dois anos já os Portugueses veriam a retoma e talvez não ligassem tanto às playboyces do 1.º... Mas isto, é claro, já é o jogo do suponhamos.
Por isso, caros leitores deste humilde mas honesto blog: se querem um Chefe de Estado isento e com os interesses do país sempre em mente, sejam Monárquicos e vejam como o Sr. Dom Duarte faria muito melhor figura como Chefe de Estado do que o Dr. Sampaio, o Dr. Soares ou o General Eanes.

O novo Emplastro!


Emplastro Louça no largo do Caldas

07 dezembro 2004

O que se ouvirá na FIL - versão para adultos (Parte III)

Para além do tilintar dos copos de cristal e dos talheres de prata, o ruído de fundo será mesmo o ‘taf, taf’ dos aventais bem engomados!

O que se ouvirá na FIL - versão para adultos (Parte II)

Falar das Presidenciais ou não estivessem vários proto-candidatos alinhados.

O que se ouvirá na FIL - versão para adultos (Parte I)

Falar mal do Governo que ainda é mas, que são será por muito mais tempo.

Aviso

Os post que se seguem, atendendo ao seu conteúdo, devem estar identificados com o seguinte aviso:




O que se ouvirá na FIL (Versão para crianças)

Parabéns a Você
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida
Hoje é dia de festa
Cantam as nossas almas
Para o menino ‘Márinho’
Uma salva de palmas!


por este andar...

Caros amigos,

Saído das aulas, de regresso a casa, eis quando senão, começam as aventuras duma viagem na nossa maravilhosa rede de transportes públicos de Lisboa! logo para começar foi o metro no seu melhor, ajojado de pessoas que iam para Entercampos. tudo isto está claro e vale a pena relembrar por o rossio não estar a funceminar! logo depois veio o bom dum dos autocarros da carris (com pelo menos 25 anos de existência), que para variar vem a abarrotar, só fazendo lembrar um galinheiro ou talvez melhor ainda, porventura o estereotipo dum autocarro mexicano, que numa escala hierárquica se situa mesmo assim muito á frente dos nossos. Escusado será recordar, o cheirinho a sovaco e os berros dum louco histérico que faziam parte do cenário. Logo andados 500 metros, o belo do monstro atrás descrito como autoccaro, "deu o berro". claro está safanão para cá, safanão para lá, e levado a sair pela paragem forçada lá fiz o resto do caminho a pé... claro que depois de um dia de aulas o que mais apetece é mesmo fazer uma caminhada!

Pena é, o Sr. Ministro responsável pela pasta, em vez de andar confortávelmente sentado no seu BMW, não conheça estas "maravilhas" de Lisboa, Se assim não fosse talvez tivesse coragem para tomar certas medidas, diria polémicas, mas essênciais, em sociedades desenvolvidas como a que aspiramos ser!

E já agora em jeito de remate, costuma o povo dizer, na sua infinita sabedoria:), "quem anda à chuva molha-se!", pois eu digo então Molhemo-nos!, que remédio temos por este andar?

Saudações!


não tanto razoável...

tenho notado nas últimas reuniões da nossa cpc um certo descontentamento, e sublinho Graças a Deus, duma pequena minoria, que considera ser legitimo, ou melhor ainda, razoável, votar noutro partido político (ainda que no espectro político próximo do PP) , isto no caso de existir coligação pré-eleitoral com o PDS. Penso, que não será a atitude mais correcta a ter. pelo menos mais oportuna e razoável não o é de certeza!
Pensem nisto!


06 dezembro 2004

Sozinhos ou coligados

sozinhos
A matemática das sondagens
A matemática sempre foi para mim uma dor de cabeça, especialmente, no secundário. E pelos vistos na política também.

Já disse aqui (e não volto atrás) que sou a favor do CDS/PP ir sozinho as estas eleições. Mas não me posso esquecer que não é a percentagem dos votos a nível nacional que determina o numero de deputados de cada força política. No sistema político português o número de deputados obtidos é feito distrito a distrito pelo método de Hondt.

Assim, existem cerca de 12 distritos em que os votos no CDS/PP não servem para nada, pois, não são suficientes para eleger um deputado. Em caso de coligação, estes votos seriam sempre aproveitados pela coligação. Além, de que o próprio método de Hont, pela sua natureza, favorece quem vai coligado, ou seja, com os meus 1.000 votos a coligação conseguiria obter mais deputados, do que esses 1.000 votos divididos pelos dois partidos, independentemente da forma de repartição.

Por estas duas razões puramente matemáticas eu até posso admitir que a coligação será mais beneficia para que o PS não chegue ao governo.

Há sempre a questão de saber, se a coligação não conseguirá menos votos do que a soma individual dos partidos!!!!!

Grandes decisões no esperam este fim de semana. A comunicação social dá como certa uma coligação. Faço votos que assim não seja, mas caso o seja, aqui estarei eu para defender Portugal da Esquerda.

PP - Não esqueçer que a sondagem apresentada este fim de semana pelo Expresso e pela SIC não contempla os votos dos Açores, Madeira e Resto do mundo. Se a memória não me falha, estes 3 circulos elegem 13 deputados, e nas últimas eleições o PSDÊ deu uma banho de 11-3. Portanto a vitória do Eng. Socrates não é assim tão certa quanto se possa pensar, ou querem fazer passar.
Claques
Não consegui ficar indiferente ao facto de ter visto Pinto das Costas a entrar no Tribunal de Gondomar acompanhado pelos vândalos de uma claque de futebol. E ainda por cima ameaçaram fazer uma manifestação caso esse senhor ficasse detido.

Não escondo que sou um admirador de futebol. Mas se há coisa que me mete nojo no futebol são as claques. Se houvesse em Portugal políticos com coragem, as claques já teriam sido extintas há muito.

Estes jovens que pertencem às claques nunca teriam este tipo de comportamentos se na sua adolescência tivessem tido uma educação que incutisse neles o espirito da responsabilidade, o respeito pelo próximo, o amor pela Pátria e os seus símbolos, etc.

Não escondo que sou um admirador da Mocidade Portuguesa. Acho que não faz mal nenhum a um jovem de 6/12 anos aprender a ser responsável e a ter uma educação baseada em principio e bastante rigorosa.

05 dezembro 2004

Mutatis Mutandis

"Com as devidas adaptações"

Se, a Beatriz no post anterior diz que o regular funcionamento das Instituições está em causa a propósito de um suposto esquecimento do PR ao Presidente da Assembleia da República sendo, o Governo apanhado nessa trama mas sem culpa...o mesmo argumento pode ser aproveitado em:

O regular funcionamento das Instituições está em causa quando o PM não comunica ao nosso Paulo Portas o nome correcto do seu novo Ministério;

A tomada de posse de uma Secretaria de Estado por parte da Teresa Caeiro que migrou virtualmente da Defesa para a Cultura;

O caso das tomadas de posse dos secretários de estado que são canceladas à última da hora para depois o PM ir a um casamento e ser visto na discoteca!;

Entre tantos e tantos outros casos...Porém uma nota: não estou de acordo com o timing do PR nem estou tão certo (pois ainda não tomei conhecimento) dos argumentos que serão utilizados para a dissolução da Assembleia mas uma coisa é certa: se o regular funcionamento das Instituições é como a Beatriz o disse, estava muito em causa, ai isso estava!

03 dezembro 2004

O regular funcionamento das Instituições

O Presidente da República esquece-se de avisar o Presidente da Assembleia da República da sua decisão sobre a dissolução dessa mesma Assembleia.
O Presidente da Assembleia da República acha o esquecimento normal.

Realmente, sou levada a concluir que o regular funcionamento das instituições estava em causa...

Só não percebo o que faz, então, o Governo neste filme!

02 dezembro 2004

LOL

Estou para ver se o nosso grande timoneiro será iluminado ou alucinado...
Maioria absoluta acho muito pouco provável, mas ser o partido mais votado acredito sim. Pelo menos deveremos ficar à frente do PSDÊ.

Como dizia o nosso presidente.....haja fé.
Bi, não vale! Roubaste-me as palavras. Claro que a ilustração é uma mais-valia que só tu para ter tempo para procurar e pô-la.

Mas não temos que temer semelhante cenário. Afinal, segundo o nosso ilumidado líder, nós até vamos ganhar as eleições, não é assim? Com maioria absoluta, diria eu! :p

Uma pintura de Dali

Carlos, já totalmente rendida ao surrealismo que inauguraste, acho que para o quadro catástrofe ser total, teríamos que ter o Louçã como Ministro de Estado e das Finanças!


Cenário surreal, mas pode ser real

Já viram o que é ter o Socrates com 1º Ministro, o Jerónimo de Sousa como Ministro do Trabalho e da Segurança Social e o Louçã como Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Deus me salve.

Eu pessoalmente não acredito neste cenário, mas pode acontecer.

Todos de Direita mas nem todos de acordo (III Parte - porque vale a pena uma trilogia!)

Meus caros Francisco e Carlos, em momento algum, disse que a opinião que nós expressamos neste Blog é a opinião da Concelhia de Lisboa da JP. O que eu disse foi: «também o que dizemos é lido como a opinião da JP de Lisboa e, em última análise, como a opinião de militantes do CDS/PP». Eu digo ‘é lido’ e não o digo ingenuamente! Digo-o porque todos sabemos que quem lê o que escrevemos fá-lo-á de boa ou má fé, como preferir; fa-lo-á na convicção que eu Beatriz penso a, o Francisco pensa b e que o Carlos pensa c, e que isso é saudável e enriquecedor, ou fá-lo-á para constatar que os militantes do CDS/PP não se entendem!
Quando publicamos o que escrevemos, sobretudo num BLOG que tem um simbolozinho da JP de Lisboa, temos que ter cautelas acrescidas porque somos lidos não apenas pela nossa família política, que permite que pensemos pela nossa cabeça e até valoriza quem desenvolve um pensamento próprio, mas também por quem quer ver as coisas onde elas não existem! Os tais que depois de, por exemplo, ouvirem a declaração de Paulo Portas fazem títulos como «CDS sozinho já critica PSD»; «Portas indignado com PSD» e outros...
Na blogosfera, atentem no exemplo d' «O Acidental». Não é um Blog do CDS, não obstante os nossos críticos insistem a conotá-lo ao partido e fazer do que aí é dito tese oficial (ou oficiosa). É por isso que entendo que quando escrevemos temos que saber que a opinião é nossa mas poderá ser lida de milhentas formas, nem todas amigas e compreensivas! Daí eu dizer: «quando escrevemos, fazêmo-lo em nosso nome, por isso damos a cara assinando os nossos textos, mas também o que dizemos é lido como a opinião da JP de Lisboa e, em última análise, como a opinião de militantes do CDS/PP
Por isso, se acho grave um militante por em causa o voto no seu partido, acho que assumi-lo publicamente é mais grave, porque criam terreno fértil para os nossos opositores e isso é tudo o que nós não queremos!
Para terminar, como ‘ideóloga’ desta ideia do Blog, tenho que dizer que as polémicas e as trocas de opiniões apenas enriquecem a nossa Concelhia e o nosso Partido, ninguém pode ser mais favorável à livre expressão e ao contraditório do que eu. Mas há limites e impõem-se cautelas para que nunca resvalemos para terrenos pantanosos.

Credo!!!

Deus me livre de tal sina!

Mas mesmo que fosse convidado não iria. É como a festa do Avante! - podem dizer o que quiserem sobre o evento cultural que é, para mim acima de tudo é a festa de anos de um jornal com o qual não poderia estar em mais profundo desacordo e desagrado, pelo que não participo.
Seguidismo político

O seguidismo faz com que um partido político vote em mais de 95% num determinado líder e, apenas, 3 semanas depois já o esteja a por em causa e a procurar um substituto.


E mora o Senhor mesmo atrás do El Corte Inglês...

E já agora Francisco. Tu tambem foste convidado para o jantar de anos do Mário Soares?

O incrível acontece!

Mário Soares não perdoa Paulo Portas por ter corrido Maria Barroso da Cruz Vermelha.
Mário Soares não perdoa Santana Lopes por ter corrido João Soares da Câmara Municipal de Lisboa.
Mário Soares está quase a fazer 80 anos.

Jorge Sampaio não teve tempo de ir ao El Corte Inglés comprar uns cubanos...
Todos de Direita, nem todos de acordo

Deixem-me só dizer uma coisa sobre este assunto.

Quanto este bolg foi criado, foi no pressuposto, que era um lugar onde cada membro da direcção da Comissão Política da Concelhia de Lisboa, ou por vezes os militantes poderiam expressar de livre vontade as suas ideias, não querendo NUNCA dizer que essa é a vondate política do Comissão Política.

Fazer parte dum Partido, ser militante dum Partido, não quer dizer que se tenha que votar, permanentemente, nesse Partido. Poderá haver, raras concerteza, ocasiões, que por uma razão ou outras, não concordemos com as linhas políticas traçadas pelo Partido. Pode acontecer. Comigo ainda não aconteceu. Já esteve perto. No dia em que acontecer, não votarei no meu Partido. Mas como é obvio isso só poderá acontecer em regime excepcional. Porque quando se tornar regra ai sim faz sentido desfiliar-se. Mas só ai.

Esta minha opinião sobre o Blog, sempre foi a minha opinião, mesmo quando aqui se escreveram textos a favor da Regionalização.

Estou confiante que vamos ganhar as eleições. Hajá fé e confiança. Porque competência e estabilidade já temos.





Todos de Direita mas nem todos de acordo...

Para quem anda distraído, é a nota adjacente ao título do nosso Blog.

A Bi (e os seus inúmeros não obstantes) afirma que, quando escrevemos neste blog, "também o que dizemos é lido como a opinião da JP de Lisboa e, em última análise, como a opinião de militantes do CDS/PP". Não poderia estar em maior desacordo!

O blog serve para trocarmos as nossa opiniões exactamente porque não estamos em acordo. Se estivéssemos não precisaríamos do blog para nada - despejaríamos todo o nosso pensamento único (que arrepio!) no Site Oficial e estaria a festa feita. O que cada um de nós escreve neste blog vincula única e exclusivamente a si próprio e mais ninguém e essa regra foi clara desde o início.

É certo que foi discutido até que ponto iria essa liberdade, dado sermos pública e oficialmente os membros directivos da Concelhia de Lisboa da JP, mas se alguma coisa neste blog vincula essa Concelhia são apenas os comunicados oficiais que entendemos, em sede própria, aqui publicar.

Quanto ao alarido levantado pelo Diogo, eu percebo o incómodo da Bi, mas peca por incoerência. Será grave demonstrar o desacordo total com determinada política do Partido e fazer disso factor de ponderação do nosso voto nele ou noutro? Talvez um pouco... Para a Bi o grave não é o pensar, é o aqui publicar. Pois bem, onde estava o ultraje da Bi quando, há poucos meses atrás, usei aqui neste blog o termo "traição" para o facto de o Partido ter aderido ao PPE após as eleições europeias? Terá sido menos grave? Não creio...

Sejamos coerentes e tenhamos calma nas pressas com que julgamos os outros. Pensamentos únicos e vozes silenciadas é três partidos à esquerda. Nesta casa não mora ninguém com esse nome.

Um pensamento

Convém lembrar, a quem prefere o caminho mais fácil, o do desânimo, sábias palavras de Winston Churchill:

«Success is not final, failure is not fatal: it is the courage to continue that counts.»

É esta coragem que nós devemos ter. Porque é de coragem e de convicção que somos feitos!

01 dezembro 2004

E para quando uma declaração ao país

Estive até agora à espera de uma declaração do Presidente da República dando a conhecer a sua decisão...
Atendendo a que são 2:27 da manhã, penso que ele já não deve falar... posso ir dormir e acordar a tempo do jornal da tarde!


Dúvida: será que o Presidente ainda acha que pode voltar atrás?
A minha visão
Depois da notícia desta noite, vou aqui reflectir um pouco sobre o sucedido.

1 – Em primeiro lugar, compreendo e até poderei aceitar a decisão do Presidente da República em dissolver a Assembleia da República, no sentido em que este Governo, estava a ficar sem credibilidade nenhuma, tanta eram os tiros nos pés das últimas semanas. Como o André refere no seu post, foi a tomada de posse dos Ministros, 3 dias depois, nova bronca com a tomada de posse dos Secretários de Estado, foram as contradições sobre política económica entre o Santana, o Dr. Bagão Felix e o Barreto. Cada um defendia uma coisa diferente etc, etc.

2 – Portanto sou da ideia que desta vez o Presidente tinha reunidas as condições para que com a devida justificação, dissolvesse a Assembleia da Republica, o que não acontecia em Julho. E no meu ver o Presidente da Republica, até agora, não esteve nada mal.

3 – Digo até agora porque ao contrário do que aconteceu em Julho, que o Dr. Sampaio quando toma a decisão de não dissolver a Assembleia, fundamenta-a, quer politicamente, quer constitucionalmente. Até agora ainda não foram divulgadas as razões para a dissolução da Assembleia, ou seja, ainda nada foi fundamentado. E é neste ponto que o Sampaio pode, porventura, perder toda a razão e a consequente credibilidade.

4 – O Dr. Jorge Sampaio em Julho apontou um conjunto de razões e condições para não convocar razões antecipadas: continuação das mesmas políticas de defesa, de negócios estrangeiros; manutenção das condições de estabilidade política e a continuação da política económica seguida pela Drª Ferreira Leite.

5 – Muito bem... vamos analisar ponto por ponto. A política de negócios estrangeiros e as da defesa são as mesmas. Nada mudou.

6 - Em relação à questão da estabilidade convém ter em conta que muitas destas pequenas questões de desentendimento, são altamente empoladas pela comunicação social, que faz de uma pequena questão, um enorme escândalo. As histórias bizarras das tomadas de posse podem não dar uma boa imagem do Governo, mas não é por ai que um governo não é estável A demissão do Ministro menos importante deste governo, e que até aposto que em cada 10 português, não mais de 2 portugueses sabiam quem era este senhor até ao passado Domingo, também não me parece ser um grande sintoma de instabilidade política. Não nego que é o sintoma que algo não ia no seu melhor, mas daí a grande instabilidade política vai uma grande distância. Para quem não sabe o que é instabilidade política aconselho a ver durante uma hora uma canal de televisão da Ucrânia. Como conclusão: algo não ia bem, isso é certo, mas daí a instabilidade governativa vai uma grande distância.

7 – Então apenas resta a questão económica. E por ai até sou da opinião que o Dr. Jorge Sampaio, até poderá ter algumas justificações para a dissolução da Assembleia. Durante as últimas duas semanas muitos economistas da ala deste Governo vieram a público criticar as opções do Executivo. O Orçamento Geral do Estado foi criticado por todos, mas também ainda estou à espera dum Orçamento que não seja criticado por todos e mais algum. Mas é por aqui que poderá ter sido o grande factor decisivo da opção do nosso Presidente da República, pessoa pela qual eu tenho um grande respeito, não fosse ele um morador da Freguesia de São Sebastião da Pedreira.

8 – Mas agora vamos ao que interessa, que é a posição do nosso Partido. E ai a primeira questão que se levanta é saber se deveremos ir ou não coligados.

9 – É minha opinião, e tendo em conta os acontecimentos das últimas duas semanas que o CDS/PP deve ir sozinho a eleições, com as suas políticas, com as suas ideias, com as suas caras e depois se necessário voltaremos a falar com o PSDÊ.

10 – Esta minha posição, além da componente ideológica, tem também consigo uma grande componente estratégica, com dois pontos essenciais. Em primeiro lugar, no final de toda esta vergonha, uma coisa é certa, o CDS/PP nada tem haver com esta história. Os seus ministros continuaram a trabalhar, não se meteram em nada. Toda a instabilidade foi criada apenas, e só apenas, pelos ministros do PSDÊ. Portanto, aos olhos dos portugueses nós saímos de toda esta história, "por cima", bem vistos e com credibilidade. Durante estes 2 anos e meio fomos SEMPRE um parceiro de coligação responsável e fiel. Temos esse ónus. Vamos capitaliza-lo.

11 - Um segundo ponto está relacionado com o voto útil. Pela primeira vez em mais de 20 anos de democracia tenho a ideia que na direita não vai haver o voto útil. Os portugueses, ao contrário do que aconteceu até aqui, passaram a ver o CDS/PP como um partido de governo, como um partido responsável. Os portugueses sabem que durante estes 30 meses sempre fomos fieis ao PSDÊ. E também sabem que no dia seguinte às eleições, se necessário, tal como no passado recente, os dois partidos saberão interpretar os resultados eleitorais, e formar governo. Com tudo isto, quem quer votar no CDS/PP não tem agora que pensar que está a tirar um voto ao PSDÊ, mas sim que está a dar um voto a uma boa solução governativa.

12 – Outra questão que se levanta e esta relacionada com o ponto 7 e tem a haver com o Orçamento. Irá o Presidente apenas dissolver a Assembleia na Quarta-feira depois da aprovação do Orçamento. Dissolverá antes de Quarta-feira com a consequente entrada em duodécimos no ano económico. Mas se a questão da dissolução for a questão económica, não faz sentido nenhum o Presidente da Republica permitir que o Orçamento seja aprovado, obrigando o próximo governo (seja quem for) a seguir este rumo (se o Eng. Socrates ganhar as eleições já tem desculpas até Janeiro de 2006 e dizer que não está a governar com o seu plano económico). Mas se não for a questão económica qual é então a verdadeira razão da dissolução. Não quero acreditar que seja uma questão de amizade partidária........ e ai retiro toda a parte final do ponto 7, ou seja, o profundo respeito que tenho pela pessoa do Dr. Jorge Sampaio.

13 – Apenas realço que no caso deste Governo não ser aprovado, os benefícios fiscais da dedução à colecta dos PPR e dos CPH (Crédito Poupança à Habitação) poderão ser feitos até à aprovação dum novo Orçamento.

14 – Portanto, e se por acaso o nosso Presidente do Partido, Dr. Paulo Portas, ler este post, eu peço-lhe que tome a opção de ir sozinho a eleições e recordo-lhe uma frase proferida no Congresso de Coimbra em 1996 "Se avançar venceremos, se recuarmos perderemos, então porque é que havemos de recuar. Vamos em frente. Vamos sozinhos. Vamos vencer.

O Orçamento afinal era bom!!!!

Adiantam os comentadores que o Presidente terá enviado uma nota aos jornais dizendo que apenas dissolve a Assembleia da República após a aprovação do Orçamento de Estado para 2005 e garante que o promulgará!

O que é isto????

O Presidente 'atira' o país para eleições e 'amarra' o futuro Governo a um Orçamento aprovado pelo seu antecessor????

Afinal o Orçamento não é assim tão mau e, por maiora de razão, a política economica e financeira deste Governo não pode ser um dos motivos ponderosos que alicerçou a decisão de dissolver a Assembleia! Deve até ser suficientemente boa para dever ser aplicada 'no matter who rules'!

Alguém que me explique porque, muito sinceramente, eu não percebo! Politicamente a maioria só tem um caminho: não aprovar o Orçamento por uma questão de respeito democrático pelo Presidente que criou esta situação sem acautelar devidamente os interesses da economia nacional e tirou, depois, este coelho da cartola! Há que retirar consequências da decisão de Sampaio. Uma delas, básica, é a de que Portugal ficará sem orçamento até Maio!

Isto é o respeito institucional!

Juntos ou Separados

A pergunta do momento é: às eleições deve o CDS ir sózinho ou coligado?
Eu entendo que devemos ir sózinhos e capitalizar o facto de termos sido o garante da estabilidade até aqui; o parceiro leal e correcto que nunca, com o seu comportamento e atitudes pôs em causa a maioria e a goverbalidade; o partido que teve, em todos os momentos, sentido de estado e elevação suficiente para por os interesses do país acima dos seus próprios interesses partidários.
A crise que vivemos é alheia ao CDS! Se há instabilidade na maioria, não foi, de modo algum, causada, alimentada ou potenciada pelo nosso comportamento. Antes pelo contrário!
O CDS ao longo de dois anos marcou o governo, pela positiva:
1º pelo comportamento exemplar dos ministros que indicou. Jamais um governante indicado pelo CDS foi motivo de 'instabilidade' no Governo!
2º pela competência, empenho e capacidade demonstradas pelos nossos governantes, desde logo por Paulo Portas que é, unanimente reconhecido, como o melhor Ministro da Defesa do período pós 25 de Abril.
3º honrou os compromissos assumidos com os seus eleitores sabendo, sempre, equilibrar o sentido de dever cumprido com a humildade de não assumir todas as vitórias e conquistas como exclusivamente suas.
4º soube impor a sua própria agenda e prioridades dentro do Governo.
5º foi leal ao PSD nos momentos cruciais e foi fundamental nos momentos difíceis que o Governo atravessou ao longo de 2 anos e meio de governação.
E é assim que saímos do Governo, de cabeça erguida e sentido de dever cumprido. Se mais não fizemos, nesta fase, foi porque apenas tivemos 2 anos e meio! É com esta frontalidade e coerência que nos devemos apresentar ao eleitorado, mostrando o nosso valor acrescentado face ao PSD. Demonstrando que somos não apenas diferentes mas complementares. Que fomos determinantes agora, como seremos no futuro, para dar um rosto mais humano às políticas; para trazer a agenda mediática de encontro à agenda real; para olhar pelos interesses daqueles que são geralmente esquecidos; para zelar por valores e por causas que de outro modo estão no fundo da tabela de prioridades!
É por isso que o CDS não tem medo de ir a eleições: sózinho ou com o PSD! Ambas as alternativas pouco mudam quanto à nossa essência, valores e comportamento! A individualidade do CDS é a sua marca, e a sua marca ficou bem patente no XV e XVI Governos!

Antecipações e Dissoluções

O Presidente decidiu que a 'instabilidade' política que se vive em Portugal é causada pelo Governo e, em coerência com esse pensamento, comunica ao Primeiro Ministro a intenção de convocar eleições.

Ao contrário de Julho, desta vez não houve romarias festivas a Belém nem declarações dos 'ilustres' à saída da presidencial audiência.
Ao contrário de Julho, desta vez o Presidente não esteve semanas a alimentar a vexatia quaetio «dissolve ou não dissolve».
Ao contrário de Julho, eu estava genuinamente convencida que não seriam convocadas eleições.
Ao contrário de Julho, não há argumentos jurídicos, políticos ou institucionais relevantes que justifiquem esta decisão.
Ao contrário do que aconteceu a 9 de Julho de 2004 (e apesar de 9 de Julho de 2004) o Presidente dissolveu a Assembleia.

Tenho que dizer que, não obstante os acontecimentos vertiginosos desta última semana, que nem consegui acompanhar convenientemente, não me parece que se justifique dissolver a Assembleia. Tudo bem que este último mês foi a trapalhada total! Começou com o as declarações do Ministro Gomes da Silva, continuou com a palhaçada de Barcelos, as picardias com a Alta Autoridade para a Comunicação Social, a história do bebé e da incobadora, o artigo demolidor do Professor Cavaco Silva no Expresso e a demissão do Ministro Henrique Chaves... mas será que isto justifica eleições?

Na minha opinião não! A saída de Durão Barroso poderia ter justificado a dissolução. Não era essa a minha opinião mas aceito quem a pudesse argumentar. Afinal estavamos sem Primeiro-Ministro e havia alguns argumentos que podiam dar força à teoria do 'dissolve'. Hoje, que argumentos há? Temos Primeiro-Ministro (é mau? O Guterres também era péssimo e ninguém o demitiu... o senhor teve que sair pelo próprio pé antes que o ridículo matasse!); temos uma maioria parlamentar estável; temos partidos com vontade de Governar! E, mais importante que tudo isto,temos um país que não pode estar sem governo 6 meses! Não obstante o Presidente dissolve a Assembleia!

Por estas razões , acho que não faz sentido dissolver hoje, dia 30 de Novembro de 2004, a assembleia da república! O Governo é mau? Os ministros incompetentes? O Primeiro Ministro inconstante? E o que tem isso que ver com o regular funcionamento das instituições? É por isso que o Presidente zela! É essa a única razão que pode levar à dissolução da Assembleia! E, por mais que alguém queira 'bater' no Santana, não podemos vir dizer que o regular funcionamento das instituições foi posto em causa! Há Governo, há parlamento, há tribunais... tudo a funcionar regularmente!

Para além de tudo, nenhum Presidente dá posse a um Governo (em nome do qual tomou uma decisão difícil) para o dissolver 4 meses depois! Parece que Sampaio aceitou Santana sob condição resolutiva! Mas não foi isso que disse ao país... não foi isso que passou no dia 9 de Julho! Afinal o que foi dito, eram apenas palavras e levou-as o vento!

Como disse a 9 de Julho, respeito as decisões do Presidente Sampaio muito embora possa delas discordar, como é o caso! No entanto ninguém me verá a insurgir-me contra ela ou a dizer que o Presidente anda 'conchavado' (perdoem-me a utilização da plavra) com o PS!

Lamento a decisão, acho que é manifestamente despropositada, desproporcionada, desadequada e extemporânea mas aceito-a e saberei actuar em conformidade, ou seja, apoiando o CDS nas eleições, da forma que puder e que for mais útil!

É este o meu entendimento da militância e do respeito institucional... e de saber viver num quadro de normalidade democrática!

Parentesis ao parentesis que nunca deveria ter sido

É pena André que não me conheças minimamente para saber:
1º que sou monárquica
2º ainda assim, nunca desrespeitei o 'ideal' republicano.

Por isso, não faz qualquer sentido o teu reparo por dois motivos:
1º como monárquica nunca atacaria o ideal monárquico
2º como pessoa que sabe respeitar as convicções alheias jamais 'achincalharia' o 'ideal monárquico' chamando-lhe 'anedota'!

Para além disso, se bem leres, verás que aquilo a que o adjectivo 'anedota' se refere, é aos próprios dirigentes do partido (o adjectivo anedota qualifica 'aqueles') e nunca ao 'ideal monárquico'! E assim sendo parecem-me óbvias as razões porque chamo anedota ao PPM:
1º o facto de acreditarmos num regime monárquico nada tem que ver com as nossas convicções partidárias, pelo que não faz sentido reduzir a 'monarquia' a um partido. A monarquia não é um 'partido' nem sequer um sistema de governo. O PPM só leva à confusão das coisas!
2º o PPM não apenas não representa o movimento monárquico como dá dele uma imagem errada e redutora (na medida em que na lógica do analista simplório só serão monárquicos os 0,qualquer coisa % que vota no PPM);
3º nos últimos anos tem dado à sociedade portuguesa tristes espetáculos do que é errado, do que é feio e do que não ajuda o movimento monárquico português (basta pensar no Nuno da Câmara Pereira, do PPM e Maçon, pessoa que põe em causa o próprio Senhor D. Duarte).

Fechando este parentesis, voltamos ao tema do momento que segue dentro de momentos...